Quero compartihar com vocês essa afirmação do pai da Psicologia Analítica em tempos de redes sociais que simulam uma existência idealizada.
Os recortes que publicamos nas redes são partes do nosso todo, geralmente são recortes verdadeiros que queremos compartilhar com os amigos e pessoas queridas. Mas corremos o sério risco de acreditarmos em nossa própria ilusão de que somos o que vivemos virtualmente, ou mesmo de preferir a vida virtual em detrimento da vida real.
A cada dia, passamos mais e mais tempo nos ambientes digitais e podemos até nos identificar mais com nossos avatares do que com a gente mesma, agindo como os avatares agiriam.
Há inclusive profissionais que nos ajudam a "identificar a nossa persona" para nos apresentarmos sempre dessa maneira e assim conseguir mais seguidores e ter mais sucesso.
Gente, esse é o caminho do narcisismo e da psicose!
Porque quando elegemos uma persona que nos represente, essa representação na verdade é um conteúdo coletivo que facilita o processo de identificação pelo outro - então é um conteúdo comum a todos, universal. Mas isso não dá conta de nos representar por completo, então essa representação nos aprisiona.
Por exemplo, o algoritmo me conectou a um desses profissionais sugerindo que psicólogos devem se aproximar do "arquétipo do velho sábio" para passar confiabilidade ao seu público.
Olha que sedutora essa ideia da gente se colocar no lugar do "velho sábio", usurpando um conceito transpessoal como se fosse próprio. Com uma pitada de autoimportância e outra de ego inflacionado, temos aí um semideus!
"Arre, estou farto de semideuses!" - já diria Pessoa.
Precisamos tomar cuidado com as ideias que vem regendo a vida virtual e, principalmente, nos observamos nesses processos. Os mecanismos de satisfação que as redes oferecem (seguidores, aplausos, etc.) só reforçam o delírio de sermos perfeitamente digitais.
Não somos assim, somos de carne e osso. E sentimentos. E emoções profundas. Também somos dores, e solidões e incapacidades. Tudo o que a gente não mostra no insta - e acaba escondendo da gente mesma.
Será que é por isso que preferimos tanto a vida virtual?
O que você pensa disso?
Verbenna Yin
Astros - Tarot - Psicanálise
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