Essa frase incrível do Erich Neumann sempre me fez questionar muito os processo terapêuticos, pois tendemos a achar que a gente se desenvolve numa linearidade constante e ascendente, próximo de uma ideia de "progresso".
Mas não é assim que acontece, e podemos testemunhar isso considerando a história da humanidade, cujas civilizações mais avançadas passaram por retrocessos e dissoluções, sendo substituídas por outras sem nenhum compromisso com o tal progresso.
No livro "HISTORIA DAS ORIGENS DA CONSCIÊNCIA", que tive a honra de refazer a tradução para conferir maior fidelidade ao texto original, há um trecho que quero compartilhar aqui com vocês:
"Contudo, no terreno psíquico, deparamos, repetidamente, com o fato de que o crescimento-desenvolvimento acontece aos trancos. Primeiro sugem fixações e bloqueios da libido que têm de ser superados pela interrupção de uma nova fase de desenvolvimento. O "velho sistema" sempre resiste (...) Todo sistema - e todo arquétipo corresponde a um grupo definido de conteúdos organizados em um sistema - tende à autopreservação (...) Sair desse sistema e passar para a atuação livre só é possível se o sistema da consciência egoica dispuser de quantidade de libido maior do que o sistema que a retém, ou seja, se a volição do ego for forte o suficiente para se livrar do arquétipo em questão."
Muitas vezes, nosso desenvolvimento precisa de um tranco para engatar no caminho certo. Até sabemos qual é essa direção mas não temos energia suficiente para seguí-la, e é aí que entram os problemas mais sérios que nos deixam sem a opção de não fazer nada: uma doença que exige a mudança, um término inesperado de uma relação, uma perda causada pela irresponsabilidade...
É a crise que faz surgir a energia da volição para superarmos a força do arquétipo que nos retém. É o tranco que faz a gente se des-envolver.
Coletivamente também estamos nesse momento do tranco. Você consegue ver esse paralelo? Deixe aqui seu comentário, vamos continuar esse papo.
Verbenna Yin
Astros - Tarot - Psicanálise
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