quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Ápice do último eclipse



bebê pikler

Lembram do eclipse de Junho deste ano?

Aconteceu no eixo Câncer-Capricórnio e tratava de desenvolver condições de autossustentação, da gente acreditar mais em si mesma para bancar nossas próprias escolhas. E esse processo poderia estar dificultado por uma falha de maternagem que nos podou desde a infância e nos manteve numa postura insegura e medrosa de assumir os próprios caminhos.

Estamos no ápice desse eclipse agora, 3 meses depois, e desde a última lua cheia (que coincidiu com Saturno direto) tenho ouvido nos atendimentos várias histórias de decisões importantes sendo tomadas hoje que concretizam essa retomada da autossustentação.

Viver sem medo de fazer suas próprias escollhas, não por ser inconsequente, mas por ter aprendido a se administrar e planejar seus passos de uma forma que não impeça o movimento da vida.

Que lindeza aprender assim...

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Dicas para final de lunação - 13/10/2020

céu do momento


Resumo astrológico do céu do momento:

Final de Lunação: estamos na fase de fechamento do ciclo que começou com a lua nova em Virgem, período para observar mais criticamente nossas ações e corrigir sem preguiça o que precisa ser melhorado.

Lua minguante até dia 16/Out: bom período para se desprender de pessoas e situações que te mantém nos velhos hábitos, aprenda a dizer adeus.

Marte retrógrado: desde 09/Set este movimento mostra o que vem nos impedindo de agir com independência. Observe se você vem sendo um pouco mais agressiva ou intolerante com alguém e como isso espelha algo que você ainda não resolveu dentro de si e está na hora de enfrentar.
Saturno direto: depois de quase 5 meses em retrogradação, Saturno voltou ao movimento direto e faz a vida voltar andar, destravando situações que estavam complicadas e pareciam sem solução. Nos últimos 2 anos Saturno esteve em Capricórnio e vem pedindo para que a gente se reorganize em alguma área da vida: sendo mais responsável, cortando maus hábitos, aprendendo a dizer não e a se proteger por si mesma para que essas situações complicadas não voltem a se repetir. Confira em que casa você tem Capricórnio no seu mapa.

Plutão direto: em retrogradação desde Abril, vem mostrando tudo o que vinha nos dominando e tirando nossa liberdade de escolha diante da vida. Em Capricórnio, pode ser que você estivesse cheia de responsabilidades que os outros colocaram sobre você e não aguentava mais carregar esse peso todo. Retomando o movimento direto, Plutão pede firmeza para sustentar essa nova forma de ser, agora mais comprometida consigo mesma e respeitando seus limites. Você é mais forte do que imagina.

Mercúrio retrógrado: de 14/Out a 03/Nov, faz com que a gente fique mais consciente dos ajustes e transformações ocorridos e assimile de forma racional os grandes aprendizados deste período. Este é um momento para rever os eventos com um olhar mais profundo (Escorpião) percebendo melhor as sutilezas com uma visão detalhista.

A próxima lua nova abre em Libra no dia 16/10, acompanhem por aqui as previsões que vou postar para todo o período da lunação
🙂

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Estrelas da História - Cleópatra

Cleopatra


Atendendo a vários pedidos, hoje vamos falar de mais uma mulher incrível de Alexandria: Cleópatra. Foi a última faraó da dinastia dos Ptolomeus, foi coroada rainha com apenas 18 anos junto com seu irmão após a morte do pai. Porém, precisou enfrentar seu irmão monarca numa guerra civil e quando Roma interferiu na região, Cleópatra rapidamente fez uma aliança estratégica com Júlio Cesar, então cônsul de Roma para a região do Nilo, que lhe garantiu o trono e um filho aos 22 anos.

Nascida em Janeiro de 69 A.C., Cleópatra era Capricorniana com Sol em trígono a Plutão e daí já podemos entender seu caráter determinado pelo poder, disposta a fazer o que fosse necessário para garantir o seu lugar de autoridade. Educada em Alexandria, a cidade que era o centro do mundo e irradiação da cultura e filosofia helenísticas, foi preparada para ser uma cidadã do mundo. Sabia falar e se expressar muito bem em diversos idiomas, dando vazão a Júpiter e Mercúrio em Sagitário, dando muita facilidade para aprender idiomas e hábitos de culturas diferenciadas.


Cleopatra mapa astral


Não há consenso sobre quem foi a mãe de Cleópatra, é muito provável que tenha sido Cleópatra Trifena que foi afastada do palácio ainda no ano de seu nascimento e a menina cresceu sem a figura materna. No mapa natal, a Lua está em Câncer sofrendo forte oposição do Sol e de Saturno em Capricórnio, o que indica distanciamento materno imposto por figuras masculinas e de autoridade.

Os registros históricos dão conta de que Cleópatra tinha um encantamento peculiar e um talento para causar efeito nas pessoas. Plutarco a descreveu como uma mulher muito charmosa pela sua capacidade intelectual:

“Her beauty, as we are told, was in itself not altogether incomparable, nor such as to strike those who saw her; but converse with her had an irresistible charm, and her presence, combined with the persuasiveness of her discourse and the character which was somehow diffused about her behaviour towards others, had something stimulating about it. There was sweetness also in the tones of her voice; and her tongue, like an instrument of many strings, she could readily turn to whatever language she pleased…”
– Plutarch, in Life of Antony

Fato é que pinturas e moedas que retrataram Cleópatra mostram uma mulher com feições bem diferentes da sua versão cinematográfica performada por Elizabeth Taylor. Cleópatra tinha ascendente em Escorpião, o que confere um alongamento das extremidades do corpo e um nariz mais aquilino pra combinar com o arquétipo da águia que rege o corpo físico. Esse ascendente também dá muito magnetismo pessoal e é impossível não notar o olhar das pessoas com esse posiciomento.

Já o seu charme intelectual vem do elemento ar presente na Vênus em Aquário e Marte em Libra. 

A Vênus aquariana a tornava especialmente apta para representar Alexandria, por tudo que a cidade significava na época. Em Aquário, essa Vênus atrai pelo conhecimento, inteligência e liberdade de pensamento. Combina muito bem com seu Marte libriano capaz de seduzir e conquistar até o mais duro general romano, usando de sua capacidade de diálogo e negociação superior. Marte e Vênus em signos coletivos também a direcionam a tomar decisões pelo bem coletivo, o que encontro ainda apoio em seu Netuno em Gêmeos na casa 8, fazendo dela uma pessoa genuinamente interessada no bem estar do seu povo.

Além desses dotes subjetivos, Cleópatra tinha Plutão e Urano em Touro na Casa 7, a casa dos relacionamentos afetivos e acordos. Como governante, ela cumpriu muito bem esses posicionamentos ao se aliar primeiramente com Julio Cesar para garantir o trono e mais tarde formou uma aliança com Marco Antonio 3 anos depois que Julio Cesar morreu sem assumir a ela ou o ao filho deles no testamento e, pior, deixou Alexandria expressamente para seu sobrinho Otaviano acabando com a dinastia dos Ptolomeus.

Curiosidade: Cleópatra nunca se casou, o que é a marca de Urano na casa 7 a quem prima pela liberdade completa ainda que dentro de um compromisso afetivo. 

Cleopatra Elizabeth Taylor

Com Marco Antonio permaneceu dos 28 anos (retorno de Saturno) até o final da sua vida aos 39. Encabeçaram juntos uma batalha pela retomada de Alexandria mas foram vencidos por Otaviano e Cleópatra foi capturada. Também não há consenso sobre a causa da sua morte, há registros de envenenamento proposital e também há registro de uma picada letal de serpente. Ambas as hipóteses combinam muito bem com o Sol capricorniano em trígono a Plutão, o que pode explicar o motivo da morte por autodestruição de quem não se entrega ao destino e escreve sua trajetória sem temer fazer o que é necessário, custe o que custar.

Me contem: quem já suspeitava que Cleópatra era Caprica?

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Librianos são bons negociadores

libriano


Librianers tem uma característica empática muito interessante que é descobrir como funcionam os mecanismos de defesa dos outros e o que pode desarmá-los. Fazem isso intuitivamente, ninguém precisa ensinar, essa é uma característica inata e quem tem Sol/Lua/Ascendente nesse signo age assim mesmo que não perceba.

Por isso quem tem Libra forte no mapa de um jeito ou de outro se torna um bom negociador, às vezes até profissionalmente, conseguindo se aproximar das pessoas e conquistá-las com um jeito todo especial. 

Vendendores com essa característica conseguem fechar acordos na frente de todo mundo, geralmente numa reunião presencial pois o toque de mestre é a presença, sabem desde sempre que tem coisas que só acontecem no entrelaçamento das energias pessoais. 

No amor também, librianers tem aquela atitude dedicada e o melhor xaveco do mundo, convencem com as palavras e também com o olhar fazendo você acreditar que é a pessoa mais especial do mundo. E quem não quer se sentir assim, não é mesmo?

Agora quem não é libriane também pode desenvolver esses aspectos, principalmente nesta época do ano em que o Sol está passando pela área desse signo e ativa essa consciência em cada um. Pra saber como desenvolver isso, é só conferir no seu mapa de nascimento que casa e planetas estão posicionados em Libra, é aí que você tem chance de ser mais empático e conseguir melhorar os acordos da sua vida.

Já sabe onde Libra vibra no seu mapa?

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Estrelas da História - Hipátia


hipatia


Hipátia de Alexandria era uma mulher incrível e pra mim uma figura muito inspiradora. Teve acesso a uma educação privilegiada mesmo sendo mulher, o pai era filósofo e iniciou a filha no Neoplatonismo da Escola de Alexandria. A própria cidade no norte da África era um pólo de integração do Oriente com o Ocidente, idealizada por Alexandre o Grande para ser o epicentro de um mundo sem fronteiras pelo qual lutou e sua Biblioteca era o grande arquivo do conhecimento humano produzido até então.

Hipátia teve acesso a tudo isso e se desenvolveu primorosamente, foi filósofa e isso implicava em receber formação nas diversas áreas do conhecimento daquele tempo: matemática, astronomia, oratória, lógica, poesia e artes.

Era tão boa no que fazia que ficou conhecida por resolver problemas matemáticos para outros profissionais. Permaneceu na escola de Alexandria como professora e aos 30 anos (retorno de Saturno) já era a diretora. Revisitou as teorias matemáticas da época e questionou os modelos da geometria euclidiana e o geocentrismo, que a igreja católica usava como fundamento da atenção divina ao homem.

Hipátia não se casou, dizia que já era "casada com a verdade" e recusou uma vida que não fosse dedicada à expansão do conhecimento e que limitasse sua capacidade de produzir.

Apesar de não termos certeza da sua data de nascimento a data mais provável é o ano de 360 d.C. Um mapa desse ano revela alguns trânsitos interessantes como Plutão em Áries e Urano em Câncer, planetas lentos que ficam vários anos no mesmo signo. 

hipatia



Essas duas posições parecem corresponder muito ao que sabemos de Hipátia: Plutão em Áries confere uma postura destemida a quem sabe o que deseja da vida, dá muita determinação para seguir seus próprios ideais e ser pioneira em algum campo. Já Urano em Câncer poderia explicar seu compromisso com o conhecimento em vez da formação de uma família, Urano questiona os valores tradicionalmente atribuídos ao feminino e em Câncer pode sinalizar a necessidade de atualização dos papéis de mãe-esposa-cuidadora, algo que Hipátia realmente fez.

No mapa do dia de sua morte, 08 de Março de 415 alguns pontos também são curiosos. Quíron estava exatamente no primeiro grau de Áries coincidindo com o Plutão da época de seu provável nascimento, indicando uma relação entre sua grande determinação e pioneirismo como um caminho de elevação pessoal que poderia ter se encerrado ali.

morte hipatia



Hipátia foi morta em meio a uma campanha movida pelo bispo Cirilo na cidade de Alexandria, primeiro os cristãos expulsaram os judeus de lá e em seguida começaram a se organizar para restaurar os valores defendidos pela igreja que conflitavam com o livre pensamento neoplatonico. Hipátia foi cercada por um grupo de cristãos, arrastada pelas ruas da cidade até a Igreja, onde foi perfurada e esfolada com conchas de abalone até a morte.

Nesse dia, Saturno estava em Câncer e pode ter feito um aspecto com seu Urano natal, indicando o fim da sua trajetória questionadora dos modelos femininos. Ser morta por conchas, representações arcaicas das grandes mães, também é algo interessante de notar aqui.

Nesse mesmo dia, Sol e Urano estavam juntos no céu em Peixes, conferindo uma postura passional à mente coletiva na defesa dos valores cristãos. No mito, Urano não admite a existência de opositores e mata seus próprios filhos para evitar oponentes ao seu reinado.

A Lua, deflagradora de nascimentos e mortes, estava em Leão pode explicar a atitude in
tolerante e violenta dos cristãos de Alexandria. Se o ano de nascimento estiver correto, essa lua teria ativado a Lilith natal de Hipátia, levando a uma morte traiçoeira e cruel.

Sua colaboração na revisão da geometria euclidiana e a proposição das elipses como movimento dos planetas concluía pelo modelo heliocêntrico, a Terra girando ao redor do Sol. Com sua morte, essa visão foi descartada e igreja prosseguiu afirmando que a Terra era o centro do universo e da atenção divina. Apenas em 1453 essa hipótese foi levantada novamente por Nicolau Copérnico, que teve o cuidado de publicar sua teoria apenas depois de sua morte para evitar a inquisição.

Levou mais de mil anos para recuperar o conhecimento que Hipátia desenvolveu, que depois se desdobrou nas noções da física sobre movimento, vácuo e gravidade por Kepler e Newton. 

Que mulher incrivelmente pioneira.

Me falem nos comentários: que mulheres da história vocês gostariam de conhecer melhor pelo olhar da astrologia


segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Renovação da vida na Primavera

primavera

A primavera já está por aí e andando pela cidade a gente vê árvores carregadinhas de brotos de flor, canteiros coloridos com as florzinhas se abrindo em grupos e pássaros que voltam a preencher as manhãs com seu canto. Parece que recomeça um movimento mais animado por parte da natureza.Eu gosto muito de olhar para os nossos acontecimentos pela lente do xamanismo, que valoriza os ciclos da natureza e especialmente o efeito que as estações do ano produzem em nós, considerando que somos também parte dessa expressão natural do planeta.

Nessa perspectiva do xamanismo, o inverno é um momento do ano que pede interiorização para que a gente se reconecte ao essencial e perceba quais são os movimentos que a alma pede. Por isso, ficamos mais quietinhos, economizamos energia para nos voltarmos ao mental e assim irmos elaborando quais serão nossos próximos passos na vida. O inverno é o tempo dos sonhos que estão prontos para serem acessados e planejados, para serem colocados em andamento nas estações seguintes.

Quando chega o equinócio de Primavera equilibramos dias e noites, ambos passam a ter a mesma duração, então a incidência solar aumenta e isso também vai aumentando a nossa vitalidade, assim passamos a ter mais energia para sair da interiorização e realizar movimentos reais, colocando em prática os sonhos que acessamos no inverno.

Nessa cosmologia, a Primavera é um período de renovação da vida que vai ganhando cada vez mais energia para ser colocada nas nossas intenções e vamos encontrando os meios práticos (olha o signo de Virgem aí) de colocar os planos em andamento. Assim como os brotos de flor, as plantinhas que vão se espalhando mais e as árvores que voltam a se preencher de folhas mais verdinhas, existe mais energia vital circulando e podendo ser direcionada para que os sonhos se concretizem.

Este é um ótimo momento do ano para iniciar projetos, renovar espaços, retomar um caminho do coração ou renovar os cenários da sua vida. Perceba se você já não vem fazendo isso intuitivamente, pode ser uma pista do que sua alma está pedindo e está na hora de você escutar essa mensagem mais claramente.

Me conta: o que você anda sentindo que precisa de renovação na sua vida?

Será que você já não está direcionada pra isso e ainda não tinha percebido?

Aproveita e marca aqui aquela sua amiga que precisa saber disso também

#primavera #estações #xamanismo #renovação #novoscenários #energiavital #natureza #virgem #verbennayin #verbennaterapias

sábado, 3 de outubro de 2020

Vênus em Virgem e o mito da beleza



o mito da beleza

Vênus entrou em Virgem e uma das características desse posicionamento é a autocrítica em relação à aparência física. Numa medida saudável, esse impulso nos leva a considerar melhorar nossa expressão física com hábitos mais saudáveis e busca por combinações de cores e formas que nos representem melhor.

Por outro lado, Virgem é um signo muito receptivo às criticas externas, as que vem de outras pessoas, ainda que seja apenas um olhar sem palavras, e pode responder com uma atitude de insatisfação consigo mesma e com sua imagem. Combinando isso com as influências culturais que já existem em torno do corpo feminino, neste período em que Venus estiver em Virgem podemos estar especialmente suscetíveis a uma autocrítica excessiva com nosso corpo e imagem.

Pra lidar com esse impulso da Vênus em Virgem, quero compartilhar com vocês essa leitura muito 
interessante que denuncia como podemos estar reproduzindo uma percepção equivocada de beleza, tomando um modelo imposto como padrão e referência única ao qual TODAS precisariam se moldar para serem entituladas como belas.

Este livro fala das questões de mercado, direcionamentos culturais propositados para que as mulheres se sintam inadequadas e domináveis, e ainda considera o efeito que a violência contra a mulher exerce na construção de uma autoestima distorcida. Recomendo muito a leitura.

Quem aí tem a Vênus em Virgem?

Já estão sentindo esse impulso?

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Lua Cheia em Áries - 01/10/2020

lua em áries



Hoje temos a lua cheia mais curadora de todo o ano 2020, uma lua muito bem alinhada com o Sol em Libra na casa 7 e com Quíron em Áries na Casa 1, ativando em nós a consciência medicinal de quem já sofreu suas dores e agora é capaz de entender melhor seus acontecimentos para superá-los com o poder da firme vontade.

O eixo Áries-Libra é sempre indicado como “o eu e o outro” e portanto aplicado à temática dos relacionamentos mas eu gosto muito de pensar que este eixo também se aplica ao tema “vontade-alteridade”. E nesta conjunção com Quíron essa possibilidade me parece muito especial.

Áries é o signo da vontade, a força humana que direciona o desejo para o objeto destino da pulsão, fazendo a energia psíquica do ID atravessar todas as camadas da psique até se manifestar em pensamento para ser elaborada e concretizada no mundo real. 

Áries é voluntarioso, inquieto, muito certo do que quer e não pode esperar o tempo do outro. Aqui, o desejo é urgente.

Na outra ponta está o Sol sustentando a consciência libriana, signo de ar que prima pelo entendimento, pela conexão com o outro, pela expressão inteligente e plural os afetos e é expert na arte de negociar as vontades preservando as relações. O resultado dessa oposição é um conflito entre o que eu QUERO expressar (Áries) e o que ME AUTORIZO expressar para não comprometer as relações afetivas que me sustentam (Libra).

A vibração de Libra é a da conexão e essa energia nos leva a desenvolver uma postura mais aberta a receber o outro na nossa vida. Para que uma conexão verdadeira aconteça, temos que baixar a guarda e usar a nossa simpatia para que o outro se sinta acolhido e valorizado por nós e é aí que aquela vontade urgente inicial precisa ser flexibilizada pois se estivermos muito aferrados à nossa perspectiva individual não conseguiremos ouvir nem entender o que o outro diz; para ouvir genuinamente o outro precisamos nos calar e dar lugar a uma lógica diferente da nossa e a uma linguagem à qual não estamos acostumadas.

É nesse exercício de dar lugar à voz do outro que acontece a alteridade, a possibilidade de assumirmos uma perspectiva nova para enxergar algo que do nosso ponto de vista não seria possível. 

Quando nos permitimos ampliar o olhar dessa maneira saímos de uma postura rígida de quem tem absoluta certeza para um estado de flexibilidade onde reconhecemos que algo pode ser visto por mais de um ângulo.

Quem fala lindamente sobre isso é Chimamanda Adichie em “O perigo da história única”, palestra que virou livro e trata exatamente de como enrijecemos narrativas que nos fazem interpretar o mundo de um forma unilateral, que não dá margem para complementações ou composições, excluindo tudo o que não damos conta de ver ou entender. Essa rigidez na visão das coisas nos leva à intolerância e ao final nos isola em nossa ilha de certezas absolutas. É importante o benefício da dúvida e a capacidade de ouvir outras versões de uma história, outras perspectivas que contribuem para que cheguemos mais perto da verdade.

Libra é a energia que constrói pontes e nos convida à alteridade que acontece nos relacionamentos, nós não somos ilhas, pelo contrário, fomos programados para nos relacionarmos desde o primeiro momento de vida. E a alteridade que praticamos nos relacionamentos externos se estende também para o lado interno, pois dentro de nós convivem aspectos subjetivos conflitantes e muitas vezes contraditórios que também somos nós, que pedem para serem ouvidos e reconhecidos, aos quais só acessamos se exercitarmos essa postura mais aberta. Conhecer-se implica em dar voz aos nossos aspectos internos que não tiveram vez nem lugar na nossa história de vida, mas que quando reconhecidos trarão um senso de completude, de enriquecimento e aprimoramento pessoal grandiosos.

Quando nos relacionamos com o outro estamos na verdade indo ao encontro desses nossos aspectos latentes e ainda desconhecidos que o outro espelha, mesmo sem termos consciência disso. E ao praticarmos a alteridade nos nossos relacionamentos também abrimos caminho para essa alteridade interior que permite que todas as nossas subjetividades se apresentem à consciência e sejam acolhidas e integradas saudavelmente.

Jung afirma que “o encontro de duas personalidades assemelha-se ao contato de duas substâncias químicas: se alguma reação ocorre, ambos sofrem uma transformação.”

É aqui que nossa conversa sobre alteridade chega a Quíron, o arquétipo do curador ferido, e nos permite entender que o que nos feriu foi a impossibilidade de acolher aspectos nossos que precisavam se expressar com mais liberdade.

Que face sua nunca recebeu crédito e você acabou deixando de lado?

Se você recapitular sua história de vida com os olhos de hoje, onde você percebe que abriu mão de ser algo que era importante pra você?

Esta noite inaugura um período de duas semanas para que você faça esse resgate da sua autenticidade e se sinta livre para ser inteira a partir da alteridade que é possível a você hoje, curando a ferida de não ter sido tudo o que você podia e transformando-se agora por meio da observação atenta dos seus relacionamentos.

Se você vive uma relação baseada em desconfiança e controle, perceba em você o que precisa de tanta vigilância para que ninguém descubra. Se vive uma relação com falta de reciprocidade, perceba se você não está se dedicando exclusivamente apenas a um tema da sua vida e deixando de lado outros em que precisa se desenvolver também. Se você cede demais nas relações, pode ser que o medo de crescer esteja te rondando e atrasando suas conquistas. Qualquer que seja sua questão relacional, ela simboliza um aspecto interno que parou de crescer porque você aprendeu que para estar com alguém era preciso não ser isso.

Aprenda a observar as correspondências entre o externo e o interno, tudo isso faz parte do exercício da alteridade e repercute numa capacidade da gente manejar melhor todos os aspectos que nos compõem, todos os aspectos, como notas e sons musicais organizados numa sinfonia ou pinceladas dispersas que pouco a pouco formam a imagem de um quadro que nos representa.

A Lua cheia em Áries fortalece em nós a intenção de fazermos esse resgate da nossa autenticidade e para tanto vem acompanhada de Marte e Lilith nesse mesmo ambiente, intensificando a noção de que esta transformação pessoal é condição para recuperarmos a autonomia, definirmos a direção da nossa vida e voltarmos a crescer. Vênus está em Leão e forma um trígono bem produtivo para que a vontade de se transformar seja mantida com lealdade a si mesma, num senso de autovalorização importante para que você não desista deste processo.

Todo esse alinhamento se resolve no vértice formado por Saturno/Júpiter/Plutão em Capricórnio, indicando que agora é o momento de fazer o que tiver que ser feito e de tomar as decisões mais responsáveis para corrigir o curso das relações. Capricórnio no ensina o valor do aprendizado e da experiência, quando superamos algo isso se torna a nossa cura e também a nossa medicina pessoal.

Mercúrio está em Escorpião na casa 8 e isso aumenta a nossa capacidade de análise com a visão de águia desse signo. Nada fica encoberto para um Mercúrio investigador e desconfiado como este, esse impulso nos leva a descobrir coisas ocultas, segredos e fatos esquecidos. Fiquem atentas aos insigths e aos sonhos nas próximas duas semanas, podem ser bem reveladores.

No âmbito coletivo, esta lua cheia promete trazer revelações importantes e suscitar reviravoltas em assuntos que pareciam pacificados. A oposição Mercúrio-Marte/Lilith promete escândalos, traições e delação de crimes enquanto a oposição Mercúrio-Urano deve sacudir grandes interesses que davam algumas alianças como certas e agora percebem que foram ludibriados. Quem será o descartado da vez?

Marte está retrógrado sobre a Lilith e deve ativar eventos que impliquem em sérios retrocessos nas conquistas femininas, esta é uma discussão que deve ganhar corpo nesta lua cheia e também ao longo de toda a próxima lunação. Quanto mais Marte se afasta de Urano, retrogradando, veremos mais ameaças à liberdade feminina e a equidade nas relações sociais, será preciso muita vigilância para não perder o que já foi conquistado e seguir avançando no reconhecimento das necessidades mais atuais.

Tenham muito cuidado com cortes, acidentes de trânsito e queimaduras nas próximas duas semanas - especialmente na região da cabeça para quem for de Áries ou tiver ascendente ou lua nesse signo.

terça-feira, 29 de setembro de 2020

Saturno e os ciclos astrológicos




Você conhece os ciclos de Saturno e Júpiter e como esses ciclos direcionam a mente coletiva definindo prioridades históricas?

Que estamos pra repetir no mundo o que aconteceu na época final do Império Romano, as Cruzadas que levaram a ideia de um "novo mundo" para outros territórios e reformularam as fronteiras?

Neste vídeo falei sobre Saturno que acabou de sair da retrogradação e engata na direção de Aquário, mostrando pra gente que os aprendizados dos últimos 2 anos precisam ser absorvidos definitivamente e como isso nos prepara para os novos tempos que estão por vir.

Confira aqui a evolução dos ciclos Júpiter-Saturno nos últimos 500 anos e o que nos aguarda pós 2020:

Junho/1504 – 17º Câncer
Fevereiro/1524 – 10º Peixes
Janeiro/1544 – 27º Escorpião
Agosto/1563 – 27º Câncer
Maio/1583 – 22º Peixes
Dezembro 1603 – 07º Sagitário
Agosto/1623 – 10º Leão
Fevereiro/1643 – 22º Peixes
Abril/1663 – 16º Sagitário
Setembro/1682 – 16º Leão
Maio/1702 – 05º Áries (com Netuno e Vênus)
Janeiro/1723 – 22º Sagitário
Agosto/1742 – 26º Leão
Março/1762 – 12º Áries
Novembro/1782 – 28º Sagitário
Julho/1802 – 05º Virgem
Julho/1821 – 27º Áries
Janeiro 1822 – 20º Áries
Janeiro/1841 – 09º Capricórnio
Outubro/1861 – 18º Virgem
Abril/1881 – 01º Touro (com Sol)
Dezembro/1901 – 15º Capricórnio (com Marte)
Setembro/1921 – 25º Virgem
Agosto/1940 – 14º Touro
Fevereiro/1961 – 24º Capricórnio
Janeiro/1981 – 09º Libra
Maio/2000 – 21º Touro
Dezembro/2020 – 00º Aquário (com Plutão)
Outubro/2040 – 16º Libra (com Mercúrio)
Abril/2060 – 00º Gêmeos (com Vênus)
Março/2080 – 12º Aquário (com Urano)
Outubro/2100 – 26º Libra (com Mercúrio)

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Maternagem e ciclos astrológicos

9 anos


Você tem um/a filho/a aos 9 anos?

Faz tempo que não escrevo sobre aspectos da maternagem mas nas últimas semanas este tema foi recorrente nos meus atendimentos por aqui. Eu gosto muito de contextualizar a vida adulta nos ciclos de desenvolvimento pelo olhar da astrologia, que sugere etapas muito interessantes para que a gente se aprimore especificamente num tema, e isso tem a ver com maternagem e com a idade dos 9 anos.

Quando nos tornamos mãe de uma criança podemos considerar que o mapa daquele filho é também um indicador de como a nossa maternagem pode se desenvolver, pois o mapa também pode ser aplicado a um evento da vida e seus desdobramentos psicológicos.

O primeiro aspecto que me chama a atenção é o ciclo de Marte que geralmente leva 2 anos para se completar. Marte é o planeta que nos impulsiona às conquistas e à independência e quando a gente usa essa lente para observar a relação mãe-bebê percebe que por volta dos 2 anos tanto o bebê ganha bastante autonomia de movimentos e inicia a usar a linguagem e a lógica, como a mãe também vai voltando a ter interesses outros além da maternidade, se sentindo mais liberada para retornar à vida própria.

Algumas pessoas tem chamado essa fase de "Terrible Two" sugerindo que nessa etapa as crianças se comportem terrivelmente, fazendo birras e pirraças para conseguir o que querem. Mas se a gente contextualizar no ciclo de Marte, a pequena criança está na verdade expressando o que ela quer com a linguagem que ela é capaz de dominar nessa fase - a linguagem do corpo. Ela ainda não tem repertório nem vocabulário para indicar assertivamente o que ela quer, o que ela não quer e o que a desagrada mas que a mãe insiste em fazer. Além disso, a criança também sente que a mãe está no seu ciclo próprio de Marte e retomando uma organização mental que considera outras coisas além dela, ao que ela pode reagir exigindo a mesma qualidade da atenção que era dada a ela até então.

Já pensou em como esse olhar poderia ter economizado muitos momentos de atrito desnecessário?

Já aos 9 anos o ciclo é outro, esse será o primeiro contato com a Lilith - um ponto de diferenciação muito importante para a construção da subjetividade e no qual a gente só embarca por meio de experiências mais agressivas e com um certo isolamento.

O contato com a Lilith requer que a gente se sinta incompreendida, desconectada e sem voz. Então nessa fase dos 9 anos é comum que aconteça entre mãe-filho/a alguma vivência mais forte onde há perda de controle, descompensação emocional, alguma agressividade e - principalemente - a sensação de não conseguir dizer exatamente o que se pensa ou de não ser compreendida naquilo que foi expressado.

Faz parte do processo com a Lilith esse estranhamento, no mito o ponto de recuperação da força desse feminino é no deserto, no isolamento e na sensação de desamparo. É daí que vai nascer a compreensão de que existem coisas que não podem ser negociadas, são aspectos que fazem parte pulsante da nossa subjetividade e vamos resistir na nossa integridade a um primeiro momento porque abrir mão de partes nossas é algo muito doloroso, mais doloroso que o desentendimento.

E aí é que vem o peso da cultura e da nossa própria formação, a gente aprendeu que criança não tem que querer nada e que a rejeição dela a exigências nossas é um desrespeito. Por outro lado, quando a gente exige da criança que ela abra mão da sua nascente noção de autonomia e diferenciação, ela se sente intimidada por ter feito essa descoberta.

Encontrar um ponto de equilíbrio para orientar nossas crianças nessa fase, considerando que a parentalidade tem o dever intrínseco de oferecer bons caminhos e exemplos, sem no entanto sufocar o impulso pela descoberta da autonomia das crianças, é um grande desafio.

E se a gente não estiver em paz com a nossa própria capacidade de gerenciar a vida com autonomia, o comportamento questionador da criança nessa fase vai nos doer naquilo que a gente ainda não desenvolveu de independência. O resultado é a gente cair no desentendimento por projetar na reação infantil a situação que ainda não fomos capazes de resolver dentro de nós e que ainda nos mantém em alguma dependência.

Uma ótima maneira de descortinar isso dentro da gente é revisitando o que nos aconteceu aos 9, aos 18 e aos 27 anos. Observe que tema foi recorrente nessas idades e pode ser que você encontre aí uma pista para trabalhar dentro de você algo que vai te fortalecer para que, num segundo momento, você possa apoiar sua criança nessa importante etapa do desenvolvimento dela sem se sentir intimidada quando ela descobrir a força que ela tem - e que pode ser diferente do que você esperava ver nela.

Eu vivi aos 9 anos uma experiência muito forte de abandono real, fui levada para viver na casa de uma outra família por 6 meses e nunca ninguém da minha própria família me visitou lá. Meus filhos aos 9 anos passaram por experiências bem fortes também, um precisou fazer uma cirurgia e ficou muito marcado o fato de ter que entrar sozinho na sala de anestesia sem nosso apoio e o outro teve um impacto muito forte no aprendizado e se desconectou completamente da sua turma do colégio. Ambas, experimentações de isolamento e desamparo.

Eu demorei um tanto para conectar esses pontos, teria feito muita diferença se alguém me apontasse isso na época para eu poder acolher os processos deles enquanto estavam em curso. Mas hoje eu também sei que tudo pode ser reparado porque o tempo não existe e podemos revisitar esses momentos na atualidade para fazer reparações, então está tudo certo.

Agora me conta, você também tem uma história sua aos 9 anos?

Percebeu alguma similaridade dessa história sua com algum fato entre você e seu filho/a aos 9 anos?