segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Estrelas da História - Simone de Beauvoir

Simone de Beauvoir


Simone de Beauvoir foi um uma filósofa que se dedicou a estudar e problematizar as relações entre homens e mulheres e é um ícone do feminismo, sendo considerada a mãe desse movimento. É dela a célebre frase “Não se nasce mulher, torna-se.”

Nasceu em 09/01/1908 na cidade luz Paris e em plena Belle Epóque, na efervecência e expansão das ideias criativas desse movimento. Desde a infância era descrita por seu pai como “tendo uma inteligência de homem”, o que para ela como filha mais velha seguramente tinha significado.
Vinha de uma família de classe média, seu pai era advogado e sua mãe uma dona de casa católica e muito moralista, devotada à família e que cumpriu fielmente seu papel como esposa e mãe, que anos mais tarde morreu de um doloroso câncer no estômago.

Simone era Capricorniana e nasceu com o Sol em conjunção a Urano e Mercúrio, conferindo uma mente mais ágil que a média e facilitando qualquer processo de aprendizagem e desenvolvimento intelectual. O Sol em Capricórnio corresponde a uma figura paterna respeitada que simpatizaria com a desenvoltura mental da filha e seria capaz de reconhecê-la nessa capacidade. Simone foi educada em boas escolas católicas e logo aplicou aos cursos de matemática e filosofia na Universidade de Sorbonne.

O Sol de nascimento também tinha uma peculiaridade que é o alinhamento com a estrela Vega da constelação da Lira, posicionamento que reforça o brilhantismo intelectual do nativo e que segundo Ptolomeu tem natureza de Vênus e Mercúrio – algo que é bem coerente com a produção intelectual de Simone que detalhou a problemática da desigualdade de gênero e fundamentou as teorias feministas.
Um Sol Capricorniano acompanhado de Urano resultaria numa Simone muito comprometida com a sua autonomia, orientando-a desde cedo a encontrar um caminho de autossutentação financeira que permitisse a ela liberdade para conduzir sua vida conforme suas próprias escolhas. Simone não só vivenciou isso individualmente dando aulas e desenvolvendo sua própria trajetória profissional, como também teorizou que a independência financeira é o caminho para libertação da mulher quando esta compreende e decide sair do sistema de opressão instituído pelo casamento e moral dominantes.
Simone se formou pela Sorbonne aos 21 anos durante o trânsito de Saturno pelo seu ascendente em Sagitário e logo passou no exame de agregação em segundo lugar – o primeiro lugar ficou para seu companheiro, Sartre – o que a qualificava para dar aulas. 

Aos 23 anos assumiu como professora na Universidade de Marselha e, assim, foi a mais jovem professora de filosofia da França, lecionando por 12 anos até a época da invasão nazista no país.
Simone conheceu Sartre na época da faculdade e manteve com ele um longo relacionamento afetivo e parceria que durou mais de 50 anos e só terminou após a morte dele. No entanto, a relação tinha parâmetros incomuns para a época (Urano na natividade) e o casal nunca se casou formalmente, vivendo em casas separadas e praticando o que atualmente se chama de “relação aberta”, uma pactuação que permitia independência para vivenciarem individualmente os afetos em outras relações paralelas.

Simone tinha a Vênus em Aquário na linha da Casa 3, ou seja, vivenciava os afetos pela afinidade intelectual, na leveza do elemento ar e na completa liberdade de escolha das parcerias, já que Aquário é o signo que questiona os hábitos e as regras e se permite ousar, fazendo de um jeito diferente aquilo que todos os outros fazem da mesma forma.

Para Simone, a relação deles seria uma ligação eterna de alma e não algo decorrente das leis do momento, dando vida ao posicionamento da Lua natal em Peixes conjunta a Saturno e Marte e que inclinam para a completa independência na afetividade e numa dedicação genuína para com o outro por escolha própria, resguardando a individualidade e o território emocional de cada um.

Este posicionamento também pode ter a ver com o fato de Simone não ter tido filhos, pois a conjunção Lua/Marte/Saturno acontece na casa 4 e indica tanto uma postura não orientada à maternidade como também sugere uma relação de muita exigência emocional praticada pela figura materna. Simone revela detalhes da sua relação com a mãe no livro que escreveu ao acompanhar o processo de adoecimento e morte da mãe, onde relata a rígida moral da mãe que a impedia de conversar a sós com a própria irmã para não influenciá-la com suas ideias diferenciadas.

A partir de 1943, tendo parado de lecionar, Simone começa a produzir textos e a publicar livros – são cerca de 30 obras publicadas. Em 1945 Simone lançou com Sarte e outro parceiro a revista Tempos Modernos, iniciando um período de dedicação à formulação de textos que levassem adiante os pensamentos filosóficos do período final da guerra. Mais tarde, a revista teria uma seção feminista para publicizar os pensamentos que dariam forma ao movimento feminista e à luta pelo direito de interrupção da gravidez na França.

Em 1949 Simone lança sua obra prima “O segundo sexo” onde detalha as desigualdades nas relações entre homens e mulheres, questiona a perpetuação dessas desigualdades na cultura e na educação e faz reflexões inéditas sobre os efeitos desses desequilíbrios na alma feminina. Para Simone, é preciso compreender o sistema de opressão que mantém as mulheres reduzidas à função do cuidado através da idealização do casamento e da maternidade, o que impede o seu completo desenvolvimento como pessoas. Para ela, o ideal é que tanto o casamento como a maternidade sejam escolhas e não destinos para as mulheres.

O livro foi elaborado entre os anos de 1946 e 1949, período em que Saturno estava de passagem pela casa 8 do mapa natal e, especificamente, ativou a Lilith natal em Leão e em seguida Júpiter também em Leão na Casa 9, a marca de grandes escritores e idealistas. Pelo mapa, o livro estava predestinado ao sucesso que teve: a primeira edição vendeu cerca de 22 mil exemplares em uma única semana.

À época de lançamento do livro em 1949, Plutão estava sobre Júpiter natal em Leão e ativou indiretamente a Vênus natal em Aquário, configurando um momento histórico de muita receptividade para as ideias libertárias de Simone a respeito da condição feminina.

Este livro foi traduzido para diversos idiomas e até hoje é uma referência muito importante para compreensão do feminismo, no entanto, foi por vezes censurado ou mal traduzido de propósito para evitar a significação exata do texto original.

Simone morreu aos 78 anos de pneumonia durante um período de trânsito de Saturno e Urano em Sagitário pela Casa 1 e no dia de sua morte a Lua estava em exata oposição no signo de Gêmeos e sobre Plutão natal, a autodestruição que precede o renascimento. Simone foi enterrada ao lado de Sartre em Paris e sua história de amor é uma grande inspiração pois demonstra que apesar de ter reconhecido os problemas que podem advir de uma cultura de desigualdade entre gêneros, é possível a uma mulher viver uma relação com um homem e dedicar-se aos afetos por livre escolha.


mapa astral simone de beauvoir



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