domingo, 23 de dezembro de 2018

Solstício de Verão 2018

verbenna yin


Entramos oficialmente no Verão, a estação onde recebemos a maior insolação pois o astro rei permanece visível na maior parte das horas do dia, aquecendo e trazendo vitalidade e desenvolvimento.

A natureza responde ao maior tempo de insolação produzindo flores e frutos, movimentando a energia do interno para o externo. E assim também somos nós, passamos a mobilizar nossa energia de dentro pra fora e ficamos mais interessados em sair, ver coisas novas, aprender, socializar, trocar conversas e afetos. Este é o tempo das confraternizações, presentes, amigos secretos, bares cheios de gente e praias lotadas.


Durante o período do verão a influência que recebemos nos mobiliza pelo elemento água, pelas emoções. Na natureza, tudo precisa de água para crescer e nós precisamos vivenciar nossas emoções para seguirmos nossa jornada de expansão diante da vida. No verão estaremos mais abertos e disponíveis às conexões, prontos para vivenciar os vínculos e nos sentirmos pertencentes.

A sensação de pertencimento é essencial para a saúde do Ego, sem essa noção de que pertencemos a uma família, a algum grupo ou à uma nação, ficamos desconectados e passamos pelas experiências de convivência sem ver sentido nelas. Por isso o Natal aqui no hemisfério sul é um tempo de agregamento, onde as pessoas tentam colocar de lado as diferenças para unirem-se diante de um ideal comum que possa superar as eventuais diferenças de opiniões e promover a união.

Uma pessoa que sabe de onde veio, qual sua raiz e a que família do mundo ela pertence (ainda que não seja a nossa família de origem, podemos integrar uma família de pessoas afins que se encontram pela vida) se sente mais segura para atender o chamado do verão, para lançar-se confiante em direção à socialização, às trocas e aos afetos.

Estar atento às próprias emoções é o convite do solstício de verão, que chega ao mesmo tempo em que a Lua se torna Cheia em Câncer, denotando que o tempo é mesmo de se guiar pelos sentimentos e perceber com o coração quem são as pessoas que te fazem vibrar na amorosidade e na positividade, reconhecendo então que seu lugar no mundo é onde seu coração se sente em paz.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Lua Cheia em Câncer - 22/12/2018

verbenna yin


E chegamos na última Lua Cheia do ano 2018, que ocorre no eixo Câncer-Capricórnio e tem como tema o fortalecimento do si mesmo para poder se reafirmar em bases mais positivas, amorosas e confiantes.

No momento da formação da lua cheia Urano, o planeta das situações inesperadas, estará ascendendo no horizonte em forte aspecto com Lua e Sol, e o Meio do Céu será marcado em Aquário. Isso quer dizer que podemos esperar notícias surpreendentes e reviravoltas nos próximos dias.

A lunação abriu no início do mês pedindo atenção para o ressurgimento da sensação de intolerância e de um comportamento autoindulgente e entorpecido diante dos eventos que vem se desenhando - o que poderia nos levar a uma sensação de impotência diante da realidade.

E aí é tão mágico observar como os céus nos mandam tanto os desafios para o nosso crescimento quanto as chaves para lidar com eles.

Nesta Lua Cheia o propósito é justamente que a gente se fortaleça, encontre a nossa firmeza interna (Sol em Capricórnio) para dar conta de todo o comprometimento com a positividade que devemos manter nas nossas atitudes e pensamentos, cultivando uma postura mais confiante e segura, saindo das dúvidas e medos e partindo para a ação concreta, mais certa da direção a seguir (Lua em Câncer).

Tanto Câncer como Capricórnio são signos cardinais, então são energias de mais segurança e assertividade. Nesses territórios não há lugar para dúvidas, fazemos o que temos que fazer e pronto. Simples assim. São signos resolutivos e que definem situações.

Então desde o início de Dezembro, provavelmente, já deve ter batido na porta de vocês o tema que precisa ser levado a sério e resolvido de uma vez por todas. Começamos o mês nos apercebendo de que há algo que nos incomodava e que estávamos levando no banho-maria, sem força para enfrentar e no melhor estilo “me engana que eu gosto”, mas agora a lua cheia pede para que essa situação seja decidida de fato e concluída definitivamente.

O que você vem empurrando com a barriga sem querer enxergar com clareza porque se sentia enfraquecido para a tomar a atitude certa?

O quanto vai te custar continuar olhado pro outro lado e não resolver agora essa pendência?

Você vai se perdoar se perder a chance de resolver isso hoje?

Aproveite a egrégora do final do ano, onde o mundo inteiro estará no mesmo movimento de encerramento de ciclo e se preparando para a chegada do ano novo, para resolver de uma vez por todas esses assuntos que ficaram pelo caminho. Seja uma dívida, um pedido de desculpa, um posicionamento que você ainda não teve coragem de fazer, o reconhecimento de um sonho antigo que precisa ser vivido... não importa o que seja, embarque na energia desta Lua Cheia e faça o que precisa ser feito. Aja!!

Urano estará favorecendo todas as decisões que forem tomadas neste período. Ele é o dono do acaso e das sincronicidades, ele precede o tempo e nos guia em direção à correspondência entre mundo interno e mundo externo. Em aspecto positivo com a lua cheia, Urano vai dar aquela forcinha extra, o componente inesperado com o qual a gente não contava, mas ao dar o nosso salto de fé o Universo pode nos contemplar movendo a peça que faltava para completar o cenário.

Todas as coisas tem o seu tempo certo e pode ser que até aqui o tempo certo ainda não havia chegado, foi preciso espera, paciência e resiliência. Mas se você não agir agora, pode perder a oportunidade pela qual vinha esperando esse tempo todo.

Então, pra nos inspirar, vou deixar essa citação do livro Rumi que eu gosto muito:

"Ser paciente não é somente
'sentar e esperar',
ser paciente é antever.

É olhar para o espinho e ver a rosa,
observar a noite e já imaginar o dia que virá.

Os amantes são pacientes.
Eles sabem bem como a lua leva o seu tempo
para tornar-se cheia..."

domingo, 9 de dezembro de 2018

Lunação de Sagitário - 07/12/2018

verbenna yin


Chegamos na lunação de Sagitário, um tempo para se conectar com todo o potencial de expansão, direcionamento, elevação e cura que este posicionamento promove. Sol e Lua estão em conjunção com Júpiter, o grande benéfico, que por sua vez está muito bem posicionado em seu território (Júpiter rege Sagitário) e atua com força total, ampliando a energia de positividade, crescimento e cura para situações físicas e espirituais ao longo de todo o mês.

Para esta lunação ficam favorecidas todas as atividades de aprendizagem, cursos e estudos, bem como viagens e contatos com o estrangeiro, o diferente e o exótico. Júpiter é muito expansivo então podemos também esperar momentos de comemorações de fim de ano, festa da firma, novas amizades e bastante movimento na vida social.

Também ficam favorecidas as conexões com a espiritualidade, a busca pelo seu propósito individual, as peregrinações e tudo que se relacione com a religião no sentido do “religare”, da reconexão com o divino. Todos devemos sentir esse direcionamento à espiritualidade porque a flecha do arqueiro está notadamente apontada para esse tema.

Coletivamente, porém, o momento não é bom. A Lua Nova é desafiada por Marte e Netuno em Peixes, conjuntos, que dão um tom de fanatismo e intolerância religiosa chegando nesta lunação. Netuno é o planeta da névoa, da miragem, seu efeito causa um embotamento da consciência e o momento é de ser pego de guarda baixa, sem se dar conta de estar sendo dominado. Marte está embriagado por Netuno, entorpecido e sem capacidade de atenção, dificilmente conseguirá reagir à onda impositiva de fanatismo religioso que se aproxima.

Estamos já vendo alguns retrocessos no setor político, pensamentos antiquados e discursos inflamados, fundamentados numa religiosidade que está dominando cenários maiores e isso é bem preocupante porque os céus favorecem temporariamente essa onda de posicionamentos mais intolerantes e contundentes. Aliás, na próxima lunação essa onda se intensificará e teremos uma virada de ano de muitas surpresas.

Para quem está disposto a recorrer à espiritualidade como auxílio para estes tempos mais difíceis, porém, os céus ajudarão. Júpiter, ainda que em aspecto tenso com Marte, tende a fortalecer em nós a noção de que precisamos ser mais compreensivos uns com os outros e teremos que aprender a conviver com menos razões e mais disposição para compartilhar. Marte em Peixes não quer briga, quer união, paz e amor para todos.

Júpiter também rege Peixes então a tendência é que eventuais conflitos de posicionamentos mais inflamados sejam apaziguados diante da vontade maior de se sentir conectado ao outro. Precisamos encontrar maneiras de sobreviver à divisão que os conquistadores tentam nos impor, não somos “coxinhas” versus “mortadelas” nem “azuis” contra “vermelhos”, somos pessoas que vivem numa mesma nação e estão cada vez mais sentindo a dor que essa suposta separação no campo das ideias pode causar e entendendo que todos nós perdemos quando acreditamos que estamos de lados opostos.

Não somos opositores, precisamos de mais espaços para dialogar e unir propósitos, precisamos de tempo para reconsiderar nossos posicionamentos e coragem para entender quando é o momento de abrir mão da razão evoluirmos todos juntos.

Caminhando para as festas de fim de ano, esta lunação nos convidará a reflexões importantes para que possamos manter o clima de paz e amor para além do Natal, incorporando novas atitudes que garantam uma coexistência e uma pluralidade que poderá enfim nos direcionar ao crescimento e expansão, individual e coletivamente.

Esse é o tempo do arqueiro, miremos no que importa.

Astrologia e afetos de vanguarda




Histórias de amor e ajustes amorosos, eu ouço coisas muito interessantes durante as consultas de tarot e astrologia com esse tema. E percebo como esses saberes condensam possibilidades muito mais amplas do que a nossa cultura e senso comum admitem.

Recentemente atendi uma pessoa que estava casada já há alguns anos e apesar de viver nesse casamento tudo que o script manda (dedicação mútua, sucesso profissional e financeiro, viagens, casa própria) estava se sentindo muito insatisfeita. Os filhos desejados, não vieram.

Essa pessoa tinha vários posicionamentos em signos de ar, notadamente Gêmeos e Libra. Os signos de ar tem como característica serem direcionados ao futuro, ao novo e ao diferente, e naquela configuração sinalizava que o novo alimentava o mundo dos afetos, para aquela pessoa a diversidade no campo dos relacionamentos era positiva. Fui me dando conta do quanto aquela pessoa ainda não tinha admitido isso para si mesma.

Perguntei então o que ela achava de ter um relacionamento aberto, numa clara provocação para ver o que ela me diria. Os olhos arregalaram e ela olhou pra mim de volta com um sorriso no canto da boca, disse que era "seu sonho" mas não havia nenhuma chance disso acontecer no casamento dela. 

Conversamos então sobre a relação entre os posicionamentos no mapa dela e essas possibilidades "mais modernas" de ajustes nos relacionamentos, e naquele momento ela se contentou em ENTENDER o porquê de em tempos em tempos ela sentir muita vontade de "trair" o companheiro com pessoas muito interessantes, apesar de nunca ter levado esse desejo adiante. Trair aqui está entre aspas porque na noção de não trair o outro, quem estava se traindo era ela.

Mas entender de onde vinha o seu desejo foi suficiente para ela naquele momento e ela chorou, disse que estava aliviada e que agora via algum sentido na angústia que vinha sentindo.

Pelo nosso senso comum, que internalizamos tão bem, ainda acreditamos que casamento monogâmico é fórmula de sucesso para todos os relacionamentos afetivos, especialmente para mulheres que seriam supostamente mais "emoção" do que "razão" e precisariam se sentir seguras numa relação estável com uma única pessoa.

Pela astrologia não é bem assim, existem na natureza predisposições à monogamia tanto quanto existem predisposições à diversidade.

Eu penso que alguns posicionamentos astrológicos indicam que ainda não temos ajustes afetivos que contemplem toda a pluralidade das possibilidades humanas, nossos modelos de relacionamento são insuficientes e não dão conta da vida real. Muito menos oferecem soluções para quem quer exercer uma responsabilidade afetiva nos quadros que destoam do senso comum monogâmico. 

Nosso senso comum nos faz tão julgadores...

E do meu lado eu fico sempre encantada com o quanto a astrologia, apesar de ser um saber tão antigo, consegue simbolizar tão perfeitamente algo que ainda é visto como vanguarda. 

Será que dia vamos lidar melhor com todas essas possibilidades? 

O que você acha disso?

Intuição e técnica



Eu adoro contar esta história, mas nunca contei aqui. Há uns anos atrás participei de uma oficina de tarot conduzida pela queridíssima Petrucia Finkler, que tem um trabalho lindíssimo com o simbólico e outras habilidades (aqui o blog dela, conheçam: https://www.petruciafinkler.com.br ).

Durante o encontro, ela contou sobre métodos de leituras, possibilidades de interpretação, uso de aromaterapia e outras dicas para abrir a percepção, tudo muito novo e interessante pra mim na época.

Aí ela fez um convite impensável: que nós, os participantes, cedessemos para ela um objeto que estivéssemos usando ali, naquele momento. Seriam colocados numa sacolinha. Todo mundo olhou desconfiado, como assim?

Mas cada um deu alguma coisa, uma caneta, um cristal, um prendedor de cabelo, um brinco...

E aí que todos os objetos pessoais foram misturados ali na sacola e jogados no chão, ficou aquela bagunça de coisas no meio do nosso círculo.

Todo mundo se olhando e não entendendo nada.

Então veio a proposta: cada pessoa deveria fazer uma leitura intuitiva daqueles objetos, a partir do seu ponto de vista no círculo, para a pessoa que estivesse ao lado.

Confesso que achei bem estranho, nunca tinha imaginado essa coisa de ler objetos. Mas chegou a minha vez e fiz uma possível leitura que a pessoa do meu lado achou pertinente.

E aí que chegou a vez da pessoa ler pra mim e eu nunca me esqueço dessa leitura. Ela visualizou uma caneta apontando para o anel de alguém ali naquele aglomerado de coisas, e me disse que eu precisava escrever. Que o que eu tinha de mais importante pra dizer, que dissesse escrevendo, e que surgiriam pessoas que achariam esses textos e me acompanhariam, e que as minhas palavras encontrariam o caminho para dar voz a outras pessoas. Por fim, me disse que a palavra pode curar.

Esta semana eu recebi vários retornos sobre o texto da codependência de pessoas que se identificaram e se sentiram representadas ali nas minhas palavras, e me lembrei dessa história. Eu amo escrever e tenho trabalhos escritos muito bacanas pra contar, como as leis que escrevi em favor das mulheres por exemplo, mas os pequenos textos do dia a dia que tocam aqui e ali e que de vez em quando me fazem receber de volta um carinho de quem sabe do que eu estou falando (escrevendo), é muito realizador.

Eu não sei quem foi essa pessoa que me fez essa leitura tão intuitiva e tão preciosa, mas eu agradeço a ela hoje. E à Petrucia, que me fez perceber o quanto escrever sobre o que eu acredito era algo genuíno e importante pra mim ;-)

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Codependência e Autoimportância

verbenna yin


A CODEPENDÊNCIA tem sido uma tônica bem presente nos meus últimos atendimentos. E como fundamento da psicanálise, só nos chegam (e ficam) os casos que representam situações por onde nós terapeutas já caminhamos, e eu afirmo: esse caminho eu conheço bem.

Esse quadro, também chamado de dependência emocional, geralmente se estabelece entre casais mas pode ocorrer em outras configurações de relacionamento como entre amigos ou entre chefe-funcionário. Tem como tônica a manipulação que é exercida entre uma personalidade mais contundente, e geralmente compulsiva e por isso "dependente", que é satisfeita pela outra personalidade mais permeável e influenciável, a "codependente".

É mais visível quando a dependência da personalidade dominante tem um foco definido: drogas, álcoól, sexo, jogo. Mas existem dependências muito simpáticas e socialmente aceitas, como a dependência do trabalho por exemplo, onde a ausência é entendida como atenção à subsistência da família.

Nesse quadro, a personalidade codependente presta todo o auxílio necessário a que o outro possa exercer livremente sua dependência, é permissiva e muitas vezes lida sozinha com as consequências negativas da ausência, no que geralmente é muito eficiente.

Muitas mulheres vivem essa dinâmica psicológica notadamente em relacionamentos abusivos, por conta do estímulo cultural ao arquétipo feminino de mãe e esposa sempre submissa, disponível e valorosa defensora da família constituída. Nessa programação, muitas mulheres acreditam que seu valor esteja em atender a personalidade dominante do parceiro pois esse esforço dela é não só socialmente esperado como também valorizado. Afinal, a "mulher sábia edifica o seu lar" e as mulheres são especialmente eficientes em manter a organização familiar funcionando muito bem, apesar das atitudes do parceiro abusivo.

Aí que essa eficiência toda parece ser sinal de que tudo vai bem, tudo está sob controle e a visão dos outros nos aprovando confirma a sensação de que está tudo certo.

Até o dependente reconhece: "como seria minha vida sem você?"

"Por isso que eu te amo!"

Mas a que custo pessoal para o codependente?

A custo de muita renúncia, de insatisfação, de desconforto e cansaço físico, oportunidades perdidas... Coisas que nenhum dinheiro compra e que tempo nenhum retrocederá para que o codependente busque de volta os momentos que deixou de viver por si mesmo. Sua melhor energia foi destinada a cobrir os buracos que o dependente deixou, para pagar suas dívidas, para explicar o mal entendido, para reparar o que o outro quebrou e suprir o que ele não quis dar.

Você reconhece esse lugar? Pois é, a codependência é o cenário emocional de muita gente. Mas ele esconde uma dura verdade, que é a nossa necessidade de nos sentirmos importantes. A codependência é a sala da AUTOIMPORTÂNCIA.

Essa palavra eu demorei muitos anos para ouvir e ela faz todo o sentido. O codependente julga que tudo que ele faz é muito importante e que sem isso o dependente não vive. Os fatos externos acabam criando uma confirmação disso, pelo que o codependente segue se esforçando para manter a relação a qualquer custo para si.

No fundo mesmo, o codependente quer ser visto, reconhecido. Ele precisa se sentir valorizado como indivíduo e encontra essa valorização no apoio irrestrito dado ao dependente. O codependente só se reconhece e se valoriza quando abre mão de si e se dedica ao outro, fazer pelo outro é um grande troféu que ele se dá e exibe para todos: "olha como eu sou importante, sem mim o fulano não conseguiria".

Algumas abordagens modernas chamam esse comportamento de "narcisimo invertido", pois o codependente admira a si mesmo, admira seu esforço e comprometimento extremos e sua eficiência em superar os problemas que o dependente cria.

Por isso é tão difícil romper com o ciclo dependência-codependência, afinal se o dependente se vai, como serei reconhecido? Como vou me sentir importante?

Fortalecer a autoestima e a independência podem ser caminhos para resgatar a autonomia nessa dinâmica, mas a consciência da AUTOIMPORTÂNCIA é a chave para transformar ativamente essa situação.

A importância que atribuímos a nós mesmos precisa sair do foco externo do "veja do que sou capaz", que busca o tempo todo confirmar que você vale porque se esforça. O esforço não é a medida da nossa existência.

O que é importante está em se sentir livre para ser o que você quiser, no seu tempo e ritmo próprios. É na liberdade que mora a espontaneidade e a alegria, e é por onde circula o amor próprio que nos dá a medida do que nos une de verdade.

Se você hoje estiver numa relação pesada demais, pare de se esforçar tanto e considere: para quê estou fazendo todo esse esforço? Será que esse preço não é alto demais?

Talvez seja tempo de desfazer amarras e testar novas posturas nos relacionamentos, de sair da posição engessada em que você se colocou para finalmente dançar pela vida com mais leveza e doçura.

Lua Cheia em Gêmeos - 23/Nov/2018

verbenna yin


Neste mês a lua cheia acontece no eixo Gêmeos-Sagitário, com um multiplicidade de aspectos para combinar com a energia dinâmica e versátil da força mercuriana que rege Gêmeos.

Essa lua é alegre, leve, divertida e muito disposta a se conectar com o outro, a ouvi-lo e a dar lugar para que se aproxime e fique. O novo é bemvindo!

O período é ótimo para rever pessoas queridas, estar entre amigos, iniciar novos relacionamentos e ampliar os contatinhos. Tudo tem seu tempo e momento, né amores? Pra quem quer diversificar é uma boa hora :-)

Mas para além desse modo "abertura para o novo", vêm também a proposta de aprendizado dessa lunação que começou em Escorpião, ativou a Vênus e trouxe o tema dos relacionamentos. A lua caminhou e agora está cheia, subindo para a consciência as necessidades que cada um tem nesse tema em especial.

Aí que os aspectos que essa lua cheia recebe dos demais planetas são desafiadores, ou seja, nos impelem a ir além do que conhecemos e julgamos saber até o momento. Sempre é tempo de aprender.

A Lua está em oposição a Mercúrio e Júpiter, indicando que pode haver um excesso de pensamentos e ideias que precisam ser colocadas em ordem, podem ser percepções sobre as relações afetivas anteriores que começam a chegar todas de uma vez. É importante ir organizando essas percepções para que elas façam algum sentido. Júpiter amplia tudo o que toca e nessa posição pode nos levar a uma certa empolgação para sair falando coisas, para contar dos nossos sentimentos ou para nos declararmos a alguém. Aqui cabe um certo ponderamento, procure estabelecer prioridades na sua narrativa para não se perder na hora de se declarar para o crush. Faça bonito!

Essa lua também recebe influência de Marte e Netuno em Peixes, pedindo um certo romantismo e ambiente de sonho para que as questões emocionais possam ser absorvidas. Por mais rapidinho que seja Gêmeos, desta vez tem que dar tempo para incluir flores, palavras bonitas e uma aproximação cheia de charme para garantir que o outro permaneça receptivo. Nada de piadinhas sem graça ou sinceridade total, nesta lua cheia o romance é enfeitado e cheio de imaginação.

Mas o aspecto mais impactante é o Saturno fazendo quincunce à Lua Cheia, o que pode influenciar tanto para o bem como para o mal. Aqui o aprendizado é manter a coerência consigo mesmo e ser assertivo com os seus próprios sentimentos. Está na hora de levar a sério a sua vontade de se conectar afetivamente e viver plenamente essa área da sua vida. Não se trata de se comprometer seriamente com o outro, mas antes disso, de se comprometer seriamente em atender você mesmo na sua necessidade de trocar afeto e se sentir amado.

Quando negamos essa necessidade, podemos vivenciar relações menos comprometidas onde nos sentimos preservados em nossa intimidade, mas que no fundo não permitem que a gente chegue naquele nível de troca com o outro onde eu posso ir além e experimentar algo realmente novo.

Este Saturno vem ensinar que o compromisso real é com você mesmo e que o outro detém a energia pra fazer essa ponte com a gente mesmo de volta. A presença do outro na nossa vida é o que nos permite ir além e para romper com nossos próprios limites, entendendo melhor as defesas que sempre usamos e que talvez não precisemos mais, para afinal superar as autossabotagens que nos impedem de sermos felizes no amor.

Até quando você vai ficar fugindo de uma relação legal pra você quando a coisa começa a sair do superficial, criando motivo pra se afastar de quem gosta de você?

O quanto você nega pra si mesmo que sofre com essa atitude?

A afetividade consciente, mais que um compromisso com o outro, é um compromisso consigo mesmo. E quando a gente tem maior consciência desse compromisso interno com a nossa própria afetividade, a gente passa a respeitar mais a aproximação do outro e valorizar a presença do outro na nossa vida.

Os astros nos fazem esse convite hoje, tenha fé e acredite no poder do vínculo que move a energia geminiana na direção da expansão. Com certeza será muito especial se manter aberto para que esse novo outro se aproxime, permaneça ao seu lado e te permita vivenciar todo o potencial da sua afetividade.

Vênus em movimento direto


verbenna yin


Vênus concluiu a retrogradação, em sua dança celeste retomou o curso direto e percorre agora o trajeto de Libra à Escorpião, simbolizando em nós um movimento confiante que reconhece o desejo de conexão com o outro e a necessidade de transformar o medo de se relacionar e os reflexos condicionados pelas experiências anteriores.

Este será um tempo para desapegar das memórias ruins e dar uma chance para que novas ligações se estabeleçam.

E a conexão em si mesma é um poderoso recurso de transformação; como uma reação química, nossa passagem pela vida do outro tem potencial para mudar as duas histórias.

Quem cruzou seu caminho na semana passada quando Vênus retomou o curso direto?

Preste atenção aos sinais, durante os próximos 15 dias pode acontecer um encontro pra lá de impactante onde será possível sentir todo o potencial transformador de uma nova história afetiva - que pode começar a se desenvolver nestes últimos graus de Libra.

Quando chegar ao território da Fênix, Vênus será testemunha de que qualquer centelha pode surpreender. Na presença do elemento certo, a pequena centelha ganha vida e pode virar uma chama brilhante, irradiante, cheia de energia e inspiração para compor uma nova página da nossa história.

Alinhamento Vênus e Urano

verbenna yin


Neste mês de novembro estamos vivendo coletivamente um alinhamento bem interessante: a oposição entre Urano e Vênus. Tradicionalmente, o planeta mais distante exerce influência sobre o mais próximo, assim Vênus é dominada pelos eflúvios de Urano e essa tendência se manifesta em nós nas experiências do dia a dia que envolvam relacionamentos, finanças, autoestima e imagem.

Os planetas são significadores de atitudes e Urano simboliza o rompimento com as estreitezas que nos mantém apertados num lugar comum. É um planeta diferenciado, enquanto todos os outros giram no seu próprio eixo verticalmente, ou inclinado como a Terra, Urano tem um eixo horizontal, ele gira “deitado”. 

Por isso filhos de Urano são geralmente taxados de “do contra”, são os rebeldes que não se conformam com a realidade estabelecida e acabam por se orientar em direção ao futuro sendo visionários de novas realidades.

Urano entrou em Touro este ano, está retrogradação agora mas vem desde maio propondo uma reflexão mais aprofundada sobre as nossas tradições culturais, muitas pessoas tem sentido esse movimento como um retorno do conservadorismo e uma necessidade de se sentirem seguros naquelas regras que “sempre funcionaram”. 

Este é um contato inicial dessa energia uraniana no território taurino, a tendência é a ruptura se manifestar quando superarmos esse momento de revisões culturais pois novos pontos de vista não podem mais ser ignorados. Estamos de fato vivendo tempos onde não se justificam mais certos conservadorismos e mesmo que haja um esforço para voltarmos às formas de antigamente a geração atual não sintoniza mais com essa maneira de pensar. 

Urano traz a vanguarda da arte, do pensamento e da cultura. E ninguém impede o passo desse Titã precursor do tempo, é nele que está o caos enquanto caldeirão de todas as novas possibilidades.

Vênus já é uma energia mais estável, nos move à conexão e ao sentimento de pertencimento, impulsionando os vínculos emocionais que nos fazem sentir seguros, valorizados e amados. Quando nos sentimos valorizados, lidamos melhor com os afetos que se estabelecem nos relacionamentos e, consequentemente, com o valor do nosso trabalho, indicando uma maior fluência no setor financeiro como reflexo do merecimento e da estima própria.

Essa oposição entre Urano e Vênus traz uma certa tensão para a conversa entre os dois planetas e é Vênus quem sente a necessidade de “romper para crescer” que vem de Urano. Lembrando aqui que Vênus está em período de retrogradação, numa sinergia cósmica que indica como o tempo atual é de revisões mesmo para entendermos melhor o que se passa com as nossas emoções e como podemos nos relacionar melhor entre todos.

Então a tendência desse alinhamento é reproduzirmos na nossa área afetiva essa mesma tensão planetária, podemos passar por um período de turbulências nos nossos relacionamentos onde será importante revermos onde estamos estagnados, onde nossos afetos nos seguram em cenários emocionais estreitos e sem possibilidades de crescimento, onde vivemos sempre as mesmas coisas.

Também é possível que a gente se sinta um tanto incomodado com a nossa autoimagem, pode vir aquele ímpeto de mudar o cabelo, contratar um procedimento estético ou considerar um novo estilo visual que componha melhor com nosso momento de vida. Tudo isso é válido e pode ajudar a criar uma coerência externa para as mudanças que já devem estar acontecendo do lado de dentro. Às vezes a gente vendo fora consegue perceber melhor o que acontece dentro, porque tudo está interligado e mundo interno e externo são uma coisa só.

Outra possibilidade interessante desse alinhamento é a percepção do quanto estamos seguindo para uma padronização dos referencias de beleza, criando modelos estáticos e limitados que não contemplam toda a nossa diversidade humana. Em tempos de botox, chapinhas e sobrancelhas arqueadas, Vênus está cansada desse modelo único: está na hora da gente avaliar se os procedimentos estéticos não estão criando um exército de pessoas fisicamente parecidas, com feições adaptadas para atender uma certa “perfeição” mas que no fundo as deixa todas igualadas, sem expressão própria e distantes da sua autenticidade.

O recado é pra gente buscar a beleza sim, pois Libra e Touro são signos que prezam por esse aspecto em especial. Mas é uma beleza que tem a ver com a originalidade, com a liberdade de ser genuíno e mostrar ao mundo sua beleza real sentindo-se bem com isso. Fortalecer a autoestima então é essencial pra gente pode se mostrar com a nossa beleza real sem se sentir julgado, comparado ou reprovado. A Vênus libriana tem lugar para todos os modelos e formas diversas. A hora é de desenvolver autoconfiança e uma certa ousadia pra gente se mostrar ao mundo em todas as nossas cores, ainda que fora dos padrões enaltecidos pelo senso comum.

E você, já percebeu onde o alinhamento Urano-Vênus te toca?

Lunação de Escorpião - nov/2018

Verbenna Yin


A lunação de Escorpião acontece com Sol e Lua alinhados no signo das águas profundas e no território do inconsciente fascinante e brutal. É desse lugar que nascem os desejos, os impulsos que nos movem perante a vida, a necessidade de sobrevivência a qualquer custo e a sede de se vincular emocionalmente com o outro.

A união do Sol com a Lua faz nascer em cada um o desejo de ir mais longe, superar a observação comum e ir descortinando aspectos da realidade que até então eram desconhecidos. Talvez sejam aspectos sobre si mesmo que precisam ser vistos e trabalhados.

O que você tem descoberto a seu próprio respeito e que nunca havia prestado atenção antes?

Será que posso continuar sendo a mesma pessoa e fazer as mesmas coisas de antes agora que sei certas verdades sobre mim?

Em Escorpião a verdade se apresenta completamente nua, sem qualquer artifício ou enfeite, sem eufemismos. Teremos que lidar com essa visão da verdade e daí pra frente tudo toma outra forma, as formas antigas não servem mais. A verdade é transformadora porque nos obriga a um novo posicionamento diante do que foi assimilado, é impossível voltar atrás e a única opção é o desprendimento da situação anterior.

A lua nova se alinha também com Netuno em Peixes, evidenciando que o desejo é de se conectar profundamente com a humanidade que vemos refletida no outro. É na conexão e na solidariedade que nos reconhecemos humanos, valores que são sustentados pela consciência pisciana.

Netuno nesse posicionamento dará o tom dessa lunação, nos inspirando a compor vínculos onde podemos nos sentir aceitos de verdade, sem precisarmos ficar maquiando nem escondendo nada, onde há liberdade para sermos vulneráveis e nos entregarmos ao outro por vontade própria, sem medo.

O inconsciente, simbolizado pela lua, é esse lugar escuro e turvo da nossa mente, onde a visão das coisas é distorcida. Aqui a lua pede para nos esforçarmos a fim de ver o mundo como realmente é e as pessoas com suas reais motivações. Talvez estejamos cercados de pessoas que não respeitam nossa vulnerabilidade, nossa humanidade, e aí pode ser a hora de desapegarmos das etapas já cumpridas que essas pessoas representam.

Quando assimilamos certas verdades, conseguimos nos desprender das pessoas e situações que finalmente conseguimos ver em todas as suas cores e numa atitude de autopreservação vamos nos movendo para outras paragens, longe daquilo que impedia nosso crescimento.

Nesta lunação, o desapego é a chave para continuar o seu curso com liberdade, seguindo um estado permanente de fluxo com a vida. Como se flutuando na água, sendo levado por ela. Confie e aproveite o mergulho.