sábado, 6 de fevereiro de 2021

La Mariposa



Vamos suavizar a relação que temos com a gente mesma?

Você não tem que dar conta de tudo, a vida não se resume a conquistas imprescindíveis - o mundo é que se organizou de uma forma que as conquistas determinam valor às pessoas. Especialmente, nossa cultura exige demais das mulheres e nós mesmas podemos internalizar essa cobrança nos julgando o tempo todo, querendo oferecer mais, como se já não estivéssemos fazendo o impossível.
Suavize.

Não deixe para desfrutar de si mesma só depois de conseguir isso ou aquilo. Antes disso, dedique-se ao que estiver ao seu alcance ainda que seja um pequeno passo de autocuidado ou a permissão para se alegrar e sorrir agora. Confie no tempo e os desejos se concretizarão, mas não abra mão de você.
Deixo aqui um trecho do Capítulo 7 do livro "Mulheres que correm com os Lobos", da maravilhosa Clarissa Pinkola Estés, que prepara a leitura para o conto de La Mariposa:

"A natureza selvagem jamais defenderia a tortura do corpo, da cultura ou da terra. A natureza selvagem jamais concordaria em açoitar as formas com o objetivo de provar valor, "controle" ou caráter, de tornar essas formas mais agradáveis ao olhar ou mais valiosas em termos financeiros.

Uma mulher não pode tornar a cultura mais consciente apenas com a ordem de que ela se transforme. Ela pode, no entanto, mudar sua própria atitude para consigo mesma, fazendo com que as projeções desvalorizadoras simplesmente ricocheteiem. Isso ela consegue ao resgatar seu corpo. Ao não renunciar à alegria do seu corpo natural, ao não "comprar" a ilusão popular de que a felicidade só é concedida àqueles de uma certa configuração ou idade, ao não esperar nem se abster de nada e ao reassumir sua vida verdadeira a plenos pulmões, ela consegue interromper o processo. Essa dinâmica do amor-próprio e da aceitação de si mesma são o que dá início à mudança de atitudes na cultura."

Quem já leu este capítulo do livro?

Me conta nos comentários o que você pensa disso.

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