sábado, 9 de junho de 2018

Sonho e desejo




No sonho realizamos aqueles desejos que não puderam ser ditos nem reconhecidos.

O desejo é o movimento interno do indivíduo na direção de uma satisfação que não foi atendida ainda, seja porque não conseguimos entendê-la ou porque estamos tão envolvidos com certas áreas e demandas da vida pessoal que não há atenção para percebê-la.

No desenvolvimento psíquico, à medida que vamos crescendo em idade vamos também percebendo objetos que atraem nossa atenção e que nos mobilizam à sua conquista: pessoas amadas, situações, posições sociais, objetos, patrimônio, lugares diferentes...

Qualquer que seja o objeto do nosso desejo, ele simboliza uma satisfação não atendida, uma necessidade de ser contemplado que ainda não teve chance de se concretizar.

Mas às vezes o desejo é incoerente com nosso momento de vida e "não combina" com a pessoa que temos sido. O desejo é inconveniente.

Por isso ele pode ficar escondido de nós, não aceitamos que aquela satisfação seja importante e deixamos "pra lá". Mas esse material não é descartado nunca, fica guardadinho no nosso inconsciente e quando há uma brecha a comunicação do desejo acontece quando o nosso racional não consegue mais impedir nem nos defender - quando dormimos.

Quando não conseguimos atender nossos desejos mais genuínos, eles retornam e se comunicam conosco na forma de sonho. É no sonho que acontece essa conversa íntima e pessoal de nós com a gente mesmo, onde o nosso inconsciente tem a chance de mostrar aquilo de que realmente precisamos para viver, o que vale a pena viver para experimentar.

Mas essa conversa não é pela lógica ou pelo racional, ela acontece no nível do simbólico e é através das imagens que o desejo se manifesta. Se estivermos atentos aos nossos sonhos, podemos entender melhor o que é que o nosso ser interno quer comunicar pra nós.

Acolher os sonhos é o melhor caminho para entender o que realmente precisamos viver para encontrar satisfação interna e nos sentirmos contemplados pela existência.

Nem sempre é fácil entender o que o sonho quer dizer, às vezes o mundo simbólico é cheio de mistérios e caminhos intrincados. Nesse caso é importante que você seja acompanhado no seu processo por um terapeuta que possa te acompanhar nesse desbravamento dos territórios psíquicos do sonhar e você possa finalmente entender o que seu inconsciente está de comunicando.

E atenção: quanto mais o sonho se repete, mais urgente é a necessidade de atender aquele desejo.

Então se você anda sonhando muito com um determinado assunto, não deixe passar a oportunidade de viver aquilo que seu sonho está te mostrando. Essa será uma experiência que ajudará a transpor uma etapa importante do seu desenvolvimento pessoal e certamente refletirá na expansão da consciência para começar novas etapas de vida.

quarta-feira, 6 de junho de 2018

A verbena e o tarot

O uso ritual das ervas para conexão espiritual é uma prática ancestral, cada civilização tinha uma forma de utilizá-las dentro do seu contexto e momento histórico e alguns usos perduram até os dias de hoje ainda nas metrópoles urbanas.

É o caso da verbena, essa plantinha mágica ligada aos mistérios do profundo feminino.

verbena tarot


A verbena é uma planta cítrica, com perfume muito fresco que imediatamente nos remete ao ideal de limpeza. E não é para menos, a verbena era utilizada desde a época do império romano para realização de cerimoniais de limpeza energética pois os guerreiros, quando voltavam das campanhas do exército para suas vilas e cidades de origem, não podiam passar pelos portões da cidade sem antes receberem um banho de verbena preparado pelas mulheres.

Acreditava-se que a energia mais masculina e agressiva de Ares, o Deus da Guerra, somente seria neutralizada pela energia feminina e delicada da verbena, permitindo que aqueles guerreiros entrassem na cidade limpos do peso da guerra.

Na cultura celta também se registra o uso ritual da verbena pelos druidas, que faziam defumações dos lugares sagrados com essa erva e faziam infusões e preparados com verbena para desenvolver dons de profecia, contato com espíritos e iniciações.

E daí em diante a verbena é uma das ervas mais usadas em rituais para limpeza energética por vários povos, tanto in natura como também em chás, perfumes e incensos.

Mas eu gostaria de comentar que a verbena é muito especial para limpeza das cartas usadas para tiragens de tarô.

Como todos sabemos, para uma consulta de tarô o consulente irá escolher ele mesmo as cartas, irá embaralhá-las, segurá-las, e assim acaba por impregnar nas cartas a sua própria energia. Essa impregnação é muito importante pois cria um elo entre a mente do consulente e as opções simbólicas do tarô para que o inconsciente se manifeste e a ponte com o mundo interna se estabeleça.

Porém quando a consulta termina, é muito importante que a energia daquela consulente seja esvaziada das cartas para que numa próxima leitura a pessoa seguinte possa realizar o mesmo processo de impregnação.

Nesse sentido é muito interessante promover uma limpeza energética do tarot com o uso da verbena em forma de incenso, aspergindo a fumaça formada sobre as cartas e deixando que os elementos promovam a desimpregnação das energias fixadas nas cartas.

verbena tarô


E essa desimpregnação vale para ambientes também, para depois daquelas visitas inadequadas, para elevar a vibração de um ambiente, para depois de uma temporada de doença no quarto, e até mesmo para eliminar rastros energéticos de quem morou antes na casa.

A verbena tem poder de pacificar energeticamente os eventos acontecidos até ali para que parem de vibrar, eliminando resíduos de agressividade e raiva e promovendo um ambiente mais tranquilo e com vibrações mais estáveis.

Experimente!

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Por que Verbenna Yin?

Muita gente me pergunta por que adotei esse nome, Verbenna Yin.

Meu nome de batismo é Valéria, e eu fui Valéria durante mais de 30 anos. Mas depois dessa idade entrei numa forte transição de vida, revi minhas escolhas e percebi o quanto meu caminho estava distante de quem eu era de verdade. Como voltar ao rumo certo?

Foi então que passei a me reconectar com a minha essência, estudar as bioenergias, os símbolos e os processos inconscientes, e durante as formações fui iniciada nas artes terapêuticas e me foi dado esse nome: Verbenna Yin.

verbena

A Verbena é uma plantinha pequena que floresce em grupos, e desde a antiguidade está associada às artes da cura e da limpeza de energias "agressivas".

Na Roma antiga, os soldados que voltavam das campanhas de guerra não entravam nas suas cidades sem antes receber um banho de verbena dado pelas mulheres. Acreditava-se que a energia que os acompanhava nas guerras constantes precisava ser limpa e ficar do lado de fora, para só então os guerreiros poderem voltar para suas casas.

Na Idade Média, a verbena era utilizada para como medicamento para dores e calmante para nervos aflorados, sendo também indicada para revitalizar as mulheres no pós parto e até para aumentar a produção de leite materno - o que lhe conferiu o nome popular de "Erva de Vênus".

O óleo essencial de verbena é utilizado atualmente para tratamento de arritmias cardíacas e limpeza do fígado, sendo também um dos florais do Sistema de Bach indicado para equilibrar os corações mais valentes.

Complementando o novo nome chegou a expressão "yin", do conceito oriental de "Yin" e "Yang" - as polaridades feminina e masculina, negativo e positivo perfeitamente integrados para que o mundo concreto se manifeste.



O Yin corresponde ao princípio feminino e veio num momento em que eu passei por um profundo processo de ressignificação do feminino para mim mesma,  deixando para trás uma identidade pautada em conceitos culturais equivocados para aceitar plenamente minha natureza feminina.

O resultado foi um transição de carreira, depois de 23 anos no mundo corporativo eu abracei a missão de cuidar e acolher as irmãs do caminho que, como eu, precisam se reencontrar com sua essência e resgatar a alegria de serem mulheres.

Ambos os nomes vieram confirmar uma direção para que eu pudesse praticar os conhecimentos e treinamentos que recebi, no resgate do Feminino Sagrado e da essência feminina em cada mulher que se encontra comigo para curar a si e a sua linhagem.

É uma honra sustentar este nome como uma confirmação de todo o caminho percorrido, hoje sem dúvida é assim que me reconheço: Verbenna Yin.

Muito prazer!

verbenna yin

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Trígono de Água - Maio 2018

A Lua passou por Escorpião ativando um trígono de ÁGUA poderoso entre Netuno, Júpiter e Vênus que vai se manter por ainda mais 10 dias no ar.

Este é um tempo para ouvir o coração, dar lugar aos sentimentos e procurar enxergar com os olhos internos, porque os tempos são de confusão e encortinamento do real.

Netuno é o planeta que dará o tom desse alinhamento, nos lembrando que às vezes a visão pode ficar turva e enevoada e talvez não possamos confiar no que vemos, mas o coração livre pode sempre reconhecer a verdade que vibra no amor. O tempo é de SENTIR.

Por estar em Peixes, teremos a chance de perceber como nossas emoções, por mais que nos fragilizem, são um dom precioso para acessarmos a verdade mais profunda em cada um de nós e que há momentos em que temos que aceitar essa vulnerabilidade porque é isso que nos torna humanos.

É na fragilidade que nos damos conta do quanto cada ser é valioso e merece ser cuidado e sustentado, e que estamos juntos compartilhando este planeta porque seremos nós a cumprir essa linda tarefa de permitir que cada Ser possa florescer em todo seu potencial e beleza.

Vênus em Câncer nos lembra da importância de cuidar e acolher, tanto o outro como a nós mesmos. Quem ama protege porque sabe da preciosidade e do valor único que cada Ser possui em si.

E Júpiter em Escorpião nos faz esse convite de ultrapassar as fronteiras da segurança e nos movermos mais para o fundo, entrando em contato com nossos territórios psíquicos ainda inexplorados e permitindo que os medos e desconfianças ainda mais profundos se manifestem e sejam reconhecidas.

Não desista do amor. Acredite na receptividade, na compaixão, na aceitação e na delicadeza.

Já dizia o escritor russo Dostoievski: "A beleza salvará o mundo".

Enquanto pudermos encontrar em nós essa força para compartilhar o amor que existe em cada um e sustentarmos uns aos outros, nos salvaremos.

Como a flor de lótus que segue confiante sua missão sendo uma joia perfumada mesmo crescendo no lodo, sejamos nós também fieis à nossa natureza humana amorosa e compassiva mesmo diante das adversidades e falta de clareza do mundo externo.

E para quem se sentiu tocado por este alinhamento, faço um convite especialmente para que eleve uma prece pelo bem comum e pelo amor universal ou mentalize o mantra OM MANI PADME HUM nos horários 9h, 16h e meia noite quando o trígono estiver mais forte.

Este mantra evoca a energia da mestra Kuan Yin, deusa da misericórdia e da compaixão. Diz a lenda que ela teria sido humana e após concluir sua vida neste planeta negou-se a continuar sua jornada de evolução espiritual enquanto ainda houvesse alguém padecendo os sofrimentos da humanidade, ao  que se dedica a amparar e acolher amorosamente a todos que a por ela chamarem. Seu símbolo é a flor de lótus e sua cor é púrpura.

Qualquer que seja sua fé, una-se a este alinhamento planetário que tem grande potencial de ancorar o amor universal, cada um ajudando a captar e a manter essa energia aqui no nosso planeta.


segunda-feira, 19 de março de 2018

Lunação de Peixes



Começamos no último dia 17/03 a lunação de Peixes, o ciclo lunar que tem início no ponto onde o centro do Sol e da Lua se encontram em alinhamento energético em relação à Terra.

Peixes é um signo feminino, que traz até nós a consciência da harmonia na convivência através da amorosidade nas relações consigo mesmo e com os outros.

Do elemento água, o signo de Peixes é a sua face oculta, o mistério da evaporação e da transmutação das formas. Em Peixes as coisas não são claras, tudo fica enevoado peça cortina de fumaça da água que dança pelo ar.

É preciso fechar os olhos para ver pois o que se busca está do lado de dentro, e não fora.

A Lua Nova aconteceu em 27 graus do signo de Peixes, em trígono com Júpiter em Escorpião. Toda a delicadeza da forma da água estará ampliada pela sintonia com os eflúvios jupiterianos e a água escapa pelos dedos das mães e pequeninas gotas de vapor: tempo de deixar a água correr, escorrer, chorar e fluir.

Mas Júpiter está retrógrado, então esse fluir vai encontrar muitos obstáculos querendo interromper o fluxo livre dos sentimentos e das águas internas. Pode ser que por um tempo o choro seja engolido, que o leite seque, que a saliva amargue.

Mas não adianta represar, as águas têm vontade própria e seguem seu caminho rumo ao mar, ao oceano inconsciente da criação. É para lá a direção desta lunação, para nosso inconsciente mais escondido.

É lá no fundo escuro do nosso inconsciente, pessoal e coletivo, que se encontram os mistérios da energia feminina, esses mistérios que a conjunção Peixes/Escorpião pede que sejam revelados e libertos.

Mas aquilo que não vemos com os olhos dos sentidos nos dá medo, no escuro as visões amorfas nos assustam. Nessa escuridão profunda é o território não é mais do racional mas sim do sentir, pois o elemento água tem correspondência com as nossas emoções.

Em Peixes, todas as formas se modificam: o tempo é de transformar o feminino através das nossas emoções.

Enquanto os mistérios femininos forem temidos, as mulheres sofrerão com a ignorância e o medo que o senso comum tem dessa potência geradora da criação. Porque as águas são o berço das formas, toda vida vem da água.

A Lunação de Peixes pede que a gente rompa o véu e atravesse nossos portais internos rumo ao inconsciente. Pede-nos para vencer o medo e ir ao encontro dessa mulher selvagem, para sentir sua energia pulsante, para libertar em nós essa força primitiva, ancestral e poderosa.

Toda a potência dessa energia amorosa que cria, renova e cura está escondida nas águas internas de cada um.

E todos nós, homens e mulheres, temos essa potência feminina dentro de nós e os céus estão pedindo que olhemos pra dentro e façamos as pazes com o nosso feminino.

Vamos criar em nós uma nova identidade que contemple os atributos femininos em todos, que dê lugar à delicadeza e à amorosidade como competências e não mais como fraquezas. Atravesse os obstáculos internos que querem represar a sua água, liberte o fluxo dos sentimentos que estão insistindo em subir à tona.

Não é preciso mais ter medo de se mostrar em sua face delicada e amorosa, apenas sinta profundamente suas águas internas vindo desde o centro para a superfície e deixe sair esse sentimento que nos une a todos e nos torna uma grande família. Vença o medo e mostre seu amor.

DICA FLORAL: Rock Rose/Star of Bethlehem

Verbenna Yin
Astros - Tarot - Psicanálise

terça-feira, 13 de março de 2018

A Maternagem à luz da Astrologia

verbenna yin


As nossas histórias de maternagem, ou seja, o que pudemos apreender da relação entre nós e figura materna, está registrada no nosso mapa astrológico de nascimento. É esse posicionamento que influenciará que tipo de atitudes da figura materna ressoam em nós de forma positiva ou não tão positiva.

Maternagem é um termo da psicanálise que se refere à qualidade do cuidado que recebemos da nossa figura materna na primeira fase de vida, logo ao nascermos.

Aqui vou usar o termo "figura materna" porque às vezes corresponde à mãe biológica mas em outras histórias essa função é exercida por outra pessoa, uma tia, uma avó, uma madrasta ou até mesmo um homem.

Às vezes a figura materna fez tudo o que estava ao seu alcance durante a maternagem, mas para nós aquele "tudo" não foi o suficiente. Nossa necessidade pode não ter sido entendida pela figura materna, ou ela não tinha recursos internos para perceber ou prover a necessidade específica que nós precisávamos.

De toda forma, nós humanos buscamos um vínculo inicial e primitivo na primeira fase da vida com uma pessoa que vai prover nossa nutrição fisiológica e psíquica, e essa pessoa sustenta a energia feminina de geração e cuidado com a vida.

De acordo com as disponibilidade interna dessa figura materna, pode ter havido uma sintonia plena entre a necessidade do bebê e a capacidade da pessoa cuidadora, ou pode ter havido algum tipo de "ruído" nessa conexão e a figura materna não conseguiu atender a real necessidade do bebê recém chegado.

Por exemplo: alguns posicionamentos nos mapas indicam uma necessidade de carinho físico, de toque. Se a figura materna foi uma pessoa com uma visão mais prática da vida, ela pode não ter conseguido"ler" essa necessidade do bebê e acreditou que o que ela provisionava em termos práticos (alimentação, roupas, asseio) eram suficientes para manter o bebê bem e saudável.

Muitas vezes, essa crença da figura materna é ainda corroborada por outras pessoas ditas "mais experientes" como as avós e pediatras, então ela se sente fazendo a coisa certa.

Porém, para a criança mesmo tendo recebido todo esse cuidado prático isso pode não ter sido suficiente. Talvez o que essa criança realmente precisava eram mais horas no colo, mais tempo sentido o coração da mãe bater junto ao dela, precisava ouvir mais canções de ninar para se sentir segura e confortável.

Se essa criança tinha outras necessidades psíquicas e não pôde ser atendida em sua demanda afetiva, o sentimento que vai ficar registrado na criança é a falta.

E aí que ao longo da vida podemos experimentar uma desconexão com a nossa linhagem feminina por conta disso, podemos não nos sentir acolhidas pelas nossas mães e nem por outras mulheres e ao longo da vida vamos procurando formas de reparar essa falta que foi sentida lá no início da nossa vida.

Muitas vezes esse sentimento de desconexão pode causar desentendimentos e afastamentos entre mãe e filha, por mais afeto que exista entre elas a convivência é difícil e o sentimento na idade adulta ainda é o da falta que a criança viveu lá atrás.

E por mais surpreendente que isso seja, essa informação está lá no nosso mapa de nascimento.

Chegar a essa compreensão pode ser um grande salto para podermos entender melhor as nossas histórias e destravar memórias e sentimentos que mesmo em sessões de terapias não conseguimos alcançar espontaneamente. Porque nomear a falta de afeto adequado é muito difícil, principalmente se as pessoas da família não reconhecem que isso aconteceu para aquela criança.

Foi assim que surgiu a ideia do Workshop "Mães e Filhas - a maternagem à luz da Astrologia".

Nesses encontros teremos a oportunidade de nos reunir de forma muito intimista num grupo pequeno de mulheres, onde poderemos lançar luz à essas histórias, resgatar esses momentos iniciais da nossa vida e compreender melhor que características nortearam a maternagem que foi exercida conosco e que tendem a se repetir nas nossas próprias histórias de maternidade.

Tudo numa linguagem prática, acessível e sem necessidade de conhecimentos prévios em astrologia.


Esta é uma oficina permanente que acontece de tempos em tempos em locais parceiros e em diversas datas. Entre março e abril vamos ter vários encontros, confira as datas e locais dos próximos grupos de 2018:

* Dia 07/Abril em São Paulo:
https://www.facebook.com/events/1547373005332471/

* Dia 10/Abril em Sorocaba/SP
https://www.facebook.com/events/429281677526620/

* Dia 19/Maio em Amparo/SP:
https://www.facebook.com/events/347566865739503/

Se você sente interesse nessa abordagem terapêutica que une a Astrologia e os saberes do profundo feminino, entre em contato para receber todas as informações sobre datas e valores deste evento - exclusivamente pelo email abaixo:

verbennaterapias@gmail.com

Agradecemos seu interesse por este trabalho e acreditamos que este é um caminho de cura pessoal do nosso lado feminino mais profundo, além de ser também uma oportunidade de integração de toda uma linhagem feminina familiar que pode contribuir para a cura das relações entre mulheres e o fortalecimento da união entre todas.


quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Lunação de Aquário 2018

verbenna yin


Hoje acontece a lunação de Aquário, Sol e Lua se alinham com a Terra em conjunção com Mercúrio: a concentração do elemento ar pode gerar pensamentos em excesso e uma certa ansiedade ao lidar com os fatos mais recentes.

O elemento ar simboliza o mundo racional, os pensamentos, a ação mental.

Num alinhamento como o de hoje fica ativada a função pensamento, podemos estar especialmente suscetíveis àqueles arroubos dos pensamentos repetitivos ou aquelas questões que insistem em voltar para a nossa mente.

E como Mercúrio está envolvido, comunicações de todos os tipos tendem a chegar até nós com muita velocidade: notícias, contatos, velhas amizades, assuntos pendentes.

Pensar muito a respeito de um determinado assunto pode trazer a sensação de que temos certeza sobre aquilo. Mas isso pode ser apenas uma fixidez sobre determinado ponto de vista!

O ás de espadas nos lembra de que é preciso dominar a razão, mas estar aberto e disponível para novas opiniões. O metal parece rígido mas para ser forjado ele foi maleado várias vezes antes.

O Rei de espadas vem representar essa atitude firme de quem já percorreu esses caminhos da razão e consegue conviver com diferentes pontos de vista, conhecendo a fundo o poder mental - principalmente o poder transformador de manter a mente focada na realidade que queremos para nós mesmos.

Neste mês lunar, procure se preservar da sensação de urgência que os assuntos do dia a dia possam trazer, mantendo sua atenção no momento presente e escolhendo bem a realidade em que você quer acreditar.

Pensamentos atraem acontecimentos.

A Temperança simboliza a postura interna de quem consegue ouvir sua mente trabalhando porém sem se identificar com ela. Você não é sua mente!

A mente é uma ferramenta, use-a a seu favor.

DICA FLORAL: White Chestnut

Verbenna Yin
Astros - Tarot - Psicanálise

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

A Figura Materna no Mapa Natal


verbenna yin

Eu gosto muito das abordagens integrativas em todas as modalidades de conhecimento, especialmente na minha área que é a do estudo dos comportamentos e relações humanas. Meu objeto de estudo atual é a psicanálise mas eu vejo paralelos muito interessantes entre essa ciência e o mundo simbólico e arquetípico do tarot e da astrologia.

Hoje eu quero falar de uma correspondência que tenho visto com muita frequência nos meus atendimentos: a figura materna na psicanálise e no mapa astrológico de nascimento.

Na psicanálise de Freud e Melanie Klein, a figura materna tem um papel determinante na constituição da personalidade, mas M. Klein vai além do tradicional e, imagino eu, por ter sido mulher e mãe, propõe que o papel da mãe, para o bem ou para o mal, é a influência mais poderosa no desenvolvimento psíquico de qualquer ser humano.

É a mãe que vai receber aquele novo ser, vai amamentá-lo, aquecer e cuidar do seu corpo, do seu conforto e proteção. Por outro lado, o bebê estará iniciando sua experimentação no mundo enquanto corpo autônomo depois do nascimento e todos os acontecimentos vividos nessa fase inicial ficarão impregnados nesse corpo, numa memória viva que unirá impressões, emoções e sentimentos para toda uma vida.

Assim, a percepção do bebê sobre o seu primeiro ambiente molda a sua identidade. Num ambiente acolhedor para esse bebê, onde ele é bem recebido e suas necessidades são bem atendidas, sua percepção sobre si mesmo tende a ser igualmente positiva e confiante, contribuindo para um desenvolvimento psíquico saudável.

Já no caso de um bebê que desde o início enfrente um ambiente hostil, onde não recebe alimentação adequada (leite materno até os 6 meses de vida), é isolado no seu quarto e tem seus cuidados terceirizados, sua adaptação será mais desafiadora e ele tenderá a ver o mundo com desconfiança, aprenderá que precisa sobreviver e para isso criará mecanismos de defesa vários para garantia de sua subsistência - desde os sorrisinhos do bebê para seduzir os cuidadores até mesmo uma introspecção mais profunda de uma criança que sabe que foi rejeitada e pode desenvolver um transtorno de personalidade.

Para esses teóricos, inclusive posteriormente com o conceito da "mãe suficientemente boa" de D. Winnicott, a figura materna nem sempre é cumprida pela mãe biológica. Mas é fato que alguém exercerá o cuidado que esse bebê necessita para se adaptar ao mundo até adquirir uma certa autonomia para comer, andar e se vestir sozinho. Por isso se fala em "figura materna" e não apenas em "mãe", e é essa figura materna a determinante na construção da identidade.

E na astrologia temos uma interpretação muito alinhada com essa da psicanálise. Na astrologia o estudo da Lua no mapa de nascimento pode indicar qual foi a qualidade da maternagem que aquela pessoa recebeu, como essa figura materna influenciou suas impressões do mundo e como ela absorveu essas primeiras informações na sua adaptação inicial ao ambiente externo - e que muitas vezes perduram até a fase adulta.

Uma lua influenciada por Saturno pode resultar numa figura materna muito exigente e crítica, já uma lua sagitariana pode revelar uma maternagem mais lúdica e cheia de estímulos, enquanto uma lua em câncer pode caracterizar uma mãe excessivamente carinhosa e cuidadora.

Nessa correspondência entre as abordagens, um ambiente mais hostil do ponto de vista da psicanálise corresponderia a um ponto do mapa onde a Lua não esteja domiciliada ou está mal aspectada, por exemplo, resultando em histórias de maternagem nada "suficientemente boas".

E nos quadros mais graves onde a falha de maternagem pode implicar num desenvolvimento psíquico não saudável - que seriam os casos dos transtornos de personalidade e psicoses - a lua também pode dar essa pista astrologicamente no mapa natal. Lembrando que os antigos chamavas as pessoas com distúrbios psíquicos de "lunáticos", numa clara relação entre a influência da Lua e a impossibilidade de adaptação ao mundo.

Atendi uma vez uma pessoa com uma história muito difícil com a sua mãe, ela não se sentia parte da sua família desde sempre e não tinha memória de nenhum bom momento com a mãe apesar dela ter sido presente, tê-la amamentado adequadamente e sempre ter dado os melhores cuidados.

No mapa natal essa mulher tinha a Lua conjunta a Marte em Capricórnio na casa 12, porém o signo estava interceptado. Energeticamente, pela interceptação, ela tinha muita dificuldade de se conectar com a linhagem feminina da sua família e a Lua em Capricórnio lhe dava uma sensação de isolamento como se ela não pudesse contar com ninguém além dela mesma.

Depois da nossa sessão ela foi conversar com a mãe e descobriu que houve uma tentativa de aborto na primeira fase da gestação e que seu nascimento tinha sido muito difícil. Havia uma fragilidade nessa chegada ao mundo que foi sua primeira impressão, e foi essa impressão que ficou marcada e a levou a uma sensação de isolamento intransponível até então.

Compreendendo esses fragmentos da sua história pessoal, nesse olhar combinado da psicanálise com a astrologia, essa pessoa vem construindo uma nova relação não só com a mãe mas também com as demais mulheres dessa linhagem feminina na família. Para ela foi importante realizar que o seu momento de nascimento foi uma fase difícil para a mulher que era a sua mãe naquele tempo, mas hoje ela consegue se sentir integrada a essa família e consegue também receber as demonstrações de amor que essa mãe consegue fazer.

Mas nem tudo são flores no estudo da Lua. Também já presenciei uma situação de uma mulher com Lua em Leão num aspecto tenso com Vênus e Marte. Nessa dupla abordagem astrologia/psicanálise pudemos constatar que houve mesmo uma maternagem que deixou a desejar, essa criança não teve cuidados adequados e a mãe tinha comportamentos narcisistas em relação à filha - o que nela resultou num sentimento de profunda inadequação ao mundo que era compensada por uma intensa sexualização e agressividade nas relações.

verbenna yin

Nesses dois exemplos eu quero apenas apresentar que existe uma correspondência nos resultados dessas duas metodologias sobre casos concretos, o que me parece confirmar que ambas abordagens tem eficiente acesso às profundezas das memórias inconscientes e podem auxiliar de forma complementar quem estiver pronto para fazer esse mergulho em si mesmo e buscar suas origens e influências mais primitivas.

De toda forma, existem diferenciais entre as duas abordagens que eu também acho importante ressaltar. A astrologia sem dúvida é mais rápida e dá respostas imediatas, um bom astrólogo consegue enxergar a história da maternagem e sua influencia numa única consulta cuidadosa. Porém a astrologia não resolve o sentimento, saber o que aconteceu não tem o poder de pacificar as emoções de quem viveu um real abandono afetivo pela mãe, por exemplo.

Já a psicanálise é um processo mais lento e que tem como passo a própria capacidade de elaboração do analisando, ou seja, conforme o analisando vai se lembrando e elaborando sua fala para contar suas histórias, ele está re-organizando aqueles fatos para si mesmo e formando essa ponte com o inconsciente que, quando ele estiver pronto, vai permitir o acesso a essas partes da história que antes estavam ocultas e que ao serem iluminadas darão sentido para tudo que aconteceu.

Então eu gosto de pensar num casamento das duas abordagens, uma ajudando e enriquecendo a outra: a astrologia para desvendar as histórias de maternagem e a psicanálise para lidar com os efeitos dessas histórias e pacificar as conexões com a figura materna.

De toda forma, para nós mulheres é essencial que façamos esse percurso para resgatar as histórias da nossa maternagem e ficarmos em paz com a nossa linhagem feminina. Qualquer que seja a abordagem que mais tenha a ver com você, integrar a história da nossa mãe ao momento da nossa chegada neste mundo tem um grande potencial de cura nas nossas relações e nos liberta para manifestarmos nossa afetividade e confiança rumo à oitava superior: Vênus.

Confesso que adoro este trabalho ;-)

verbenna yin







segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Lua Cheia em Leão e Eclipse Lunar de 31/01/2018



No próximo dia 31 de Janeiro vamos ver o plenilúnio da primeira lunação de 2018, a Lua Cheia em Leão. Essa lua cheia vai acontecer alinhada aos nodos lunares, os pontos de interseção entre as órbitas da Terra e da Lua, o que torna essa lua cheia muito especial e poderosa pois ativará pontos magnéticos importantes.

Além disso teremos um eclipse lunar, um alinhamento entre Sol, Terra e Lua que culmina num período em que a sombra da Terra encobre o brilho da Lua Cheia e por conta dos gases da atmosfera veremos a imagem da lua ficar "avermelhada"  - no que também se chama "Lua de Sangue".

Por ser um eclipse lunar, quando a luz da Lua fica bloqueada pela Terra, simbolicamente temos um período em que precisamos acordar do sonho e botar os pés no chão. É um choque de realidade, o eclipse tem esse poder de nos levar para as profundezas mais escuras do nosso inconsciente e colocar pra fora as sombras que não queríamos ver. Quando a Lua for se afastando da área de penumbra e recuperar seu brilho novamente, poderemos ver com clareza que tema foi esse que veio para o reino da realidade.

Os eclipses ativam experiências que tem uma duração média de 6 meses, assim que dependendo do grau onde acontece a lunação e o eclipse no mapa individual, isso deflagrará uma experiência pessoal naquela área de vida. Este eclipse acontecerá aos 11 graus de Leão.



A Lua Cheia em Leão então é resultado da Lua Nova que aconteceu nos últimos graus de Capricórnio, em conjunção com o planeta Vênus, trazendo como tema deste ciclo a consciência do elemento terra, sua resiliência e determinação para vencer os padrões de comportamento que nos fazem querem controlar o outro nas nossas relações, impedindo o fluxo da espontaneidade no amor.

E agora a Lua Cheia em Leão acontece também em conjunção à Vênus, colocando nossas motivações emocionais às claras e trazendo a questão do controle novamente: por que seguimos exigindo do outro o afeto e a atenção que acredito merecer?

Quando há espontaneidade e liberdade para manifestarmos nosso afeto uns com os outros, nos sentimos a vontade para expressar nossos sentimentos, sermos mais verdadeiros, dividirmos nossos talentos com o outro para que todos se alegrem e tenhamos momentos felizes juntos.

Mas quando a minha manifestação de afeto fica condicionada à opinião que o outro tem de mim, ao que o outro pode vir a achar de mim se eu disser ou fizer tal coisa, ficamos receosos de dar o nosso melhor e ficamos buscando a aceitação do outro, a autorização do outro para deixar o afeto e as emoções fluírem.

Depender da aprovação do outro para se sentir alegre, para manifestar seu amor ou para expressar o seu melhor vai pouco a pouco minando a nossa autoestima, passamos a não nos valorizar pelo que somos nos nossos vários aspectos e valorizamos só aquilo que agradará o outro – porque é isso que garante que o outro me aceite.

E aí criamos um ciclo de dependência emocional.

Esse caminho não é positivo pra ninguém, pelo contrário, ele nos escraviza. Se eu só puder manifestar o meu melhor para o outro quando ele me autoriza, o que acontece com meu melhor quando o outro não me autorizar?

O Leão não precisa de autorização para ser quem é, ele simplesmente existe com toda sua opulência e poder. O Leão não tem medo de rugir, não pede desculpas por estar com fome nem se justifica para atravessar um território, ele se enche de confiança e faz aquilo que os seus instintos determinam.

Essa simbologia vem nos mostrar que está na hora de reafirmarmos quem somos, nossa individualidade e nossa singularidade. É a hora de valorizarmos a totalidade dos nossos aspectos e nos aceitarmos como somos, exatamente como somos, sem ficar criando justificativas nem pedindo desculpas. 

É em Leão que acessamos a consciência sobre quais são os nossos talentos e como esses talentos podem ser colocados de forma a nos tornarmos produtivos, ocuparmos nosso lugar no mundo e manifestar todo nosso brilho interior.


No momento da lua cheia se formará também um aspecto conhecido como Yod, o “Dedo de Deus”. É chamado assim porque tradicionalmente significa um marcador importante no mapa, aponta para uma determinada posição que é chave naquela situação. E a próxima lua cheia tem esse marcador, um Yod sustentado por Saturno em Capricórnio e Netuno em Peixes.

Saturno em Capricórnio vem nos lembrar que agora é a hora, o Senhor do Tempo está cobrando de nós o que temos feito com nossos talentos: escondemos nossos talentos na terra com medo da escassez, ou multiplicamos inspirando os outros com a nossa luz?

E Netuno em Peixes vem concluir a tríade reafirmando que o propósito das nossas ações deve ser em prol do bem maior, do amor incondicional e do cuidado uns com os outros e com nosso ambiente. Pois de nada adianta nos reafirmarmos e lapidarmos talentos se no final ficarmos nos olhando admirados de nós mesmos. Isso é narcisismo!

A mensagem dos astros é outra: devemos trabalhar para nos apropriar dos nossos talentos e nos libertar da necessidade de aprovação, para expressar o nosso melhor neste mundo com generosidade e inspirarmos uns aos outros com nossos talentos.

E depois de tudo isso, o Sol em Aquário vem nos lembrar que o propósito desse aprendizado é uma evolução coletiva: chegou o tempo de sermos aqueles que estávamos esperando.



segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Quando o pai é o limite

verbenna yin

Eu atendo muitas mulheres na faixa dos 30-40 anos que tiveram uma ótima educação, foram incentivadas a estudar e trabalhar pelos seus pais e são de uma geração que viu a mulher ingressar no mercado de trabalho e batalhar por independência e igualdade.

Essa é uma geração que se destacou positivamente no sentido de ir além do que todas as mulheres daquela linhagem conseguiram. Geralmente concluíram uma formação superior que não fosse na área de cuidado com crianças e são profissionais com um bom desenvolvimento de carreira e reconhecimento nas suas ações profissionais.

E é aí mesmo que a expansão na vida para e elas sentem uma dificuldade enorme de prosseguir no desenvolvimento das suas carreiras. Há um ponto em que as coisas não fluem mais, começam a aparecer dívidas que não se pagam mesmo com todo o dinheiro que ganham, começam novos projetos que não dão continuidade, estão sem tempo para o prazer e se sentem cada vez mais comprometidas com resultados que simplesmente não acontecem.

O que deu errado?

Para além da questão do impacto do machismo que culturalmente se impõe nesse cenário do desenvolvimento profissional das mulheres, existe uma questão pessoal importante que na minha opinião precisa muito ser revisitada pelas mulheres.

É a figura paterna e sua simbologia no sistema da família.

Nos meus atendimentos, quando eu percebo que a história daquela mulher tem essa tônica, eu geralmente pergunto:

“Você hoje considera que é maior do que o seu pai?”

E geralmente a resposta é: “Não, imagina, meu pai é a maior referência para mim, é meu porto seguro, ele é insubstituível, eu quero ser como ele um dia ainda” e tantas outras coisas que permeiam essa simbologia sobre a figura paterna. E como filhas me contam como os pais as salvaram em várias situações, reais e simbólicas, como eles as orientaram em momentos de dúvida e fizeram essa função de prover o sustento e garantir a própria existência delas.

Por outro lado, é fato que essas mulheres foram sim além do que seus pais puderam ir, talvez tenham tido mesmo mais oportunidades que eles, tiveram uma educação privilegiada e viveram um momento histórico de maior abertura para a mulher na participação em sociedade, o que lhes permitiu caminhar mais longe de verdade.

Mas ir “tão longe” pode ser tornar um conflito interno para essa mulher quando a imagem mental do pai foi essa imagem da pessoa mais grandiosa possível. Pois como seria possível ser maior do que aquele que admiramos e é nossa referência interna de crescimento e exercício do poder?

verbenna yin
O pai é o limite.
  
Muitas vezes as mulheres ficam presas numa lealdade invisível a essa figura paterna e não se autorizam a conquistar mais do que a figura paterna conseguiu, e assim vão criando um looping infinito de sabotadores internos que justificam falha ante falha para que o crescimento profissional fique estancado num lugar que as mantenha na condição de filhas – dependentes.

Claro que essa dependência não é consciente, e às vezes nem fica de fato vinculada ao pai, a dependência pode se deslocar para outras figuras como o marido, o companheiro/a, ou até mesmo a mãe se essa mãe fez a função paterna naquela dinâmica familiar.

E outras vezes a figura paterna também é superestimada porque a leitura que essa filha faz do seu pai é ainda aquela com os olhos da infância, que não percebe as falhas e as imperfeições daquele ser humano e nega qualquer aspecto nessa figura paterna que não seja o da perfeição.

Quando essa situação aparece aqui nos meus atendimentos eu faço questão de colocar essa hipótese para a mulher pensar a respeito. Geralmente elas não gostam da minha provocação, mas depois de uns dias me procuram de volta e dizem que ficaram muito incomodadas porque essa pergunta não saiu do pensamento delas. E no fim acabam confirmando que fazia sentido com suas histórias pessoais mas que nunca tinham percebido isso antes.

E quando essa percepção acontece é muito bacana pensar que o pai é alguém que nos ama e quer ver nosso crescimento constante sim, que o pai pode ser como uma grande árvore - que cresceu e frutificou e por isso pôde criar uma semente que um dia também se tornará uma grande árvore e assim permitirá a continuidade de toda uma floresta. E quando retiramos do ambiente as ameaças ao pleno desenvolvimento dessa semente, é muito provável que essa semente viceje mais forte e cresça mais ainda fortalecendo a floresta toda - aqui fazendo uma analogia com o fato da filha ter tido melhores oportunidades de crescimento.

Honrar a nossa figura paterna é também uma maneira de pacificar essa questão internamente, reconhecendo que aquele homem caminhou até o limite de suas possibilidades e recebendo com gratidão todos os esforços que ele fez por nós, filhas.

Mas isso não nos impede de olhar para a trajetória deles, como adultas, e perceber respeitosamente que nós filhas vivemos outra realidade hoje e temos outras oportunidades que nossos talentos e competências nos permitem - e assim nos diferenciarmos deles e construirmos nossas próprias histórias e conquistas.

É um grande tabu, eu sei. Mas também percebo que existem gerações que fazem saltos que serão plenamente incorporados pelas gerações posteriores e estar em paz com essa realidade de expansão maior que as mulheres tiveram oportunidade de viver é abrir caminho para as gerações futuras poderem ocupar seus novos lugares no mundo.

Criar consciência sobre esse aspecto entre as realidades feminina e masculina também é importante porque refletirá numa convivência mais saudável e igualitária entre os sexos, com menos competições e sensações de derrota quando simbolicamente a própria mulher não se autorizar nos momentos de vida.

Nosso processo de amadurecimento perante a vida envolve atravessar para uma etapa em quem passamos a exercer sozinhas o cuidado e a providência com a gente mesma - o que a figura paterna nos garantia antes. 

Quando pacificamos nossa história de vida com o pai nos autorizamos também a estarmos do nosso próprio lado, cuidamos melhor de nós mesmas e dos nossos projetos e nos sentimos mais confortáveis no caminho do crescimento pessoal.

verbenna yin