domingo, 9 de dezembro de 2018

Astrologia e afetos de vanguarda




Histórias de amor e ajustes amorosos, eu ouço coisas muito interessantes durante as consultas de tarot e astrologia com esse tema. E percebo como esses saberes condensam possibilidades muito mais amplas do que a nossa cultura e senso comum admitem.

Recentemente atendi uma pessoa que estava casada já há alguns anos e apesar de viver nesse casamento tudo que o script manda (dedicação mútua, sucesso profissional e financeiro, viagens, casa própria) estava se sentindo muito insatisfeita. Os filhos desejados, não vieram.

Essa pessoa tinha vários posicionamentos em signos de ar, notadamente Gêmeos e Libra. Os signos de ar tem como característica serem direcionados ao futuro, ao novo e ao diferente, e naquela configuração sinalizava que o novo alimentava o mundo dos afetos, para aquela pessoa a diversidade no campo dos relacionamentos era positiva. Fui me dando conta do quanto aquela pessoa ainda não tinha admitido isso para si mesma.

Perguntei então o que ela achava de ter um relacionamento aberto, numa clara provocação para ver o que ela me diria. Os olhos arregalaram e ela olhou pra mim de volta com um sorriso no canto da boca, disse que era "seu sonho" mas não havia nenhuma chance disso acontecer no casamento dela. 

Conversamos então sobre a relação entre os posicionamentos no mapa dela e essas possibilidades "mais modernas" de ajustes nos relacionamentos, e naquele momento ela se contentou em ENTENDER o porquê de em tempos em tempos ela sentir muita vontade de "trair" o companheiro com pessoas muito interessantes, apesar de nunca ter levado esse desejo adiante. Trair aqui está entre aspas porque na noção de não trair o outro, quem estava se traindo era ela.

Mas entender de onde vinha o seu desejo foi suficiente para ela naquele momento e ela chorou, disse que estava aliviada e que agora via algum sentido na angústia que vinha sentindo.

Pelo nosso senso comum, que internalizamos tão bem, ainda acreditamos que casamento monogâmico é fórmula de sucesso para todos os relacionamentos afetivos, especialmente para mulheres que seriam supostamente mais "emoção" do que "razão" e precisariam se sentir seguras numa relação estável com uma única pessoa.

Pela astrologia não é bem assim, existem na natureza predisposições à monogamia tanto quanto existem predisposições à diversidade.

Eu penso que alguns posicionamentos astrológicos indicam que ainda não temos ajustes afetivos que contemplem toda a pluralidade das possibilidades humanas, nossos modelos de relacionamento são insuficientes e não dão conta da vida real. Muito menos oferecem soluções para quem quer exercer uma responsabilidade afetiva nos quadros que destoam do senso comum monogâmico. 

Nosso senso comum nos faz tão julgadores...

E do meu lado eu fico sempre encantada com o quanto a astrologia, apesar de ser um saber tão antigo, consegue simbolizar tão perfeitamente algo que ainda é visto como vanguarda. 

Será que dia vamos lidar melhor com todas essas possibilidades? 

O que você acha disso?

Intuição e técnica



Eu adoro contar esta história, mas nunca contei aqui. Há uns anos atrás participei de uma oficina de tarot conduzida pela queridíssima Petrucia Finkler, que tem um trabalho lindíssimo com o simbólico e outras habilidades (aqui o blog dela, conheçam: https://www.petruciafinkler.com.br ).

Durante o encontro, ela contou sobre métodos de leituras, possibilidades de interpretação, uso de aromaterapia e outras dicas para abrir a percepção, tudo muito novo e interessante pra mim na época.

Aí ela fez um convite impensável: que nós, os participantes, cedessemos para ela um objeto que estivéssemos usando ali, naquele momento. Seriam colocados numa sacolinha. Todo mundo olhou desconfiado, como assim?

Mas cada um deu alguma coisa, uma caneta, um cristal, um prendedor de cabelo, um brinco...

E aí que todos os objetos pessoais foram misturados ali na sacola e jogados no chão, ficou aquela bagunça de coisas no meio do nosso círculo.

Todo mundo se olhando e não entendendo nada.

Então veio a proposta: cada pessoa deveria fazer uma leitura intuitiva daqueles objetos, a partir do seu ponto de vista no círculo, para a pessoa que estivesse ao lado.

Confesso que achei bem estranho, nunca tinha imaginado essa coisa de ler objetos. Mas chegou a minha vez e fiz uma possível leitura que a pessoa do meu lado achou pertinente.

E aí que chegou a vez da pessoa ler pra mim e eu nunca me esqueço dessa leitura. Ela visualizou uma caneta apontando para o anel de alguém ali naquele aglomerado de coisas, e me disse que eu precisava escrever. Que o que eu tinha de mais importante pra dizer, que dissesse escrevendo, e que surgiriam pessoas que achariam esses textos e me acompanhariam, e que as minhas palavras encontrariam o caminho para dar voz a outras pessoas. Por fim, me disse que a palavra pode curar.

Esta semana eu recebi vários retornos sobre o texto da codependência de pessoas que se identificaram e se sentiram representadas ali nas minhas palavras, e me lembrei dessa história. Eu amo escrever e tenho trabalhos escritos muito bacanas pra contar, como as leis que escrevi em favor das mulheres por exemplo, mas os pequenos textos do dia a dia que tocam aqui e ali e que de vez em quando me fazem receber de volta um carinho de quem sabe do que eu estou falando (escrevendo), é muito realizador.

Eu não sei quem foi essa pessoa que me fez essa leitura tão intuitiva e tão preciosa, mas eu agradeço a ela hoje. E à Petrucia, que me fez perceber o quanto escrever sobre o que eu acredito era algo genuíno e importante pra mim ;-)

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Codependência e Autoimportância

verbenna yin


A CODEPENDÊNCIA tem sido uma tônica bem presente nos meus últimos atendimentos. E como fundamento da psicanálise, só nos chegam (e ficam) os casos que representam situações por onde nós terapeutas já caminhamos, e eu afirmo: esse caminho eu conheço bem.

Esse quadro, também chamado de dependência emocional, geralmente se estabelece entre casais mas pode ocorrer em outras configurações de relacionamento como entre amigos ou entre chefe-funcionário. Tem como tônica a manipulação que é exercida entre uma personalidade mais contundente, e geralmente compulsiva e por isso "dependente", que é satisfeita pela outra personalidade mais permeável e influenciável, a "codependente".

É mais visível quando a dependência da personalidade dominante tem um foco definido: drogas, álcoól, sexo, jogo. Mas existem dependências muito simpáticas e socialmente aceitas, como a dependência do trabalho por exemplo, onde a ausência é entendida como atenção à subsistência da família.

Nesse quadro, a personalidade codependente presta todo o auxílio necessário a que o outro possa exercer livremente sua dependência, é permissiva e muitas vezes lida sozinha com as consequências negativas da ausência, no que geralmente é muito eficiente.

Muitas mulheres vivem essa dinâmica psicológica notadamente em relacionamentos abusivos, por conta do estímulo cultural ao arquétipo feminino de mãe e esposa sempre submissa, disponível e valorosa defensora da família constituída. Nessa programação, muitas mulheres acreditam que seu valor esteja em atender a personalidade dominante do parceiro pois esse esforço dela é não só socialmente esperado como também valorizado. Afinal, a "mulher sábia edifica o seu lar" e as mulheres são especialmente eficientes em manter a organização familiar funcionando muito bem, apesar das atitudes do parceiro abusivo.

Aí que essa eficiência toda parece ser sinal de que tudo vai bem, tudo está sob controle e a visão dos outros nos aprovando confirma a sensação de que está tudo certo.

Até o dependente reconhece: "como seria minha vida sem você?"

"Por isso que eu te amo!"

Mas a que custo pessoal para o codependente?

A custo de muita renúncia, de insatisfação, de desconforto e cansaço físico, oportunidades perdidas... Coisas que nenhum dinheiro compra e que tempo nenhum retrocederá para que o codependente busque de volta os momentos que deixou de viver por si mesmo. Sua melhor energia foi destinada a cobrir os buracos que o dependente deixou, para pagar suas dívidas, para explicar o mal entendido, para reparar o que o outro quebrou e suprir o que ele não quis dar.

Você reconhece esse lugar? Pois é, a codependência é o cenário emocional de muita gente. Mas ele esconde uma dura verdade, que é a nossa necessidade de nos sentirmos importantes. A codependência é a sala da AUTOIMPORTÂNCIA.

Essa palavra eu demorei muitos anos para ouvir e ela faz todo o sentido. O codependente julga que tudo que ele faz é muito importante e que sem isso o dependente não vive. Os fatos externos acabam criando uma confirmação disso, pelo que o codependente segue se esforçando para manter a relação a qualquer custo para si.

No fundo mesmo, o codependente quer ser visto, reconhecido. Ele precisa se sentir valorizado como indivíduo e encontra essa valorização no apoio irrestrito dado ao dependente. O codependente só se reconhece e se valoriza quando abre mão de si e se dedica ao outro, fazer pelo outro é um grande troféu que ele se dá e exibe para todos: "olha como eu sou importante, sem mim o fulano não conseguiria".

Algumas abordagens modernas chamam esse comportamento de "narcisimo invertido", pois o codependente admira a si mesmo, admira seu esforço e comprometimento extremos e sua eficiência em superar os problemas que o dependente cria.

Por isso é tão difícil romper com o ciclo dependência-codependência, afinal se o dependente se vai, como serei reconhecido? Como vou me sentir importante?

Fortalecer a autoestima e a independência podem ser caminhos para resgatar a autonomia nessa dinâmica, mas a consciência da AUTOIMPORTÂNCIA é a chave para transformar ativamente essa situação.

A importância que atribuímos a nós mesmos precisa sair do foco externo do "veja do que sou capaz", que busca o tempo todo confirmar que você vale porque se esforça. O esforço não é a medida da nossa existência.

O que é importante está em se sentir livre para ser o que você quiser, no seu tempo e ritmo próprios. É na liberdade que mora a espontaneidade e a alegria, e é por onde circula o amor próprio que nos dá a medida do que nos une de verdade.

Se você hoje estiver numa relação pesada demais, pare de se esforçar tanto e considere: para quê estou fazendo todo esse esforço? Será que esse preço não é alto demais?

Talvez seja tempo de desfazer amarras e testar novas posturas nos relacionamentos, de sair da posição engessada em que você se colocou para finalmente dançar pela vida com mais leveza e doçura.

Lua Cheia em Gêmeos - 23/Nov/2018

verbenna yin


Neste mês a lua cheia acontece no eixo Gêmeos-Sagitário, com um multiplicidade de aspectos para combinar com a energia dinâmica e versátil da força mercuriana que rege Gêmeos.

Essa lua é alegre, leve, divertida e muito disposta a se conectar com o outro, a ouvi-lo e a dar lugar para que se aproxime e fique. O novo é bemvindo!

O período é ótimo para rever pessoas queridas, estar entre amigos, iniciar novos relacionamentos e ampliar os contatinhos. Tudo tem seu tempo e momento, né amores? Pra quem quer diversificar é uma boa hora :-)

Mas para além desse modo "abertura para o novo", vêm também a proposta de aprendizado dessa lunação que começou em Escorpião, ativou a Vênus e trouxe o tema dos relacionamentos. A lua caminhou e agora está cheia, subindo para a consciência as necessidades que cada um tem nesse tema em especial.

Aí que os aspectos que essa lua cheia recebe dos demais planetas são desafiadores, ou seja, nos impelem a ir além do que conhecemos e julgamos saber até o momento. Sempre é tempo de aprender.

A Lua está em oposição a Mercúrio e Júpiter, indicando que pode haver um excesso de pensamentos e ideias que precisam ser colocadas em ordem, podem ser percepções sobre as relações afetivas anteriores que começam a chegar todas de uma vez. É importante ir organizando essas percepções para que elas façam algum sentido. Júpiter amplia tudo o que toca e nessa posição pode nos levar a uma certa empolgação para sair falando coisas, para contar dos nossos sentimentos ou para nos declararmos a alguém. Aqui cabe um certo ponderamento, procure estabelecer prioridades na sua narrativa para não se perder na hora de se declarar para o crush. Faça bonito!

Essa lua também recebe influência de Marte e Netuno em Peixes, pedindo um certo romantismo e ambiente de sonho para que as questões emocionais possam ser absorvidas. Por mais rapidinho que seja Gêmeos, desta vez tem que dar tempo para incluir flores, palavras bonitas e uma aproximação cheia de charme para garantir que o outro permaneça receptivo. Nada de piadinhas sem graça ou sinceridade total, nesta lua cheia o romance é enfeitado e cheio de imaginação.

Mas o aspecto mais impactante é o Saturno fazendo quincunce à Lua Cheia, o que pode influenciar tanto para o bem como para o mal. Aqui o aprendizado é manter a coerência consigo mesmo e ser assertivo com os seus próprios sentimentos. Está na hora de levar a sério a sua vontade de se conectar afetivamente e viver plenamente essa área da sua vida. Não se trata de se comprometer seriamente com o outro, mas antes disso, de se comprometer seriamente em atender você mesmo na sua necessidade de trocar afeto e se sentir amado.

Quando negamos essa necessidade, podemos vivenciar relações menos comprometidas onde nos sentimos preservados em nossa intimidade, mas que no fundo não permitem que a gente chegue naquele nível de troca com o outro onde eu posso ir além e experimentar algo realmente novo.

Este Saturno vem ensinar que o compromisso real é com você mesmo e que o outro detém a energia pra fazer essa ponte com a gente mesmo de volta. A presença do outro na nossa vida é o que nos permite ir além e para romper com nossos próprios limites, entendendo melhor as defesas que sempre usamos e que talvez não precisemos mais, para afinal superar as autossabotagens que nos impedem de sermos felizes no amor.

Até quando você vai ficar fugindo de uma relação legal pra você quando a coisa começa a sair do superficial, criando motivo pra se afastar de quem gosta de você?

O quanto você nega pra si mesmo que sofre com essa atitude?

A afetividade consciente, mais que um compromisso com o outro, é um compromisso consigo mesmo. E quando a gente tem maior consciência desse compromisso interno com a nossa própria afetividade, a gente passa a respeitar mais a aproximação do outro e valorizar a presença do outro na nossa vida.

Os astros nos fazem esse convite hoje, tenha fé e acredite no poder do vínculo que move a energia geminiana na direção da expansão. Com certeza será muito especial se manter aberto para que esse novo outro se aproxime, permaneça ao seu lado e te permita vivenciar todo o potencial da sua afetividade.

Vênus em movimento direto


verbenna yin


Vênus concluiu a retrogradação, em sua dança celeste retomou o curso direto e percorre agora o trajeto de Libra à Escorpião, simbolizando em nós um movimento confiante que reconhece o desejo de conexão com o outro e a necessidade de transformar o medo de se relacionar e os reflexos condicionados pelas experiências anteriores.

Este será um tempo para desapegar das memórias ruins e dar uma chance para que novas ligações se estabeleçam.

E a conexão em si mesma é um poderoso recurso de transformação; como uma reação química, nossa passagem pela vida do outro tem potencial para mudar as duas histórias.

Quem cruzou seu caminho na semana passada quando Vênus retomou o curso direto?

Preste atenção aos sinais, durante os próximos 15 dias pode acontecer um encontro pra lá de impactante onde será possível sentir todo o potencial transformador de uma nova história afetiva - que pode começar a se desenvolver nestes últimos graus de Libra.

Quando chegar ao território da Fênix, Vênus será testemunha de que qualquer centelha pode surpreender. Na presença do elemento certo, a pequena centelha ganha vida e pode virar uma chama brilhante, irradiante, cheia de energia e inspiração para compor uma nova página da nossa história.

Alinhamento Vênus e Urano

verbenna yin


Neste mês de novembro estamos vivendo coletivamente um alinhamento bem interessante: a oposição entre Urano e Vênus. Tradicionalmente, o planeta mais distante exerce influência sobre o mais próximo, assim Vênus é dominada pelos eflúvios de Urano e essa tendência se manifesta em nós nas experiências do dia a dia que envolvam relacionamentos, finanças, autoestima e imagem.

Os planetas são significadores de atitudes e Urano simboliza o rompimento com as estreitezas que nos mantém apertados num lugar comum. É um planeta diferenciado, enquanto todos os outros giram no seu próprio eixo verticalmente, ou inclinado como a Terra, Urano tem um eixo horizontal, ele gira “deitado”. 

Por isso filhos de Urano são geralmente taxados de “do contra”, são os rebeldes que não se conformam com a realidade estabelecida e acabam por se orientar em direção ao futuro sendo visionários de novas realidades.

Urano entrou em Touro este ano, está retrogradação agora mas vem desde maio propondo uma reflexão mais aprofundada sobre as nossas tradições culturais, muitas pessoas tem sentido esse movimento como um retorno do conservadorismo e uma necessidade de se sentirem seguros naquelas regras que “sempre funcionaram”. 

Este é um contato inicial dessa energia uraniana no território taurino, a tendência é a ruptura se manifestar quando superarmos esse momento de revisões culturais pois novos pontos de vista não podem mais ser ignorados. Estamos de fato vivendo tempos onde não se justificam mais certos conservadorismos e mesmo que haja um esforço para voltarmos às formas de antigamente a geração atual não sintoniza mais com essa maneira de pensar. 

Urano traz a vanguarda da arte, do pensamento e da cultura. E ninguém impede o passo desse Titã precursor do tempo, é nele que está o caos enquanto caldeirão de todas as novas possibilidades.

Vênus já é uma energia mais estável, nos move à conexão e ao sentimento de pertencimento, impulsionando os vínculos emocionais que nos fazem sentir seguros, valorizados e amados. Quando nos sentimos valorizados, lidamos melhor com os afetos que se estabelecem nos relacionamentos e, consequentemente, com o valor do nosso trabalho, indicando uma maior fluência no setor financeiro como reflexo do merecimento e da estima própria.

Essa oposição entre Urano e Vênus traz uma certa tensão para a conversa entre os dois planetas e é Vênus quem sente a necessidade de “romper para crescer” que vem de Urano. Lembrando aqui que Vênus está em período de retrogradação, numa sinergia cósmica que indica como o tempo atual é de revisões mesmo para entendermos melhor o que se passa com as nossas emoções e como podemos nos relacionar melhor entre todos.

Então a tendência desse alinhamento é reproduzirmos na nossa área afetiva essa mesma tensão planetária, podemos passar por um período de turbulências nos nossos relacionamentos onde será importante revermos onde estamos estagnados, onde nossos afetos nos seguram em cenários emocionais estreitos e sem possibilidades de crescimento, onde vivemos sempre as mesmas coisas.

Também é possível que a gente se sinta um tanto incomodado com a nossa autoimagem, pode vir aquele ímpeto de mudar o cabelo, contratar um procedimento estético ou considerar um novo estilo visual que componha melhor com nosso momento de vida. Tudo isso é válido e pode ajudar a criar uma coerência externa para as mudanças que já devem estar acontecendo do lado de dentro. Às vezes a gente vendo fora consegue perceber melhor o que acontece dentro, porque tudo está interligado e mundo interno e externo são uma coisa só.

Outra possibilidade interessante desse alinhamento é a percepção do quanto estamos seguindo para uma padronização dos referencias de beleza, criando modelos estáticos e limitados que não contemplam toda a nossa diversidade humana. Em tempos de botox, chapinhas e sobrancelhas arqueadas, Vênus está cansada desse modelo único: está na hora da gente avaliar se os procedimentos estéticos não estão criando um exército de pessoas fisicamente parecidas, com feições adaptadas para atender uma certa “perfeição” mas que no fundo as deixa todas igualadas, sem expressão própria e distantes da sua autenticidade.

O recado é pra gente buscar a beleza sim, pois Libra e Touro são signos que prezam por esse aspecto em especial. Mas é uma beleza que tem a ver com a originalidade, com a liberdade de ser genuíno e mostrar ao mundo sua beleza real sentindo-se bem com isso. Fortalecer a autoestima então é essencial pra gente pode se mostrar com a nossa beleza real sem se sentir julgado, comparado ou reprovado. A Vênus libriana tem lugar para todos os modelos e formas diversas. A hora é de desenvolver autoconfiança e uma certa ousadia pra gente se mostrar ao mundo em todas as nossas cores, ainda que fora dos padrões enaltecidos pelo senso comum.

E você, já percebeu onde o alinhamento Urano-Vênus te toca?

Lunação de Escorpião - nov/2018

Verbenna Yin


A lunação de Escorpião acontece com Sol e Lua alinhados no signo das águas profundas e no território do inconsciente fascinante e brutal. É desse lugar que nascem os desejos, os impulsos que nos movem perante a vida, a necessidade de sobrevivência a qualquer custo e a sede de se vincular emocionalmente com o outro.

A união do Sol com a Lua faz nascer em cada um o desejo de ir mais longe, superar a observação comum e ir descortinando aspectos da realidade que até então eram desconhecidos. Talvez sejam aspectos sobre si mesmo que precisam ser vistos e trabalhados.

O que você tem descoberto a seu próprio respeito e que nunca havia prestado atenção antes?

Será que posso continuar sendo a mesma pessoa e fazer as mesmas coisas de antes agora que sei certas verdades sobre mim?

Em Escorpião a verdade se apresenta completamente nua, sem qualquer artifício ou enfeite, sem eufemismos. Teremos que lidar com essa visão da verdade e daí pra frente tudo toma outra forma, as formas antigas não servem mais. A verdade é transformadora porque nos obriga a um novo posicionamento diante do que foi assimilado, é impossível voltar atrás e a única opção é o desprendimento da situação anterior.

A lua nova se alinha também com Netuno em Peixes, evidenciando que o desejo é de se conectar profundamente com a humanidade que vemos refletida no outro. É na conexão e na solidariedade que nos reconhecemos humanos, valores que são sustentados pela consciência pisciana.

Netuno nesse posicionamento dará o tom dessa lunação, nos inspirando a compor vínculos onde podemos nos sentir aceitos de verdade, sem precisarmos ficar maquiando nem escondendo nada, onde há liberdade para sermos vulneráveis e nos entregarmos ao outro por vontade própria, sem medo.

O inconsciente, simbolizado pela lua, é esse lugar escuro e turvo da nossa mente, onde a visão das coisas é distorcida. Aqui a lua pede para nos esforçarmos a fim de ver o mundo como realmente é e as pessoas com suas reais motivações. Talvez estejamos cercados de pessoas que não respeitam nossa vulnerabilidade, nossa humanidade, e aí pode ser a hora de desapegarmos das etapas já cumpridas que essas pessoas representam.

Quando assimilamos certas verdades, conseguimos nos desprender das pessoas e situações que finalmente conseguimos ver em todas as suas cores e numa atitude de autopreservação vamos nos movendo para outras paragens, longe daquilo que impedia nosso crescimento.

Nesta lunação, o desapego é a chave para continuar o seu curso com liberdade, seguindo um estado permanente de fluxo com a vida. Como se flutuando na água, sendo levado por ela. Confie e aproveite o mergulho.

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Beltane - União das Polaridades

verbenna yin


Hoje é Beltane, a comemoração ancestral da união das polaridades feminina com a masculina que cria o potencial de uma nova vida e nos inspira à renovação e à esperança no futuro.

Jung preservou em seu trabalho essa noção da potência que advém da complementariedade, notadamente quando aponta que a reconciliação arquetípica entre Anima e Animus, no cenário interno da subjetividade, a Sizígia que abre caminho para que possamos nos encontrar com nosso ser essencial, nosso SELF.

Antes de passar pela etapa da fusão dos opostos, podemos ter algumas pistas do que existe nesse nosso cenário interno, vislumbramos lampejos desse lugar secreto e só esse visão pode muito bem nos guiar pelos em direção à autenticidade e à liberdade.

Mas quando conseguimos vivenciar mesmo a experiência dessa fusão primordial, ah meus amigos... Aí tudo muda, as buscas encontram sentido e temos clareza absoluta de quem somos e como podemos nos mover pela vida. Encontramos nosso propósito!

E essa experiência começa nos relacionamentos afetivos, nosso inconsciente nos guia até aquela pessoa que tem os atributos complementares aos nossos para que haja a oportunidade de enxergarmos essas possibilidades - primeiro, vemos de forma projetada, através do nosso conteúdo refletido pelo outro; depois, começamos a perceber que o que vemos nesse outro na verdade é aquilo que precisamos aprimorar em nós mesmos.

E aí iniciamos o caminho de integração de todos os nossos aspectos e podemos criar nossa mandala interna, aquela imagem do si-mesmo que reunirá todos os nossos fragmentos de maneira harmônica, trazendo a sensação de paz pois tudo que nos aconteceu encontrou seu lugar e agora faz sentido.

Essa mesma noção é contemplada na astrologia também quando percebemos a correlação entre Marte e Vênus no mapa individual, o que cria uma forte atração pelas pessoas que possuem posicionamentos opostos aos nossos. Sem perceber, vamos nos aproximando de quem tem essa energia polar e complementar à nossa, e o que vem dessa união é uma sinergia de forças capaz de criar novas realidades - internas e externas.

Arquetipicamente, o amor é o vínculo que permite que essa reconexão aconteça e o desejo é o que nos movimenta em direção à experimentação. Unidos, o amor (Vênus) e o desejo (Marte), o Deus e a Deusa, recriam o futuro. Eternamente.

Hoje, comemorando Beltane, vamos celebrar a união que pode abrir caminho para todas as novas possibilidades de florescer e desabrochar nossa humanidade mais elevada, expandindo sempre, como a Primavera.

Feliz Beltane!

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Lua Cheia em Touro - 24/10/2018

verbenna yin


Hoje é Lua Cheia em Touro, a minha lua natal :-)

Os céus hoje pedem para fazermos um ajuste naquilo que acreditávamos ser correto e estável no que tange às nossas emoções. Urano influenciando a Lua vai indicar a necessidade de renovação na forma como nos dispomos e exercemos nossa afetividade, propondo uma nova maneira de nos relacionarmos com o outro - principalmente, o outro amado.

A pedida aqui é nos desprendermos da necessidade de estabilidade como sinônimo de segurança emocional, perceber como o apego aos modelos tradicionais de afetividade nos limitam e nos mantem enrijecidos, impedindo que a gente vivencie possibilidades de ajustes diferentes com a pessoa amada.

A segurança emocional é de si para consigo mesmo. O outro participa, mas não é o outro quem nos confere a segurança, o desafio é se sentir à vontade o bastante para demonstrar sua afetividade livremente e se entregar ao outro desarmado.

Quando acreditamos que a presença do outro na nossa vida confere estabilidade, depositamos no outro o poder de nos fazer sentir segurança. Nem sempre é assim, muitos casais vivem anos juntos sem estarem unidos de verdade, sem trocarem honestamente os afetos e sem crescerem juntos.

E o contrário também pode acontecer, a gente se relacionar só na superfície, se mantendo distante emocionalmente do outro para impedir que ele nos afete. E aí a necessidade de se complementar nao é atendida porque não nos damos a chance de receber o outro no nosso território.

Será que seu esforço é para manter um relacionamento idealizado ainda que seu desejo não seja esse?

Será que o outro realmente atende o seu desejo?

Essa relação é realmente prazerosa?

Vênus está em movimento retrógrado pela região de Escorpião, aprofundando essa reflexão e pedindo honestidade na expressão dos afetos. Durante a retrogradação, a Vênus pode nos reaproximar de pessoas do passado com as quais temos ressonância e que na época deixamos passar. Atenção pra não perder a chance de novo.

Ao aspectar a Lua, nos faz o convite para encontrar satisfação emocional juntamente com o prazer sensorial de estar com quem nos excita e complementa de fato.

Em Escorpião o desejo é "de verdade" e não tem mais espaço pra gente ficar se enganando: se não arrepia, não vale.

É também desse lugar que vem a orientação para o desapego de tudo o que não é verdadeiro para sairmos da estagnação emocional e novamente movimentarmos a vida, permitindo a aproximação das pessoas que podem nos contemplar da mesma forma.

Então aquilo que não excita de verdade precisa sair e dar lugar para o novo, para que possamos novamente nos conectar com o potencial de crescimento e abundância dessa energia primordial de vida: nossa sexualidade.

Em Touro a Lua ativa todos os órgãos dos sentidos, então para quem está procurando romance a dica é unir os afetos aos prazeres sensoriais de uma boa refeição, um vinho apurado, tecidos suaves e ambientes à meia luz. Afinal, o prazer é inebriante.

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Lunação de Libra - 09/10/2018


verbenna yin


A lunação deste mês abre no signo de Libra, onde a tônica são os relacionamentos e a nossa capacidade de compreender e aceitar o outro. Durante o alinhamento entre Sol e Lua, o ascendente estará apontado para a Roda da Fortuna, um setor do céu onde Sol e Lua estão perfeitamente harmonizados e que simboliza boa sorte e positividade para aqueles que estão atentos ao seu próprio desenvolvimento pessoal.

Para esta lunação, o ascendente alinhado à Roda da Fortuna representa um aproveitamento ótimo da sinergia entre Lua e Sol deste mês. Mas este aproveitamento requer esforço, não vem de graça não. É preciso estar consciente e alerta aos aspectos internos para se dar conta deste potencial.

O Sol em Libra nos propõe essa observação mais aprofundada a respeito da qualidade dos nossos relacionamentos, se estamos nos sentindo contemplados com nossos parceiros e se nossas necessidades afetivas vem sendo atendidas. Aqui cabe a reflexão se estamos nos comunicando de forma eficiente com as pessoas com quem nos relacionamentos, se conseguimos nos expressar com liberdade diante delas ou se reprimimos nossas opiniões e vontades para manter uma atitude mais conciliadora e não desagradar – e de quebra continuarmos sendo aceitos.

Será que conseguiríamos nos expor completamente nessa relação e o outro continuaria a nos amar se nos visse desnudados?

Já a Lua é o indicador de onde repousa o nosso inconsciente e os desejos que permeiam esse território. Em Libra, a Lua vai nos revelar qual é a motivação dos nossos relacionamentos, o que tem nos mobilizado em direção ao outro. Será que estamos mesmo querendo compartilhar momentos e ideias com o outro ou será que esperamos receber do outro a validação dos nossos próprios aspectos e nos sentirmos aprovados?

Se nos relacionarmos sempre intencionando aprovação e validação de nós mesmos, perdemos a chance de conhecer toda a diversidade de que o humano é possível. Quando não nos sentirmos aprovados pelo outro, não nos mostramos e não nos conhecemos. Não vamos além.

O movimento da vida acontece para quem se aceita como é.

Todos somos diversos, plurais, e cada um é o resultado de uma gama de forças da natureza que se misturam, se ajustam e compõem uma forma única, individualíssima.

Para observar a beleza dessas formas que cada indivíduo representa em si, precisamos estar abertos e disponíveis à aproximação. Sem aproximação e sem convivência não podemos exercer essa apreciação das diferenças – o que é essencial para conseguirmos ir além na direção de algum progresso próprio e coletivo.

Sem espaço para as diferenças, ficamos restritos ao óbvio e não alcançamos o extraordinário.

Precisamos estar desarmados e positivos para dar lugar à aproximação do outro, para que esse outro possa ser visto, recebido, admirado. Para que o outro possa compor e se integrar. Para que a união e a pluralidade seja possível e possamos, cada um com a sua forma, compor uma grande mandala – onde diversas formas e cores autônomas se encaixam e complementam formando uma imagem maior.

É disso que se trata a energia de Libra, de estar disponível e receptivo para a pluralidade acontecer. Até o signo anterior, Virgem, a energia é individual e os aprendizados propostos são também na esfera individual pois estamos percorrendo o ambiente interno e conhecendo nossas capacidades. Mas a partir de Libra esses aprendizados transbordam para o externo e somos direcionados a compartilhar as capacidades desenvolvidas e a conviver com as várias possibilidades.

Nesta lunação, a chave para o trabalho interno é dada pela Roda da Fortuna em Câncer, que promove uma maior consciência a respeito dos nossos mecanismos de defesa, que nos impedem de nos aproximarmos uns dos outros. Em Câncer pode vibrar o temor de sermos atacados pelo outro e a diferença que o outro representa é vista como fator de risco.

Nessa região do céu, a tendência é neutralizar as diferenças para que elas não nos ameacem – o que pode resultar numa atitude inconsciente de repelir o outro a quem considero diferente de mim. Porque tenho medo dele.

Mas para quem está atento às mensagens dos céus, a roda da fortuna gira na direção da superação do medo das diferenças, a fim de que as energias de receptividade e a colaboração librianas possam ressoar. É em nós que essas energias vibram, somos nós as antenas que irão conscientizar e ancorar essas vibrações aqui na Terra e é nosso dever estarmos atentos à nossa missão com este planeta.

Durante a lua nova, Lua e Sol ficam perfeitamente alinhados e sugerem simbolicamente essa atitude colaborativa entre Ego e ID, entre consciente e inconsciente, entre visível e encoberto. Vamos nos permitir ser colaborativos internamente, para que nossos aspectos conscientes e inconscientes trabalhem juntos num alinhamento inteligente. Disso pode resultar um humano mais expandido em consciência que, por sua vez, irá atuar em prol de uma convivência mais pacífica e harmoniosa com os outros como reflexo da aceitação de si mesmo