quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Estrelas da História - Camille Claudel

Camille Claudel


Hoje vamos falar de Camille Claudel, escultora francesa de grande talento que despontou na Belle Époque francesa (início do século XX) produzindo obras de senso estético muito refinado e original, que refletiam o intenso desenvolvimento das artes em novos estilos como a Art Nouveau na arquitetura e o Impressionismo na música e na pintura, ao mesmo tempo em que as cidades se iluminavam com a recente invenção da iluminação elétrica.

Camille era Sagitariana, nasceu em 08/12/1864 e seu mapa já foi retificado com boas evidências documentais. Tinha o Sol conjunto a Júpiter em Sagitário em ângulo harmônico com o Meio do Céu em Leão, posicionamento que predispõe aos talentos artísticos e notadamente a uma habilidade manual privilegiada, com uma coordenação motora fina mais controlada e conectada à beleza. Este também é um posicionamento que indica uma figura paterna favorável e benfeitora.

A menina Camille gostava da leitura mas teve acesso a uma educação restrita na infância, pode apenas aproveitar a biblioteca da família para atender a conjunção Sol/Júpiter que é sempre mais ávida por conhecimento. Mas desde a infância Camille já demonstrava um interesse especial para a escultura, o que pode ser explicado por Mercúrio e Vênus em Capricórnio na Casa 3 combinados com Plutão em Touro, ativando o recurso sensorial do tato em adição ao talento artístico.

Aos 12 anos, a família se mudou para a cidade de Nogent-sur-Seine, cidade conhecida pela cerâmica e argilas de qualidade, onde Camille passou a adolescência já produzindo algumas esculturas de forma autodidata e que rapidamente ganharam a atenção de um escultor de renome na época, Alfred Boucher.
Em 1881, Camille se mudou com a mãe e os irmãos para Paris e ingressou na Academia Colarossi onde passou a ter aulas semanais com Boucher por cerca de 2 anos até que ele decidiu continuar sua formação na Itália e quem assumiu as aulas foi August Rodin.

Camille tinha cerca de 19 anos quando conheceu Rodin em 1883, tendo sido sua aluna e posteriormente sua modelo e colaboradora artística em várias obras - como em Os Portões do Inferno, uma escultura grandiosa que reproduz o Inferno de Dante e que Rodin produziu durante o período em que conviveu com Camille.

Rodin e Camille se envolveram afetivamente e apesar dele ser casado, Camille aos 24 anos mudou-se para viver sozinha perto do seu estúdio e o período em que estiveram juntos foi também o período de maior produção de Rodin. Camille também se tornou conhecida pela produção de esculturas muito vivazes, com corpos musculosos e ativos e simulando movimentos, sendo possível identificar as colaborações de Camille nas obras assinadas por Rodin.

Esse estilo mais vivo e sensual de suas produções pode se sustentar no ascendente em Escorpião, acompanhado do Nodo Norte e o vértice de um Yod todos nesses mesmo ponto do mapa, em oposição ao Plutão em Touro. Nesse eixo Touro-Escorpião, fica ativado o magnetismo, a presença marcante e a sensualidade aflorada. Complementando essa composição, o Yod tem suas bases em Marte em Gêmeos na Casa 8 e a Lua em Áries na Casa 5, duas posições que ativam a energia da sexualidade e o fluxo criativo da libido para ser expressado na intensidade escorpiana do ascendente.

Essa intensa carga de energia psíquica de Casas 5 e 8 com vazão pelo ascendente também está associada a desequilíbrios importantes como os quadros de bipolaridade e transtorno borderline, pois confere muita energia criativa, compulsividade importante, acessos de fúria e tensão emocional evidente.

Após alguns anos de intensa convivência, aos 28 anos (retorno de Saturno) Camille sofreu o abortamento de um filho de Rodin em 1892 e o casal se afastou no ano seguinte. Camille passou a viver e trabalhar sozinha em seu próprio estúdio mas continuou produzindo, suas obras mais conhecidas são dessa fase - como “A Valsa” e “A Era da Maturidade”.

Aos 34 anos Camille e Rodin se afastaram definitivamente depois que ele viu “A Era da Maturidade” - essa é uma escultura emblemática em que uma mulher está de joelhos vendo um homem sendo levando embora pela morte. Rodin viu nessa obra algo de biográfico e apesar da peça ter sido encomendada pelo governo francês que financiaria a fundição em bronze e o pagamento da artista, ele conseguiu impedir o processo de produção. A obra só pode ser finalizada com recursos privados em 1902.

Nessa época, Urano estava em trânsito sobre o Sol natal em Sagitário e esta é uma influência que tensiona demais o estado mental, podendo causar episódios maníacos e surtos psicóticos.

A partir desse evento, Camillle passou a reclamar que estaria sendo impedida de trabalhar por Rodin, que ele se apropriava de suas obras e a perseguia. Passou também a ficar mais e mais reclusa em seu estúdio e frequentemente tinha acessos de raiva e quebrava suas próprias produções. Camille ficou desacreditada e recebia cada vez menos encomendas de trabalho, sendo sustentada em Paris por seu pai.
Porém, em março de 1913 o pai de Camille morreu e uma semana depois disso seu irmão Paul Claudel a internou contra a sua vontade num hospital psiquiátrico, se apoderando de todas as suas obras e pertences, incluindo suas roupas, no início do trânsito de Saturno pela Casa 8 onde ela tinha Marte em Gêmeos – crueldade.


Camille Claudel


Em 1914, por conta da guerra, Camille foi transferida para uma outra instituição na qual deu entrada já diagnosticada como esquizofrênica por sofrer de delírios persistentes de perseguição. A família proibiu as visitas e as cartas e ela somente poderia falar com o irmão, que a visitou poucas vezes. Nesse ano não só Saturno estava já assentado na Casa 8 como também Plutão fez conjunção com Urano natal também na Casa 8 e ativou negativamente Saturno na Casa 12 em Libra, criando uma situação de dependência completa e aprisionamento.

Camille passou o resto da vida institucionalizada apesar de haver um esforço dos médicos para que ela retornasse ao convívio familiar por não considerá-la um caso de internação e haver inclusive quem duvidasse do diagnóstico inicial. Com um quadro de desnutrição, Camille morreu de AVC em 19/10/1943 após viver 30 anos em confinamento.

No dia de sua morte, Saturno estava no mesmo ponto do início da internação de 1914, fechando um retorno autônomo desse evento e liberando finalmente a artista quando o Sol se alinhou ao Saturno natal iluminando os portões da Casa 12.

Apesar de tanto esforço para apagar sua trajetória artística, as obras de Camille hoje estão expostas no Museu Rodin em Paris e também no seu próprio Museu na cidade onde despontou como escultora, Nogent-sur-Seine.

Camille Claudel AVC


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