Uma curiosidade do meu trabalho é notar como diferentes abordagens chegam no mesmo lugar. Quando se trata de relacionamentos, as histórias das pessoas confirmam tanto a visão da astrologia quanto a da psicologia analítica de Jung na questão da potencialidade que surge dos encontros amorosos.
Na astrologia, os signos são RESULTADOS da apresentação dos elementos na natureza. Por exemplo, o elemento água possui uma manifestação de qualidade cardinal (água salgada), fixa (água doce) e mutável (vapor) e por isso temos 3 signos de água: Câncer, Escorpião e Peixes. Cada signo tem sua peculiaridade, mas os três têm os traços do elemento água – e isso se repete com os demais elementos.
Pessoas de água podem ser passionais, muito presentes e dedicadas nos relacionamentos, priorizando as relações acima dos outros aspectos da vida. A queixa mais comum de pessoas de água são justamente os relacionamentos, algo acontece que as relações não duram o quanto esperavam ou se dedicaram para que durasse, ou que a outra pessoa seria distante e não se mostre tão interessada na relação quanto elas - características mais presentes em pessoas do ar e da terra, por exemplo.
Mas são justamente essas contraposições que nos permitem ir além no nosso desenvolvimento individual. Uma pessoa de água tem muito a aprender com uma de Ar: há outras fontes de contentamento na vida além dos vínculos afetivos; os ciclos podem ser mais rápidos e a vida é curta para viver apenas uma experiência; podemos existir em outras formas e para isso há que se ter liberdade para experimentar o diferente. Também tem muito a aprender com uma pessoa de Terra: a necessidade de limites claros, de tempo para se relacionar e tempo para outras coisas; não se vive só de sonho, a realidade se impõe e se relacionar exige tempo e responsabilidades, pagar contas, manter um lar, dar exemplo, etc.
Do seu jeito mas seguindo a mesma linha, Jung teoriza a respeito dessa misteriosa atração que ocorre entre pessoas de tipos psicológicos diferentes e que tem muito a aprender uma com a outra. Ele classifica as pessoas em tipos de acordo com a orientação predominante na adaptação ao mundo, que correspondem a 4 tipos psicológicos que se atraem inevitavelmente em duplas: os tipos Intuição (Fogo) e Sensação (Terra), e os tipos Pensamento (Ar) e Sentimento (Água).
Cada tipo psicológico tem suas características naturalmente em desenvolvimento na consciência (muito similares às características astrológicas, aliás) e também tem as características não desenvolvidas que ficam no ambiente da sombra, no inconsciente. Esses traços não desenvolvidos, ocultos, correspondem justamente às características conscientes da sua dupla e é essa busca pela completa realização que move a escolha amorosa: por projeção, identificamos alguém do tipo oposto e esse encontro traz o potencial de desenvolvimento dos traços que estavam inconscientes em cada parte.
Nessa visão, os conflitos de relacionamento são bemvindos. São essas contraposições, que a princípio nos contrariam quando muito pronunciadas, que nos estimulam a irmos além rumo à totalidade psíquica. Alimentar essa descoberta mútua nas relações cria uma sinergia muito especial, que resulta no desenvolvimento individual de cada parte e TAMBÉM no alcance da parceria – produzir e concretizar.
Eu acho essas correspondências astrológicas e psicológicas lindas demais. E você?
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