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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

A Torre

Tarot A Torre
E então chegamos a ela, a implacável Torre.

O arcano mais temido do Tarô nos mostra a imagem de uma construção em ruínas, atingida por um raio que rasgando a noite escura despedaça tijolos e lança as pessoas abaixo.

Aqui temos o arquétipo da queda, do choque de realidade. Uma estrutura não suportou o impacto da luz.

É na luz que se apresenta a verdade, a nossa verdade só pode ser vislumbrada quando iluminamos nossos lugares mais recônditos e obscuros, aquelas partes de nós que ficam invisíveis para os outros e, principalmente, para nós mesmos. As partes que não queremos ver e que deixamos lá no escondido do nosso inconsciente.

Quando a luz chega, mesmo que rapidamente como um raio, já não é mais possível não notar aquelas verdades todas que ficaram escondidas: elas saltam para fora e a gente "abre a cabeça".

E diante da verdade iluminada, o Ego desaba. Cai do alto da torre sem proteção nenhuma já que aquela estrutura que o sustentava era falsa e não tinha solidez suficiente.

Tarot A TorreO Ego é construído ao longo da nossa infância a partir dos retornos que as pessoas do nosso entorno nos dão e da nossa percepção a respeito do que é valorizado em nós. Num ambiente onde há lugar para a criança se expressar livremente, o Ego é construído de forma saudável e mais próximo do que sua essência é realmente. 

Já num ambiente mais restritivo, com muitas exigências e expectativas dos outros, a essência da criança não pode ser completamente mostrada e esse Ego vai sendo construído sobre os atributos que os outros valorizam – e que muitas vezes destoam dos atributos naturais da pessoa.

As restrições e exigências do mundo externo podem também ir formando uma pessoa muito rígida e inflexível, que na busca de atender o modelo imposto vai passando por cima dela mesma e adquirindo até uma expressão física mais dura e austera, que reflete todas aquelas restrições de movimento do Ser interno.

Além disso, vivemos numa sociedade ocidental que valoriza somente uma certa educação, alguns comportamentos e determinados tipos de inteligência. Apesar da diversidade natural dos humanos, nos esforçamos para atender essa demanda e sermos aceitos no jogo. Assim, incorporando os valores dos outros e da sociedade onde nos inserimos, o indivíduo vai construindo seu Ego atendendo todas essas expectativas alheias para ser aceito, bem recebido e prosperar naquele sistema de crenças que valoriza apenas certos atributos.

E quanto mais vamos “prosperando” nesse ritmo de vida, o mundo externo parece que vai validando as nossas “boas” escolhas e a nossa forma “aceitável” de expressão, e vamos tendo a impressão de que estamos no caminho certo, no caminho do sucesso.

É aí que a Torre da carta vem simbolizar o nosso Ego, representando ali a ideia que temos de nós mesmos, nossa autoimportância.

Em todas as culturas encontramos monumentos que marcam no tempo as conquistas de seus povos, os obeliscos. Torres bem altas construídas nos territórios conquistados, quanto mais altas, maior a importância da conquista e do respectivo conquistador.

Tarot A Torre

Os obeliscos dos nossos tempos são os edifícios cada vez mais altos que desafiam as regras da engenharia como o Empire State Building, o Burj Khalifa e a Torre de Xangai.

Todas essas torres são símbolos de domínio e poder, e mais, são símbolos fálicos, nos lembrando que o poder é masculino e que para atingir esse nível de reconhecimento precisamos desenvolver um raciocínio e um comportamento mais masculino também – o que tem implicações muito sérias para a saúde mental e física das mulheres.

E então chega a iluminação repentina, o raio que vem mostrar numa fração de segundo que todo aquele Ego construído sobre os valores externos não tem sustentação nenhuma. E a nossa verdade interna que estava lá guardada a sete chaves aproveita esse momento para romper com as estruturas psíquicas e se apresentar claramente, como se dissesse:

“Ei, este aqui sou eu. Me veja como eu sou. Me aceite.”

Tarot A torreEste ser interno, essencial, sempre esteve lá mas agora é possível vê-lo e notar sua existência. A Torre é esse momento de ruptura em que o indivíduo se dá conta de que ele não é quem pensava ser - e geralmente este arcano se utiliza de momentos difíceis e desafiadores para que esse encontro aconteça.

A vida parece que vai nos colocar a toda prova e nossa única opção será enfrentar aquilo de que temos mais medo.

Uma doença, um acidente, uma separação repentina, uma demissão, são exemplos de situações trazidas pela Torre na vida prática onde o indivíduo terá o trabalho de ir além do que ele já conhecia sobre si mesmo.

Por isso a associação entre o arcano da Torre com o trânsito astrológico de Marte, a conquista sobre si mesmo.

O que acontece é que a pessoa vai atrair uma situação de extrema tensão a que seja impossível resistir, para que então possa haver um relaxamento na mesma proporção. Essa tensão é a pressão interna de ser uma pessoa que não corresponde à sua matéria prima, é muito pesado não sermos nós mesmos.

É nessas situações em que a vida nos põe tudo a perder que nos desligamos das distrações diárias e voltamos os olhos para o que realmente importa, para dentro de nós e nossa necessidade de felicidade e pertencimento mais genuína.

Não raro nessas situações as pessoas fazem profundas revisões das suas histórias e passam a adotar um estilo de vida mais saudável e harmonioso, com mais amorosidade ou mais proximidade com a família e amigos.

Numa experiência com a Torre bem recebida e integrada, a pessoa pode sentir a necessidade de pedir perdão a alguém, de se reaproximar de certas pessoas ou de deixar de frequentar certos ambientes e situações.

A ideia é derrubar muros e paredes, abrindo espaço a fim de que seja mais confortável ser quem se é de verdade, onde o Ser interno se sinta a vontade para tomar conta do ambiente psíquico e o indivíduo tenha a satisfação de ser ele mesmo.

Verbenna Yin
Astros - Tarot -  Psicanálise


domingo, 17 de novembro de 2013

Escorpião, o transformador

Signo de água, receptivo, fixo, em Escorpião encontramos os ideais de regeneração, cura, transformação, intensidade e profundidade nas relações.

Com dupla regência, este signo está associado a Marte, o Senhor da Guerra e representante da nossa força pessoal, e a Plutão, o princípio do bem e do mal. Plutão é o menor dos planetas do nosso sistema solar, foi desclassificado como planeta pelo seu tamanho, mas é com sua órbita irregular que ficam estruturados os movimentos dos demais planetas sendo sua influência física determinante para manter a harmonia de todo o conjunto de astros que orbitam pelo Sol.

A energia de escorpião é receptiva, atenta e direta. Os acontecimentos ficam registrados pelo valor emocional que possuem e as relações com o outro são marcadas por uma intensidade nos sentimentos e pela busca da compreensão e acolhimento mútuos.

Extremamente perceptivos, os escorpianos têm um talento especial para extrair de si mesmos e das suas relações aquilo que está mais bem guardado e escondido, talvez até inconsciente. Vão fundo nos seus objetivos e nos seus relacionamentos (elemento água) e nessa profundidade atingem um nível único de entrega pessoal.

Olhando para dentro de nós de forma corajosa e verdadeira, vamos identificar o que é nosso sentimento genuíno e assim ressonante com nossa energia essencial (nossa luz), e de outro lado o que é desejo de controle sobre nós mesmos e sobre o outro para garantir uma relação idealizada (nossa sombra). Se conseguirmos fazer essa diferenciação com nossos conteúdos internos, podemos nos libertar daquilo que nos mantém ligados ao que impede o nosso crescimento.

Ao passar por águas tão profundas, nunca mais seremos os mesmos. A influência da energia do Escorpião nos leva a perceber também tudo aquilo que já não serve mais, que está “morto” e precisa ser descartado. O tempo de Escorpião é também tempo de desapego.

Por isso a associação de Escorpião com a morte e com o mito da Fênix, que renasce das próprias cinzas num contínuo processo de regeneração e transformação.

Outro mito associado ao Escorpião é o da águia, que por volta dos 40 anos se recolhe para tomar uma difícil decisão: esperar a morte chegar em breve ou quebrar o bico numa rocha para depois, com um bico novo, retirar todas as suas unhas e penas que nascerão de novo e permitirão à águia a renovação do seu ciclo de vida simbolizado no “Voo da águia”.

Tanto simbolismo ilustra o quanto é importante para o Escorpião o compromisso com a verdade, com a sua verdade que é única e individual. Fazer essa conexão é essencial para viver as transformações de forma positiva e integrada.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Áries, o primeiro


O período que se inicia em 21 de Março e vai até meados de Abril é regido por Áries, uma constelação que na Astrologia emana uma energia e uma consciência de inicializações.

Áries é a individualidade e o reconhecimento de si mesmo como agente capaz. É o impulso de agir conforme o coração, agilidade para aproveitar o momento, a segurança de que o que fazemos vai dar certo, a motivação para ir além e a autoconfiança para nos manter no caminho do que se quer conquistar. A palavra chave aqui é AÇÃO.

Seu elemento é o fogo, que simboliza a intuição, vitalidade e a conexão com a espiritualidade. É regido por Marte, o planeta nomeado em homenagem ao deus do panteão romano invocado pelos exércitos para encorajar os guerreiros a enfrentarem os campos de batalha.

Essa é a energia que fica disponível no período de Áries, uma energia que quando bem conectada nos impulsiona a dar vida a novos projetos e dar início a algo que era um sonho até então. O primeiro passo para trazer à realidade algo já que existe internamente.

Mas neste Universo tudo é dual, até as energias zodiacais. Então quando não estamos bem conectados com a energia ariana, nossa motivação se perde nos primeiros dias e não conseguimos dar andamento nos projetos iniciados. Muitas vezes a falta de motivação vem ainda acompanhada de uma certa preguiça ou mesmo de um medo que nos paralisa e tira a confiança em nós mesmos de conseguir algo. Ou ainda o excesso de energia nos impulsiona a começar vários projetos ao mesmo tempo e não damos conta de tudo, não conseguimos concluir e a frustração é inevitável.

Quantos planos pessoais deixamos no meio do caminho apenas por nos sentirmos assim?

Esse é o desafio que vem da consciência de Áries e que devemos desenvolver a partir de nós mesmos: em que área de minha vida estou deixando de realizar aquilo em que eu acredito? O que preciso fazer para me motivar ou para manter a motivação até concluir o que eu quero?

Para mim, um bom começo seria identificar o que se quer. Excluir aquilo que “não se quer” também pode ajudar. Definido o que se quer, de alguma forma podemos nos conectar com essa realidade que já existe internamente. Para isso, existem ferramentas bem interessantes: podemos utilizar a visualização criativa, técnicas de meditação para relaxar e “ouvir” o coração, programação neurolinguística para adaptar o padrão mental àquilo que queremos, ou mesmo manter o pensamento positivo que dá muito resultado!

Mas o fato é que qualquer dessas abordagens nos colocam em contato com a nossa essência e aí é que está o segredo para nos harmonizarmos com o lado positivo da energia de Áries: quando acessamos nosso ser interno e reconhecemos nele nossas reais capacidades, qualquer realidade pode ser construída a partir de nós.

Há segurança em nós mesmos de que somos capazes de nossas ações, há autoestima suficiente para acreditarmos que somos merecedores e há confiança no Universo de que aquilo que eventualmente não temos será disponibilizado.

Que este período de Áries traga um tempo de reconexão e fortalecimento para todos nós.