No próximo dia 31 de Janeiro vamos ver o plenilúnio da
primeira lunação de 2018, a Lua Cheia em Leão. Essa lua cheia vai acontecer
alinhada aos nodos lunares, os pontos de interseção entre as órbitas da Terra e
da Lua, o que torna essa lua cheia muito especial e poderosa pois ativará
pontos magnéticos importantes.
Além disso teremos um eclipse lunar, um alinhamento entre Sol, Terra e Lua que culmina num período em que a sombra da Terra encobre o brilho da Lua Cheia e por conta dos gases da atmosfera veremos a imagem da lua ficar "avermelhada" - no que também se chama "Lua de Sangue".
Por ser um eclipse lunar, quando a luz da Lua fica bloqueada pela Terra, simbolicamente temos um período em que precisamos acordar do sonho e botar os pés no chão. É um choque de realidade, o eclipse tem esse poder de nos levar para as profundezas mais escuras do nosso inconsciente e colocar pra fora as sombras que não queríamos ver. Quando a Lua for se afastando da área de penumbra e recuperar seu brilho novamente, poderemos ver com clareza que tema foi esse que veio para o reino da realidade.
Os eclipses ativam experiências que tem uma duração média de 6 meses, assim que dependendo do grau onde acontece a lunação e o eclipse no mapa individual, isso deflagrará uma experiência pessoal naquela área de vida. Este eclipse acontecerá aos 11 graus de Leão.
A Lua Cheia em Leão então é resultado da Lua Nova que
aconteceu nos últimos graus de Capricórnio, em conjunção com o planeta Vênus,
trazendo como tema deste ciclo a consciência do elemento terra, sua resiliência
e determinação para vencer os padrões de comportamento que nos fazem querem
controlar o outro nas nossas relações, impedindo o fluxo da espontaneidade no
amor.
E agora a Lua Cheia em Leão acontece também em conjunção à Vênus,
colocando nossas motivações emocionais às claras e trazendo a questão do
controle novamente: por que seguimos exigindo do outro o afeto e a atenção que
acredito merecer?
Quando há espontaneidade e liberdade para manifestarmos
nosso afeto uns com os outros, nos sentimos a vontade para expressar nossos
sentimentos, sermos mais verdadeiros, dividirmos nossos talentos com o outro
para que todos se alegrem e tenhamos momentos felizes juntos.
Mas quando a minha manifestação de afeto fica condicionada à
opinião que o outro tem de mim, ao que o outro pode vir a achar de mim se eu
disser ou fizer tal coisa, ficamos receosos de dar o nosso melhor e ficamos
buscando a aceitação do outro, a autorização do outro para deixar o afeto e as
emoções fluírem.
Depender da aprovação do outro para se sentir alegre, para manifestar
seu amor ou para expressar o seu melhor vai pouco a pouco minando a nossa autoestima,
passamos a não nos valorizar pelo que somos nos nossos vários aspectos e
valorizamos só aquilo que agradará o outro – porque é isso que garante que o
outro me aceite.
E aí criamos um ciclo de dependência emocional.
Esse caminho não é positivo pra ninguém, pelo contrário, ele
nos escraviza. Se eu só puder manifestar o meu melhor para o outro quando ele
me autoriza, o que acontece com meu melhor quando o outro não me autorizar?
O Leão não precisa de autorização para ser quem é, ele simplesmente existe com toda sua opulência e poder. O Leão não tem medo de rugir, não pede desculpas por estar com fome nem se justifica para atravessar um território, ele se enche de confiança e faz aquilo que os seus instintos determinam.
Essa simbologia vem nos mostrar que está na hora de reafirmarmos quem somos, nossa
individualidade e nossa singularidade. É a hora de valorizarmos a totalidade
dos nossos aspectos e nos aceitarmos como somos, exatamente como somos, sem ficar criando justificativas nem pedindo desculpas.
É em Leão que acessamos a consciência sobre quais
são os nossos talentos e como esses talentos podem ser colocados de
forma a nos tornarmos produtivos, ocuparmos nosso lugar no mundo e manifestar todo nosso brilho interior.
No momento da lua cheia se formará também um aspecto
conhecido como Yod, o “Dedo de Deus”. É chamado assim porque tradicionalmente significa
um marcador importante no mapa, aponta para uma determinada posição que é chave
naquela situação. E a próxima lua cheia tem esse marcador, um Yod sustentado
por Saturno em Capricórnio e Netuno em Peixes.
Saturno em Capricórnio vem nos lembrar que agora é a hora, o
Senhor do Tempo está cobrando de nós o que temos feito com nossos talentos:
escondemos nossos talentos na terra com medo da escassez, ou multiplicamos inspirando
os outros com a nossa luz?
E Netuno em Peixes vem concluir a tríade reafirmando que o
propósito das nossas ações deve ser em prol do bem maior, do amor incondicional
e do cuidado uns com os outros e com nosso ambiente. Pois de nada adianta nos
reafirmarmos e lapidarmos talentos se no final ficarmos nos olhando admirados
de nós mesmos. Isso é narcisismo!
A mensagem dos astros é outra: devemos trabalhar para nos apropriar dos nossos talentos e nos libertar da necessidade de aprovação, para expressar o nosso melhor neste
mundo com generosidade e inspirarmos uns aos outros com nossos talentos.