A Lua Nova em Peixes vem na força do elemento água mexendo com as memórias e as emoções de todo mundo em pleno Mercúrio Retrógrado. O alinhamento Sol-Lua acontece junto com Mercúrio e Netuno em Peixes e cria um Stellium muito interessante, forte e capaz de mudar o rumo das nossas histórias pessoais e coletivas. Embarque nesta leitura pra entender o curso da corrente que foi ativada hoje pela força da lua.
Recentemente tivemos duas datas palíndromo: 02/02/2020 e 20/02/2020. Você se lembra do que aconteceu com você nesses dois dias? Lembrou? Guarde essa informação, vamos voltar a ela daqui a pouco.
Estamos no período de retrogradação de Mercúrio que, para além das piadinhas de internet e de ser o culpado das nossas confusões diárias, serve mesmo é pra abrir portas internas pra gente ir se situando nos nossos labirintos mentais e encontrarmos o fio de Ariadne pra sairmos daí com alguma transformação possível. Em Peixes, essa retrogradação promete nos confrontar com conteúdos muito emocionados e há tempos esquecidos, aqueles que a gente realmente prefere se distrair com qualquer outra coisa a olhar pra eles. Mas esta lunação vai trazer de volta em ondas cada vez maiores essas histórias que tinham sido lançadas no fundo do mar da inconsciência, está na hora de lembrar de tudo.
O ascendente da lunação é Gêmeos, o signo de ar conectado com as ideias, os pensamentos, as formas de entender a vida. O trabalho que os astros nos propõem hoje é resgatar nossas memórias para PASSAR A LIMPO a nossa história, REESCREVÊ-LA corretamente agora que você tem melhores condições de compreender o que foi que aconteceu com você.
Essas histórias do passado vão nos fazer confrontar algo importante: o quanto temos nos repetido na nossa caminhada por não conseguir ver o quadro maior do jeito certo.
A lua nova acontece na Casa 10 e isso é muito significativo pois importa em como nos apresentamos ao mundo e em como as outras pessoas nos reconhecem. Nesse ponto do céu acontecem as afirmações da nossa vida, aquilo que exibimos com segurança para os outros e acreditamos que nos dá sustentação para trilharmos nosso caminho com independência.
Quando nos apresentamos no mundo, geralmente dizemos nosso nome, nossa profissão, a idade, filhos, estado civil e assim por diante. Essa é nossa identidade social, aquilo que mostramos porque não temos dúvida de que sejamos assim, certo?
Esta lua vai nos fazer repensar isso, vai nos colocar em dúvida sobre quem somos nós, vai nos fazer olhar pra dentro para avaliar se temos sido transparentes, sinceras com a gente mesma e realmente vocacionadas ao que viemos fazer neste mundo, neste tempo. Será que a gente não está sustentando uma versão nossa que é apenas parcial por não conseguir se enxergar completamente?
Pode ser que esta Lua nova junto com Mercúrio retrógrado irá refletir debaixo d’água aquelas facetas de nós que estavam submersas bem lá no fundo mas que já vinham influenciando a gente, inconscientemente.
Em Peixes, o desejo vem da dimensão emocional de pertencimento e conexão com nossos núcleos afetivos. É possível que ainda hoje você esteja sofrendo por não se sentir parte ou por não se identificar com as pessoas e valores do seu grupo familiar e por esse motivo devem haver situações que sempre voltam a acontecer com você. Quando a gente se dá conta, já está lá de novo fazendo aquele mesmo papel: o da vítima.
A desconexão emocional é muito frustrante e faz com que a gente se sinta culpada por não conseguir o resultado de vinculação esperado. Quando existe um outro que não nos aceita, não nos dá o nosso lugar no sistema ao qual pertencemos, ficamos andando em círculos pela vida esperando uma brecha pra gente entrar e se sentir integrada, e podemos estar fazendo “qualquer negócio” para conseguir essa brecha e termos uma experiência de integração: podemos agir permissivamente, dando muito mais de nós nas relações; podemos tolerar que façam coisas conosco que nos machucam ou prejudicam; podemos aguentar uma situação desgastante psicologicamente; podemos oferecer nosso tempo e dinheiro ao outro em forma de presentes para que se encante conosco e finalmente nos receba. Nós mesmas podemos nos vitimizar de tantas formas.
E não importa que o cerne desse comportamento tenha surgido lá atrás, ainda na infância. Quando a gente se sente vítima da falta de amor, vamos levando essa postura para todas as outras relações em que nos envolvemos e mais cedo ou mais tarde a gente atrai uma situação onde o nosso viés de confirmação nos leva de novo para o abandono e a rejeição.
Esta lunação vem dizer pra você: tá na hora de atualizar essa programação, vamos rodar uma versão 2.0 desse sistema operacional!
Peixes é uma energia com padrão circular que se manifesta em repetições contínuas; quem tem Peixes muito forte no mapa costuma tropeçar constantemente, bater a cabeça ou repetir as mesmas palavras, por exemplo. Sol, Lua, Mercúrio e Netuno reunidos nessa área somam suas forças e nos impulsionam a revisitar os eventos que deram origem a essa programação que ficou rodando repetidamente por tanto tempo em nós. Algo está errado aí e precisamos sair dessa atitude de RE-SENTIMENTO, de ficar sentindo de novo e de novo a mesma coisa (ruim) como se estivéssemos fadadas a viver só isso, mais do mesmo.
Jung diz que não somos o que nos aconteceu, mas somos o que escolhemos nos tornar. Pra isso, a gente tem que ir lá no inconsciente resgatar essa memória inicial e olhar pra ela agora, de trás pra frente, pra compreender de forma distanciada o que foi que realmente aconteceu e porque naquele tempo interpretamos dessa forma tão negativa que nos manteve até agora presas na CULPA.
É a culpa que nos agrilhoa ao passado, culpa por achar que não fizemos o suficiente, que não demos só mais um pouquinho, que tínhamos que ter aguentado mais pra dar certo. Culpa porque faltou tão pouco. A culpa do quase.
Reveja essas situações na luz de Mercúrio Retrógrado e perceba o quanto de responsabilidade cada pessoa tem ao se envolver numa determinada situação, certamente a responsabilidade sobre o que aconteceu não é só sua; se houve outra pessoa envolvida, o que ela não fez também determinou aquele resultado negativo que você carrega como se fosse SÓ culpa sua.
O Stellium em Peixes se comunica com outro aglomerado: Marte, Júpiter, Saturno e Plutão todos em Capricórnio. Isso indica a necessidade de AGIR ASSERTIVAMENTE colocando um basta nessa culpa que você vinha carregando sozinha. Nada mais firme e sólido que a energia de Capricórnio para a gente desenvolver limites e reconhecer fronteiras.
É com a assertividade capricorniana que vamos reordenar essas memórias antigas para devolver ao outro a parte da responsabilidade que lhe cabe. Devolva essa culpa pra quem tem que se responsabilizar por ela. Chega de você sofrer por isso, o outro que lute.
Agora quero trazer de novo aqueles eventos das datas de Fevereiro – 02 e 20/Fev. O que você vivenciou ou relembrou nesses dias são as pontas soltas do fio que vai te levar de volta ao que você precisa rever agora nesta lunação. Faça um esforço pra se lembrar disso, será muito útil.
Talvez nem tudo faça sentido agora, de uma vez. É possível que você fique alguns dias relembrando e reconsiderando as coisas ainda em looping pisciano, e tá tudo certo!
A tendência é esse conteúdo ficar mesmo mais claro quando Mercúrio sair da retrogradação lá pelo dia 10 de Março, quando a lua estiver cheia e Marte estiver mais pertinho do benéfico Júpiter - olha esse balé astrológico, que lindo!
O importante é romper o véu do esquecimento e embarcar nesse fluxo reverso, voltar lá no passado para passar a limpo sua história e se dar conta que talvez esteja levando adiante uma versão mal contada. Colocar as coisas numa nova perspectiva pode te fazer perceber que você não teve toda a culpa que imaginava ter, então perdoe-se.
Coletivamente estamos também num momento de grandes possibilidades históricas pois a lunação acontece na Casa 1 do mapa do Brasil, a casa da identidade. Todo esse trabalho de resgate das memórias para serem passadas a limpo requerem que a gente NOMEIE (ascendente em Gêmeos da lunação) corretamente os processos que geraram vítimas na intenção de cumprir a “ordem e progresso” da nossa bandeira – afinal, Virgem é o signo oposto da lunação e a sombra que pede para ser vista neste período.
E quem foi que pagou a conta para que Brasil tivesse ordem e progresso? Foram os negros escravizados como força de trabalho, foram os índios massacrados para cederem as terras e seus recursos, foram as mulheres destituídas de direito para gerarem tantos desbravadores, foram os diferentes que não podiam existir pois afrontavam o funcionamento do sistema instalado. Tudo isso precisa ser nomeado corretamente pois as histórias dos livros romantizam esses processos e turvam a compreensão do que realmente aconteceu à essas pessoas.
Precisamos trazer à consciência o custo que milhões de pessoas reais pagaram para que algum progresso acontecesse, se é que podemos chamar isso de progresso realmente. Reconhecer esse sofrimento humano que ainda acontece com as chamadas “minorias” (nome bem injusto pois as minorias juntas compõem muito mais que a maioria) é dar a elas o lugar que lhes pertence nesse sistema para que elas possam, enfim, contribuir de maneira voluntária com o crescimento do todo.
E quem foi que pagou a conta para que Brasil tivesse ordem e progresso? Foram os negros escravizados como força de trabalho, foram os índios massacrados para cederem as terras e seus recursos, foram as mulheres destituídas de direito para gerarem tantos desbravadores, foram os diferentes que não podiam existir pois afrontavam o funcionamento do sistema instalado. Tudo isso precisa ser nomeado corretamente pois as histórias dos livros romantizam esses processos e turvam a compreensão do que realmente aconteceu à essas pessoas.
Precisamos trazer à consciência o custo que milhões de pessoas reais pagaram para que algum progresso acontecesse, se é que podemos chamar isso de progresso realmente. Reconhecer esse sofrimento humano que ainda acontece com as chamadas “minorias” (nome bem injusto pois as minorias juntas compõem muito mais que a maioria) é dar a elas o lugar que lhes pertence nesse sistema para que elas possam, enfim, contribuir de maneira voluntária com o crescimento do todo.
Em vez de serem obrigadas a aceitar qualquer posição como um favor ou de se diminuírem para fazer parte, que cada pessoa possa ocupar o seu lugar no mundo por direito e ter as mesmas oportunidades de cooperar, se desenvolvendo individualmente à medida em que também participa do crescimento coletivo deste sistema.
Todos têm seu lugar no sistema e, da mesma forma que quem se sente excluído precisa ser reintegrado, também quem já se sente integrado precisa dar lugar para que essa reintegração aconteça, pois um sistema com membros dissociados é um sistema doente que tende à autodestruição.
A história deste povo está sendo reescrita no DNA das pessoas e cada vez mais reconhecemos que nossa ancestralidade está viva e pulsa em nós pedindo essa reintegração, ainda que nossos representantes não afirmem isso e a mídia se esforce criando narrativas fantásticas para justificar separações ideológicas que nos mantém em nossas jaulas mentais. Netuno em Peixes vai nos incomodar com o que vem sendo mostrado e nos fazer desconfiar de que a realidade não seja bem o que nos permitem ver.
Todos têm seu lugar no sistema e, da mesma forma que quem se sente excluído precisa ser reintegrado, também quem já se sente integrado precisa dar lugar para que essa reintegração aconteça, pois um sistema com membros dissociados é um sistema doente que tende à autodestruição.
A história deste povo está sendo reescrita no DNA das pessoas e cada vez mais reconhecemos que nossa ancestralidade está viva e pulsa em nós pedindo essa reintegração, ainda que nossos representantes não afirmem isso e a mídia se esforce criando narrativas fantásticas para justificar separações ideológicas que nos mantém em nossas jaulas mentais. Netuno em Peixes vai nos incomodar com o que vem sendo mostrado e nos fazer desconfiar de que a realidade não seja bem o que nos permitem ver.
Sinta profundamente este momento e aprenda a ler nas entrelinhas dos discursos, há muito mais acontecendo à nossa volta e corremos o sério risco de repetir um processo histórico doloroso. Está na hora de acordar.
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