Temos acompanhado o que vem se passando na Bolívia e existem pontualmente dois arquétipos muito fortes se manifestando por lá.
O primeiro é o arquétipo de Lilith, que foi manifestado na agressão desferida à prefeita de Vinto - que foi sequestrada, agredida durante 4 horas, teve seu cabelo cortado e pintado de vermelho e tudo foi transmitido ao vivo pelas redes sociais.
O mito de Lilith representa uma predisposição a punir a mulher que ousa sair do seu lugar de submissão, como Patrícia Arce fez ao ocupar hoje uma posição de exercício do poder como prefeita. Lilith tem longos cabelos vermelhos e Patrícia foi punida com a perda dos cabelos e marcada por essa mesma cor. Patrícia foi acusada de suscitar o ódio com sua atuação em prol da igualdade social, como Lilith foi punida por exigir igualdade à condição feminina.
E olhem que coincidência, nesse dia a Lua estava conjunta a Lilith. No horário dos vídeos que transmitiram a agressão (18h) Urano estava na linha do ascendente.
E outro arquétipo que está vivo nos Altiplanos é Prometeu, o titã que amava a humanidade e ousou roubar o fogo dos deuses para dá-lo aos homens. O fogo é esse elemento que representa o desejo, a força que nos movimenta a realizar nossos sonhos. Com o fogo nos aquecemos, transformamos materiais, forjamos armas e iluminamos a noite, de fato e simbolicamente. Prometeu deu aos homens condições de acreditarem serem melhores.
Mas Prometeu foi punido por Zeus, a autoridade divina. Foi exilado, preso a uma rocha e condenado a ter o fígado eternamente devorado por uma águia.
Assim como no mito, a autoridade do presidente foi destituída não pelo rito democrático mas por uma autoridade maior que é a voz de deus. Por isso a imagem da Bíblia esteve associada à tomada do palácio presidencial, notem que nesta foto e em tantas outras a Bíblia usada tem na sua capa essa referência a autoridade divina bem clara.
Jung diz que os arquétipos são "sistemas vivos de reação e prontidão que, por via invisível e, por isso, mais eficiente ainda, determinam a vida individual."
Quando a gente se pergunta como certas coisas ainda acontecem em 2019, lembrem-se dessa força viva que são o arquétipos e que são capazes de trazer à tona de forma tão irracional nossos aspectos escondidos e ainda não assimilados. É nosso dever pensar, falar a respeito, debater ideias sobre estes acontecimentos porque é essa elaboração que será capaz de superar preconceitos e retrocessos coletivos. Quando a gente conscientiza esses aspectos arquetípicos, saímos do domínio do irracional e a própria matriz do inconsciente coletivo se reorganiza.
Descobri seu blog e estou adorando suas reflexões e associações a respeito de inúmeros temas. Muito obrigada, Verbenna 😊🤲🏽
ResponderExcluir