terça-feira, 6 de outubro de 2020

Estrelas da História - Hipátia


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Hipátia de Alexandria era uma mulher incrível e pra mim uma figura muito inspiradora. Teve acesso a uma educação privilegiada mesmo sendo mulher, o pai era filósofo e iniciou a filha no Neoplatonismo da Escola de Alexandria. A própria cidade no norte da África era um pólo de integração do Oriente com o Ocidente, idealizada por Alexandre o Grande para ser o epicentro de um mundo sem fronteiras pelo qual lutou e sua Biblioteca era o grande arquivo do conhecimento humano produzido até então.

Hipátia teve acesso a tudo isso e se desenvolveu primorosamente, foi filósofa e isso implicava em receber formação nas diversas áreas do conhecimento daquele tempo: matemática, astronomia, oratória, lógica, poesia e artes.

Era tão boa no que fazia que ficou conhecida por resolver problemas matemáticos para outros profissionais. Permaneceu na escola de Alexandria como professora e aos 30 anos (retorno de Saturno) já era a diretora. Revisitou as teorias matemáticas da época e questionou os modelos da geometria euclidiana e o geocentrismo, que a igreja católica usava como fundamento da atenção divina ao homem.

Hipátia não se casou, dizia que já era "casada com a verdade" e recusou uma vida que não fosse dedicada à expansão do conhecimento e que limitasse sua capacidade de produzir.

Apesar de não termos certeza da sua data de nascimento a data mais provável é o ano de 360 d.C. Um mapa desse ano revela alguns trânsitos interessantes como Plutão em Áries e Urano em Câncer, planetas lentos que ficam vários anos no mesmo signo. 

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Essas duas posições parecem corresponder muito ao que sabemos de Hipátia: Plutão em Áries confere uma postura destemida a quem sabe o que deseja da vida, dá muita determinação para seguir seus próprios ideais e ser pioneira em algum campo. Já Urano em Câncer poderia explicar seu compromisso com o conhecimento em vez da formação de uma família, Urano questiona os valores tradicionalmente atribuídos ao feminino e em Câncer pode sinalizar a necessidade de atualização dos papéis de mãe-esposa-cuidadora, algo que Hipátia realmente fez.

No mapa do dia de sua morte, 08 de Março de 415 alguns pontos também são curiosos. Quíron estava exatamente no primeiro grau de Áries coincidindo com o Plutão da época de seu provável nascimento, indicando uma relação entre sua grande determinação e pioneirismo como um caminho de elevação pessoal que poderia ter se encerrado ali.

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Hipátia foi morta em meio a uma campanha movida pelo bispo Cirilo na cidade de Alexandria, primeiro os cristãos expulsaram os judeus de lá e em seguida começaram a se organizar para restaurar os valores defendidos pela igreja que conflitavam com o livre pensamento neoplatonico. Hipátia foi cercada por um grupo de cristãos, arrastada pelas ruas da cidade até a Igreja, onde foi perfurada e esfolada com conchas de abalone até a morte.

Nesse dia, Saturno estava em Câncer e pode ter feito um aspecto com seu Urano natal, indicando o fim da sua trajetória questionadora dos modelos femininos. Ser morta por conchas, representações arcaicas das grandes mães, também é algo interessante de notar aqui.

Nesse mesmo dia, Sol e Urano estavam juntos no céu em Peixes, conferindo uma postura passional à mente coletiva na defesa dos valores cristãos. No mito, Urano não admite a existência de opositores e mata seus próprios filhos para evitar oponentes ao seu reinado.

A Lua, deflagradora de nascimentos e mortes, estava em Leão pode explicar a atitude in
tolerante e violenta dos cristãos de Alexandria. Se o ano de nascimento estiver correto, essa lua teria ativado a Lilith natal de Hipátia, levando a uma morte traiçoeira e cruel.

Sua colaboração na revisão da geometria euclidiana e a proposição das elipses como movimento dos planetas concluía pelo modelo heliocêntrico, a Terra girando ao redor do Sol. Com sua morte, essa visão foi descartada e igreja prosseguiu afirmando que a Terra era o centro do universo e da atenção divina. Apenas em 1453 essa hipótese foi levantada novamente por Nicolau Copérnico, que teve o cuidado de publicar sua teoria apenas depois de sua morte para evitar a inquisição.

Levou mais de mil anos para recuperar o conhecimento que Hipátia desenvolveu, que depois se desdobrou nas noções da física sobre movimento, vácuo e gravidade por Kepler e Newton. 

Que mulher incrivelmente pioneira.

Me falem nos comentários: que mulheres da história vocês gostariam de conhecer melhor pelo olhar da astrologia


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