quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Lunação de Aquário 2018

verbenna yin


Hoje acontece a lunação de Aquário, Sol e Lua se alinham com a Terra em conjunção com Mercúrio: a concentração do elemento ar pode gerar pensamentos em excesso e uma certa ansiedade ao lidar com os fatos mais recentes.

O elemento ar simboliza o mundo racional, os pensamentos, a ação mental.

Num alinhamento como o de hoje fica ativada a função pensamento, podemos estar especialmente suscetíveis àqueles arroubos dos pensamentos repetitivos ou aquelas questões que insistem em voltar para a nossa mente.

E como Mercúrio está envolvido, comunicações de todos os tipos tendem a chegar até nós com muita velocidade: notícias, contatos, velhas amizades, assuntos pendentes.

Pensar muito a respeito de um determinado assunto pode trazer a sensação de que temos certeza sobre aquilo. Mas isso pode ser apenas uma fixidez sobre determinado ponto de vista!

O ás de espadas nos lembra de que é preciso dominar a razão, mas estar aberto e disponível para novas opiniões. O metal parece rígido mas para ser forjado ele foi maleado várias vezes antes.

O Rei de espadas vem representar essa atitude firme de quem já percorreu esses caminhos da razão e consegue conviver com diferentes pontos de vista, conhecendo a fundo o poder mental - principalmente o poder transformador de manter a mente focada na realidade que queremos para nós mesmos.

Neste mês lunar, procure se preservar da sensação de urgência que os assuntos do dia a dia possam trazer, mantendo sua atenção no momento presente e escolhendo bem a realidade em que você quer acreditar.

Pensamentos atraem acontecimentos.

A Temperança simboliza a postura interna de quem consegue ouvir sua mente trabalhando porém sem se identificar com ela. Você não é sua mente!

A mente é uma ferramenta, use-a a seu favor.

DICA FLORAL: White Chestnut

Verbenna Yin
Astros - Tarot - Psicanálise

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

A Figura Materna no Mapa Natal


verbenna yin

Eu gosto muito das abordagens integrativas em todas as modalidades de conhecimento, especialmente na minha área que é a do estudo dos comportamentos e relações humanas. Meu objeto de estudo atual é a psicanálise mas eu vejo paralelos muito interessantes entre essa ciência e o mundo simbólico e arquetípico do tarot e da astrologia.

Hoje eu quero falar de uma correspondência que tenho visto com muita frequência nos meus atendimentos: a figura materna na psicanálise e no mapa astrológico de nascimento.

Na psicanálise de Freud e Melanie Klein, a figura materna tem um papel determinante na constituição da personalidade, mas M. Klein vai além do tradicional e, imagino eu, por ter sido mulher e mãe, propõe que o papel da mãe, para o bem ou para o mal, é a influência mais poderosa no desenvolvimento psíquico de qualquer ser humano.

É a mãe que vai receber aquele novo ser, vai amamentá-lo, aquecer e cuidar do seu corpo, do seu conforto e proteção. Por outro lado, o bebê estará iniciando sua experimentação no mundo enquanto corpo autônomo depois do nascimento e todos os acontecimentos vividos nessa fase inicial ficarão impregnados nesse corpo, numa memória viva que unirá impressões, emoções e sentimentos para toda uma vida.

Assim, a percepção do bebê sobre o seu primeiro ambiente molda a sua identidade. Num ambiente acolhedor para esse bebê, onde ele é bem recebido e suas necessidades são bem atendidas, sua percepção sobre si mesmo tende a ser igualmente positiva e confiante, contribuindo para um desenvolvimento psíquico saudável.

Já no caso de um bebê que desde o início enfrente um ambiente hostil, onde não recebe alimentação adequada (leite materno até os 6 meses de vida), é isolado no seu quarto e tem seus cuidados terceirizados, sua adaptação será mais desafiadora e ele tenderá a ver o mundo com desconfiança, aprenderá que precisa sobreviver e para isso criará mecanismos de defesa vários para garantia de sua subsistência - desde os sorrisinhos do bebê para seduzir os cuidadores até mesmo uma introspecção mais profunda de uma criança que sabe que foi rejeitada e pode desenvolver um transtorno de personalidade.

Para esses teóricos, inclusive posteriormente com o conceito da "mãe suficientemente boa" de D. Winnicott, a figura materna nem sempre é cumprida pela mãe biológica. Mas é fato que alguém exercerá o cuidado que esse bebê necessita para se adaptar ao mundo até adquirir uma certa autonomia para comer, andar e se vestir sozinho. Por isso se fala em "figura materna" e não apenas em "mãe", e é essa figura materna a determinante na construção da identidade.

E na astrologia temos uma interpretação muito alinhada com essa da psicanálise. Na astrologia o estudo da Lua no mapa de nascimento pode indicar qual foi a qualidade da maternagem que aquela pessoa recebeu, como essa figura materna influenciou suas impressões do mundo e como ela absorveu essas primeiras informações na sua adaptação inicial ao ambiente externo - e que muitas vezes perduram até a fase adulta.

Uma lua influenciada por Saturno pode resultar numa figura materna muito exigente e crítica, já uma lua sagitariana pode revelar uma maternagem mais lúdica e cheia de estímulos, enquanto uma lua em câncer pode caracterizar uma mãe excessivamente carinhosa e cuidadora.

Nessa correspondência entre as abordagens, um ambiente mais hostil do ponto de vista da psicanálise corresponderia a um ponto do mapa onde a Lua não esteja domiciliada ou está mal aspectada, por exemplo, resultando em histórias de maternagem nada "suficientemente boas".

E nos quadros mais graves onde a falha de maternagem pode implicar num desenvolvimento psíquico não saudável - que seriam os casos dos transtornos de personalidade e psicoses - a lua também pode dar essa pista astrologicamente no mapa natal. Lembrando que os antigos chamavas as pessoas com distúrbios psíquicos de "lunáticos", numa clara relação entre a influência da Lua e a impossibilidade de adaptação ao mundo.

Atendi uma vez uma pessoa com uma história muito difícil com a sua mãe, ela não se sentia parte da sua família desde sempre e não tinha memória de nenhum bom momento com a mãe apesar dela ter sido presente, tê-la amamentado adequadamente e sempre ter dado os melhores cuidados.

No mapa natal essa mulher tinha a Lua conjunta a Marte em Capricórnio na casa 12, porém o signo estava interceptado. Energeticamente, pela interceptação, ela tinha muita dificuldade de se conectar com a linhagem feminina da sua família e a Lua em Capricórnio lhe dava uma sensação de isolamento como se ela não pudesse contar com ninguém além dela mesma.

Depois da nossa sessão ela foi conversar com a mãe e descobriu que houve uma tentativa de aborto na primeira fase da gestação e que seu nascimento tinha sido muito difícil. Havia uma fragilidade nessa chegada ao mundo que foi sua primeira impressão, e foi essa impressão que ficou marcada e a levou a uma sensação de isolamento intransponível até então.

Compreendendo esses fragmentos da sua história pessoal, nesse olhar combinado da psicanálise com a astrologia, essa pessoa vem construindo uma nova relação não só com a mãe mas também com as demais mulheres dessa linhagem feminina na família. Para ela foi importante realizar que o seu momento de nascimento foi uma fase difícil para a mulher que era a sua mãe naquele tempo, mas hoje ela consegue se sentir integrada a essa família e consegue também receber as demonstrações de amor que essa mãe consegue fazer.

Mas nem tudo são flores no estudo da Lua. Também já presenciei uma situação de uma mulher com Lua em Leão num aspecto tenso com Vênus e Marte. Nessa dupla abordagem astrologia/psicanálise pudemos constatar que houve mesmo uma maternagem que deixou a desejar, essa criança não teve cuidados adequados e a mãe tinha comportamentos narcisistas em relação à filha - o que nela resultou num sentimento de profunda inadequação ao mundo que era compensada por uma intensa sexualização e agressividade nas relações.

verbenna yin

Nesses dois exemplos eu quero apenas apresentar que existe uma correspondência nos resultados dessas duas metodologias sobre casos concretos, o que me parece confirmar que ambas abordagens tem eficiente acesso às profundezas das memórias inconscientes e podem auxiliar de forma complementar quem estiver pronto para fazer esse mergulho em si mesmo e buscar suas origens e influências mais primitivas.

De toda forma, existem diferenciais entre as duas abordagens que eu também acho importante ressaltar. A astrologia sem dúvida é mais rápida e dá respostas imediatas, um bom astrólogo consegue enxergar a história da maternagem e sua influencia numa única consulta cuidadosa. Porém a astrologia não resolve o sentimento, saber o que aconteceu não tem o poder de pacificar as emoções de quem viveu um real abandono afetivo pela mãe, por exemplo.

Já a psicanálise é um processo mais lento e que tem como passo a própria capacidade de elaboração do analisando, ou seja, conforme o analisando vai se lembrando e elaborando sua fala para contar suas histórias, ele está re-organizando aqueles fatos para si mesmo e formando essa ponte com o inconsciente que, quando ele estiver pronto, vai permitir o acesso a essas partes da história que antes estavam ocultas e que ao serem iluminadas darão sentido para tudo que aconteceu.

Então eu gosto de pensar num casamento das duas abordagens, uma ajudando e enriquecendo a outra: a astrologia para desvendar as histórias de maternagem e a psicanálise para lidar com os efeitos dessas histórias e pacificar as conexões com a figura materna.

De toda forma, para nós mulheres é essencial que façamos esse percurso para resgatar as histórias da nossa maternagem e ficarmos em paz com a nossa linhagem feminina. Qualquer que seja a abordagem que mais tenha a ver com você, integrar a história da nossa mãe ao momento da nossa chegada neste mundo tem um grande potencial de cura nas nossas relações e nos liberta para manifestarmos nossa afetividade e confiança rumo à oitava superior: Vênus.

Confesso que adoro este trabalho ;-)

verbenna yin