domingo, 7 de maio de 2017

A Lua

Verbenna Yin A Lua Marseille
E então chegamos no arcano XVIII, a Lua: a Senhora que reina absoluta na noite, dona das águas e das marés, que comanda a direção das emoções, o final da infância das mulheres, a duração das gestações e a chegada das almas neste mundo.

Na carta vemos a lua altiva entre duas torres e um crustáceo querendo sair da água e percorrer o caminho até o horizonte. O caminho é guardado por um cão e um lobo, mas ambos estão hipnotizados pela Lua que manda seus raios em forma de gotas na noite escura.

As duas torres ao fundo representam o Ego e mostram que o consciente aqui fica ao longe, este não é o lugar de racionalizações. Aqui o território é das águas profundas do inconsciente, o território das emoções, na imensidão escura e sombria onde moram os desejos, as dores e os medos guardados por toda uma vida.

Nesse território noturno e cheio de sombras a visão tem pouco valor, porque não é pelo raciocínio que vamos perceber esse ambiente. É pelo sentir que adentramos o território da Lua, toda a comunicação com esse reino acontece no corpo físico e a partir das emoções.

Um mito que eu gosto muito e que está associado a esse arcano é a lenda da descida da deusa suméria Inanna (ou Ishtar) aos reinos do submundo de sua irmã Ereshkigal – que era grande, assustadora, devorava tudo pela frente e cheirava mal.

Inanna é levada para esse reino, é deixada sozinha e precisa atravessar 7 portais. Em cada um deles deve se despir de seus ornamentos de deusa e de seus 7 véus. Quando Inanna já nua finalmente se encontra com a irmã, Ereshkigal não a recebe. Ao contrário, ataca Inanna lançando sobre ela sentimentos de ódio e culpa que acabam por matá-la sufocada. Somente depois de 3 dias morta nos reinos escuros do submundo, Inanna retorna à vida guiada por dois serviçais de sua casa natal.

O ponto é que para conhecer os mistérios do arcano da Lua é preciso essa entrega total ao inconsciente, desarmar-se dos mecanismos de defesa e despir-se da autocrítica, da socialização e de qualquer educação. No território da Lua as emoções são brutais.

Entrar em contato com as forças brutas do inconsciente não é uma tarefa agradável, esses conteúdos ficaram guardados no escuro por muito tempo e “cheiram mal”. Perceber-se nesse lugar causa muita confusão e medo, as imagens não são nítidas e a linguagem aqui não é mais a lógica racional. É preciso viajar pelas representações de realidade que vêm das memórias.

Não raro, quando vivemos a situação simbolizada pela Lua estamos atravessando um período de confronto com situações do passado guardadas por muito tempo, situações que não foram bem elaboradas e que muitas vezes nem lembramos mais, guardamos no cantinho escuro da memória e para evitar nos machucar não mexemos mais ali. Mas essas memórias antigas estão vivas e não olhar pra elas nos sufoca, talvez até mesmo fisicamente causando síndromes de pânico e ansiedade.

Verbenna Yin A Lua Artemis
Os desconfortos físicos aparecem porque não temos clareza do que se tratam esses conteúdos, ainda não conseguimos decodificar essas memórias e algo em nosso dia a dia pode funcionar como gatilho para o inconsciente associar então o que vivemos hoje com essa representação do passado. Nossas sombras se apoderaram de nós.

Sem poder ver com nitidez, andamos no escuro e isso aflora nossos medos, os espinhos e as pedras nos machucam. Por isso sentimos dores, aquelas dores sem explicação, as dores que caminham pelo corpo, as fibromialgias.

Segundo Jung, nosso mundo interno é composto por uma região consciente que contém conhecimentos e lembranças que podemos acessar facilmente, e por uma região inconsciente que concentra aspectos de nós ainda não reconhecidos e, por isso, não desenvolvidos: a nossa sombra.

É nas sombras do inconsciente que estão localizadas essas forças que não puderam ser expressadas quando certos eventos aconteceram: um talento que a família não apoiou, aquele jeito de ser inadequado, a culpa pelo desejo que era pecado, a raiva de ter sofrido violência, a dor do filho que não veio, o acidente que me levou pra longe de onde eu queria ir...

Mas a vida não para e seguimos em frente negando os efeitos desses acontecimentos em nós, sem aceitar essas partes de nós porque julgamos que são erradas, imorais, feias, doloridas. Essas partes de nós “cheiram mal” e vão nos devorando pouco a pouco.

Enquanto estivermos na negação de nós mesmos vamos andando em círculos e sem sair do lugar, com a cabeça baixa e reabrindo as feridas sem perceber. Sem olhar para a Lua e sua claridade, vamos ficando isolados e presos na noite escura, nas depressões e nas esquizofrenias.

E assim vamos tocando a vida querendo acreditar que está tudo bem e que vamos conseguir viver em paz sem sentir falta dessas partes de nós que ficaram perdidas pelo caminho. Isso é apenas a mente e nossos mecanismos de defesa tentando impedir nosso crescimento, ainda queremos ser cuidados.

Tudo que está lá na escuridão do inconsciente é a nossa mais pura energia vital que foi aprisionada, é de lá que deveria vir a nossa “bateria” para a vida e crescimento, nossa força propulsora de criação e todo potencial de realização no mundo físico. Evitar o contato com a Lua é perder nossa energia de vida porque interrompemos o fluxo criativo que nos alimenta dia a dia, é ficar sem a nutrição psíquica que vai nos levar à real maturidade.

Quando passamos os anos fugindo do nosso passado e negando partes de nós ficamos desvitalizados e sem poder realizar nossos planos no mundo, nossos planos vão dando errado um após o outro porque não temos recursos para mantê-los vivos e florescerem. É o “efeito Sombra”.

Até o dia em que chega a iniciação da Lua e não podemos mais escapar desse reencontro. É nesse momento que a linda e perfeita deusa Inanna morre, atacada pelo ódio e pela culpa sufocantes. Essa morte simbólica acontece quando essas emoções tóxicas guardadas por tanto tempo conseguem vir à tona numa catarse do corpo que vai mostrar para o consciente nossa imagem real e o que o passado nos tornou. Os processos físicos de dores e falta de ar são essas catarses, o arcano da Lua vem pelo corpo.

Verbenna Yin A Lua Inanna
Quando finalmente nos entregamos para a experiência proposta pela Lua a nossa atitude deve ser como o princípio feminino que ela representa: a mais profunda aceitação.

Aceitar nossa história com tudo que nos aconteceu e ainda dizer sim a nós mesmos são a chave que este lindo arcano nos propõe.

Da mesma forma que no mito são os serviçais da casa de seu pai que fazem Inanna voltar à vida, dizer sim a tudo que recebemos de nossa ancestralidade, coisas boas e ruins, entendendo esse passado, perdoando sinceramente o que nos fizeram e nos perdoando por não poder fazer diferente, aceitando que tudo aquilo nos fez ser quem somos, damos um grande passo para recuperar nossa integridade.

A integridade acontece quando podemos colocar todos os eventos na nossa linha do tempo, sem negar nem esconder nenhum deles por mais doloridos e difíceis que tenham sido. Tudo fez parte da caminhada e nos levou ao lugar que ocupamos hoje no mundo, de forma que honrar esse percurso é voltar a ficar em paz com tudo o que vivemos.

A carta da Lua simboliza essa aceitação para que a integridade se restabeleça trazendo a cura para nosso passado. Sim, doeu, doeu muito, mas é o momento de nos curarmos disso permitindo que essas energias guardadas se expressem, chorando todas essas dores e emoções até que elas atravessem o nosso corpo e passem "para fora" para ficarmos livres de suas correntes, permitindo que esse tecido desinflame e cicatrize.

Passamos pela noite escura da alma mas a aurora de um novo dia está chegando. Ao estarmos íntegros, restabelecemos o fluxo de energia de vida para todas as partes de nós e abrimos caminho para experimentar o arcano seguinte: O Sol.

Não é a toa que o arquétipo da totalidade é o círculo, da mesma forma que a lua é circular a busca pela integridade faz seu caminho na perfeita união de todas as nossas partes. O próprio Jung indicava o trabalho com mandalas para que seus pacientes pudessem se reorganizar psiquicamente ao lidarem com suas histórias de vida, denotando o poder desse símbolo.

mandala Jung Verbenna Yin Tarot a Lua

Quando a carta da Lua aparece numa leitura é sinal de que aquele é um tempo para dar atenção aos sonhos, insights e flashes de memória que estiverem aparecendo pois são conteúdos do inconsciente que estão prontos para serem reconhecidos e elaborados. Talvez um trabalho de regressão de memórias ajude a colocar tudo em seu lugar.

Também indica um tempo de aprendizados muito importantes e finalizações de ciclos, onde o perdão e a aceitação precisam ser vividos de verdade para restabelecer uma harmonia com a nossa história e nossa ancestralidade, nos preparando para um novo momento de vida.

Verbenna Yin
Astros - Tarot - Psicanálise

terça-feira, 4 de abril de 2017

Os Desapegos do Outono

As estações do ano são promovidas pelo posicionamento do planeta em relação ao Sol. A Terra possui uma inclinação e mantém os movimentos de rotação num eixo imaginário que ora está mais próximo do Sol, ora mais distante. O distanciamento do Sol causa uma diminuição da quantidade de energia solar disponível em determinadas regiões, o que, por sua vez, resulta num ambiente energético distinto e com características próprias – as estações.

No Outono estamos vivendo a estação em que o ambiente energético produz uma resposta da natureza: o desligamento. As flores vão murchando, os frutos amadurecendo, as folhas vão se destacando e caindo pelo chão. O tempo do florescimento passou, agora é hora de manter aquilo que é essencial, estrutural. A energia vital vai começar a se recolher no tronco das árvores, mantendo os recursos concentrados no que é realmente importante e que dá sustentação para a vida prosseguir.

Assim também vai acontecendo conosco, vamos nos desligando de pessoas e situações que não têm mais como florescer. Nós também respondemos a essas energias porque elas estão circulando entre nós o tempo todo, atravessando nossos corpos e convivendo com os nossos pensamentos. Responder a essa energia é a natureza em funcionamento.

É geralmente no Outono que somos surpreendidos com o encerramento de alguns ciclos, aquelas situações que vinham se arrastando há anos e se resolvem de uma vez. Deixamos de ter vontade de realizar certas coisas, de frequentar certos lugares e de encontrar com algumas pessoas.

Também é no Outono que acontecem aqueles desentendimentos que a gente não sabe como aconteceram, mas as pessoas simplesmente vão embora da nossa vida. Os vínculos se enfraquecem e de repente rompemos com anos de relacionamento.

Mas se pararmos pra pensar, aqueles relacionamentos e situações não eram mais saudáveis pra gente, eram tóxicos e não promoviam mais o nosso crescimento. Aquelas pessoas e situações na verdade representam partes de nós que estão "morrendo" para dar lugar a outras manifestações, expressões e talentos.

Precisamos desses espaços psíquicos para que nosso desenvolvimento aconteça e essa mobilização é uma reorganização de dentro pra fora, o reflexo disso é que vamos criando novos espaços na nossa vida externa também.

 Todos esses desligamentos são uma “poda” que vai acontecendo naturalmente e, na maioria das vezes, sem a gente se dar conta porque na correria do dia a dia nem sabemos em que estação do ano estamos.

Mas o fato de não nos darmos conta dessa integração da natureza com a nossa vida pessoal não impede que as coisas aconteçam. Pelo contrário, se não estamos conscientes disso a nossa resposta às energias é ainda mais intensa e acabamos projetando nos outros essa movimentação que acontece dentro de nós. E para que o desligamento aconteça, vamos atraindo uma situação insustentável onde o rompimento acaba sendo inevitável.

É aí que a faz muita diferença essa observação do mundo de forma integrada, porque viver um rompimento importante é sempre dolorido e se não estivermos conscientes do processo podemos nos sentir culpados pelo que aconteceu – o que faz essa dor durar mais tempo do que necessário.

Se você estiver vivendo uma fase de desapego, lembre-se que isso é resultado do Outono chegando na sua vida e essa bela metáfora tem muito a nos ensinar sobre nós mesmos e nossos relacionamentos. Não se culpe, observe as movimentações e procure ligar os pontos para entender o que não te serve mais e o que é essencial de verdade. Tudo é aprendizado.


segunda-feira, 20 de março de 2017

Ano Novo Astrológico 2017


Hoje 20/03/2017 começa o ano novo astrológico, quando a Terra se alinha ao Sol na direção do primeiro grau da constelação de Áries - o ponto vernal.

Todo ano novo traz consigo a oportunidade de renascimento e aqui no nosso hemisfério Sul vivemos o ano novo astrológico sempre com a marca do equinócio de Outono, a virada da estação que pede desaceleração, calma e interiorização.

O mapa do novo ano astrológico vem marcado por grandes transformações individuais e coletivas, e todos estaremos suscetíveis a viver um período de situações que desafiarão nossas certezas sobre como agimos e nos relacionamos neste mundo.

Somos realmente livres para fazer aquilo que desejamos na vida? Ou vivemos em um sistema que determina os desejos "aceitaveis"?

Temos liberdade para nos relacionarmos de forma equilibrada com os outros? Ou ainda estamos presos nas ideologias ultrapassadas que promovem o desentendimento, e acabamos segregando as pessoas sem vivenciar a unidade e o pertencimento?

Sentir-se livre para fazer escolhas é mais complicado do que parece, às vezes não nos damos conta do quanto estamos aprisionados em sistemas e condicionamentos que nos deixam ver apenas um aspecto da realidade. Neste Outono a proposta é ir para dentro e perceber que amarras são essas que acabam servindo de “viseira” e limitam o nosso olhar. Agora é tempo de enxergar além.

E o quanto nossas escolhas individuais impactam a evolução do coletivo?

Essa reflexão será bem profunda porque estamos também iniciando um período sob a regência astrológica de Saturno, que está justamente em Sagitário nos propondo a revisão das crenças que impedem o nosso desenvolvimento e a autorresponsabilidade para corrigir nossos passos.

Serão 36 anos sob a regência desse majestoso planeta que sustenta a consciência da ação correta, dos limites respeitosos, das estruturas bem fundadas e do aprimoramento constante, e que iniciará essa jornada de amadurecimento de mãos dadas com a Lua, a consciência do feminino enquanto força geradora da vida.

Coletivamente, o aprimoramento virá também com o respeito à vida e o acolhimento das novas ideias sobre a convivência entre homens e mulheres, entre humanos e animais, entre a humanidade e a natureza, deixando para trás aquelas falsas certezas que não pertencem mais a este tempo.

Já é tempo de estabelecermos novos paradigmas de um progresso real, sairmos de um modelo que privilegia apenas alguns individualmente para dar lugar ao desenvolvimento baseado em práticas corretas e responsáveis, que permitam o crescimento de todos em equilíbrio uns com os outros e com nosso ambiente.

Feliz ano novo!

segunda-feira, 6 de março de 2017

A Estrela

Verbenna Yin Tarot A Estrela Psicanálise Winnicott Melanie Klein
Esta carta linda e serena nos mostra uma mulher nua na noite clara, iluminada por uma estrela  e
refletida na água aos seus pés. Esta imagem é uma evocação ao nosso ambiente de nascimento, de como chegamos a este mundo.

Toda vida se inicia na água e do ambiente aquático foram evoluindo os répteis, aves e mamíferos. Durante os nove meses de gestação ficamos inseridos numa bolsa de líquido amniótico e é na água que se encontra todo o potencial de geração de novos seres, de qualquer espécie animal ou vegetal. Sem água não há vida.

Além da água, precisamos também de luz e calor. É a luz que garante o crescimento saudável das espécies e dá energia para cada etapa dessa evolução. Nossa estrela maior é o Sol, que com sua luz e calor promove o crescimento dos ossos e o regular funcionamento dos hormônios de crescimento do corpo humano.

Em alguns decks de tarot esse arcano é representado com sete estrelas, remontando à constelação das Plêiades – um conjunto de sete estrelas com uma estrela central chamada Alcione. Algumas linhas esotéricas consideram que a vida inteligente chegou na Terra por intermédio dos seres dessa constelação.

A ideia central do arcano é, portanto, um retorno às origens. Da mesma forma que nascemos das águas de nossas mães e completamente nus, a carta da estrela propõe justamente esses símbolos como um reinício da nossa jornada.

Tarot A Estrela The StarNa psicanálise moderna a fase de amamentação é levada muito a sério para verificar a saúde mental de uma pessoa. Existe a abordagem sustentada por Winnicott e Melanie Klein que considera o começo da vida como a base de todo o desenvolvimento psíquico do indivíduo e que suas capacidades de relacionamento com os outros e com o mundo dependeriam inteiramente do sucesso do aleitamento.

Ao ser alimentado de leite e de afeto, o bebê tem sua necessidade atendida e isso promove nele uma sensação de bem estar e de confiança, pois basta que ele queira e a necessidade é atendida. Ele se sente o criador dessa satisfação e isso vai reforçando no pequeno bebê que ele é capaz e o mundo pode lhe dar o que ele precisa. Ele aprende a confiar e assim passa a se sentir seguro neste mundo externo.


Nessa fase, o cérebro ainda não possui a área onde ficam armazenadas as memórias. Segundo a atual neurociência, o cérebro leva cerca de dois anos para se desenvolver completamente e deixar essa área pronta para funcionar. O resultado é que durante esse primeiro período da vida, o bebê registra essas memórias no corpo, nas sensações corporais.

Então o bebê pode registrar tanto a sensação prazerosa de ter suas necessidades atendidas, como também toda ansiedade, desgosto e frustração de não ser atendido – o que igualmente fica registrado no corpo.

Um corpo com muitos registros de desprazer não consegue confiar na abundância do mundo e na segurança dos afetos dos outros. É preciso fazer toda uma reprogramação desses registros para que o Ser possa se sentir novamente inserido nessa grande teia humana e confie que vá receber do mundo e dos outros tudo aquilo que precisa para existir com segurança e ser feliz.

Uma pessoa que cresceu com fortes inseguranças e a sensação constante de ansiedade aprende a desconfiar de tudo e de todos. Uma criança abandonada nos primeiros anos de vida aprende que o mundo não é generoso e que o que ela precisa é muito difícil de ter e requer muito esforço para conseguir.  Sua percepção será de que tudo depende somente dela e ela não poderá contar com ninguém. Então precisará se esforçar mais que os outros, realizar mais, competir e estar à frente sempre para poder sobreviver.

Mas essa é uma atitude que vai gerando cada vez mais ansiedade no indivíduo porque não é possível chegar a uma satisfação real com o mundo nesse ritmo de desconfiança, pelo contrário, a tendência será continuar se sentindo isolado e não preenchido porque sua real necessidade de satisfação não é material (objetos), mas sim emocional (afetos).

Foi isso que faltou para essa pessoa lá atrás no início da vida: afeto e acolhimento.

Thot Tarot the Star
Somos seres coletivos e existimos coletivamente, somente chegamos na compreensão máxima de quem nós somos quando passamos pela experiência promovida pelos “espelhos” da convivência: quando podemos diferenciar o que é verdadeiramente nosso do que é a projeção do outro em nós.

No arcano anterior vimos que a Torre destruiu todas as falsas crenças e aquela frágil construção de um Ego que não correspondia à verdade interna do sujeito.

Agora, nesta carta seguinte, o sujeito está renascendo e reconstruindo o seu Ego, as máscaras caíram e as crenças que ele tinha sobre si mesmo estão em profunda reformulação.

Depois dessa destruição toda ainda não se sabe que chão é esse em que estamos pisando, mas nossa luz interior, nossa Estrela, será a guiança que precisaremos nessa fase.

Agora, o Ser está descobrindo quem ele é de verdade e qual sua essência mais verdadeira. Está percebendo que o mundo pode sim responder generosamente concedendo aquilo que ele precisa, que as pessoas podem ser boas e afetuosas e que há um novo jeito de se relacionar com o mundo.

Então aqui ele está sendo amamentado novamente, está sendo alimentado e nutrido pela vida e reaprendendo a confiar. O resgate dessa confiança no mundo e nos outros é o que a carta da Estrela vem retratar.

A carta da Estrela também nos propõe estarmos presentes nesse processo, ou seja, que nossa mente esteja atenta e nosso coração aberto para percebermos essa necessária mudança de paradigma na visão de mundo. A carta da Estrela simboliza uma atitude mental.

Uma pessoa com a mente atenta e disponível vai conseguir estabelecer metas de satisfação pessoal possíveis e se dar conta de onde consegui-las, vai acreditar no seu potencial de realização no mundo e não vai desperdiçar as oportunidades que chegam para construir sua realidade. Também poderá se sentir feliz e em paz com o mundo e com os outros, sem comparações desnecessárias que acabam afastando as pessoas de quem gosta.

É aqui que entra o princípio hermético da correspondência, atraímos aquilo que somos. Quando a pessoa sabe quem ela é de verdade consegue vibrar essa informação naturalmente e o Universo responderá atendendo de volta aquela vibração. A tensão acaba e tudo se torna mais leve e mais simples, pois já não serão necessários grandes esforços para ser e existir.

Quando a carta da Estrela chega numa leitura geralmente foi depois de um profundo aprendizado onde a pessoa perdeu algo que lhe era muito caro e está recomeçando numa nova etapa de vida.

É a hora de assumir que você venceu a si mesmo, hora de se entregar à sua verdadeira natureza e deixar fluir sua essência mais pura para ser levado com toda amorosidade a uma nova vida que refletirá seu verdadeiro Eu.

Tarot A Estrela

Verbenna Yin
Astros - Tarot - Psicanálise

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

A Torre

Tarot A Torre
E então chegamos a ela, a implacável Torre.

O arcano mais temido do Tarô nos mostra a imagem de uma construção em ruínas, atingida por um raio que rasgando a noite escura despedaça tijolos e lança as pessoas abaixo.

Aqui temos o arquétipo da queda, do choque de realidade. Uma estrutura não suportou o impacto da luz.

É na luz que se apresenta a verdade, a nossa verdade só pode ser vislumbrada quando iluminamos nossos lugares mais recônditos e obscuros, aquelas partes de nós que ficam invisíveis para os outros e, principalmente, para nós mesmos. As partes que não queremos ver e que deixamos lá no escondido do nosso inconsciente.

Quando a luz chega, mesmo que rapidamente como um raio, já não é mais possível não notar aquelas verdades todas que ficaram escondidas: elas saltam para fora e a gente "abre a cabeça".

E diante da verdade iluminada, o Ego desaba. Cai do alto da torre sem proteção nenhuma já que aquela estrutura que o sustentava era falsa e não tinha solidez suficiente.

Tarot A TorreO Ego é construído ao longo da nossa infância a partir dos retornos que as pessoas do nosso entorno nos dão e da nossa percepção a respeito do que é valorizado em nós. Num ambiente onde há lugar para a criança se expressar livremente, o Ego é construído de forma saudável e mais próximo do que sua essência é realmente. 

Já num ambiente mais restritivo, com muitas exigências e expectativas dos outros, a essência da criança não pode ser completamente mostrada e esse Ego vai sendo construído sobre os atributos que os outros valorizam – e que muitas vezes destoam dos atributos naturais da pessoa.

As restrições e exigências do mundo externo podem também ir formando uma pessoa muito rígida e inflexível, que na busca de atender o modelo imposto vai passando por cima dela mesma e adquirindo até uma expressão física mais dura e austera, que reflete todas aquelas restrições de movimento do Ser interno.

Além disso, vivemos numa sociedade ocidental que valoriza somente uma certa educação, alguns comportamentos e determinados tipos de inteligência. Apesar da diversidade natural dos humanos, nos esforçamos para atender essa demanda e sermos aceitos no jogo. Assim, incorporando os valores dos outros e da sociedade onde nos inserimos, o indivíduo vai construindo seu Ego atendendo todas essas expectativas alheias para ser aceito, bem recebido e prosperar naquele sistema de crenças que valoriza apenas certos atributos.

E quanto mais vamos “prosperando” nesse ritmo de vida, o mundo externo parece que vai validando as nossas “boas” escolhas e a nossa forma “aceitável” de expressão, e vamos tendo a impressão de que estamos no caminho certo, no caminho do sucesso.

É aí que a Torre da carta vem simbolizar o nosso Ego, representando ali a ideia que temos de nós mesmos, nossa autoimportância.

Em todas as culturas encontramos monumentos que marcam no tempo as conquistas de seus povos, os obeliscos. Torres bem altas construídas nos territórios conquistados, quanto mais altas, maior a importância da conquista e do respectivo conquistador.

Tarot A Torre

Os obeliscos dos nossos tempos são os edifícios cada vez mais altos que desafiam as regras da engenharia como o Empire State Building, o Burj Khalifa e a Torre de Xangai.

Todas essas torres são símbolos de domínio e poder, e mais, são símbolos fálicos, nos lembrando que o poder é masculino e que para atingir esse nível de reconhecimento precisamos desenvolver um raciocínio e um comportamento mais masculino também – o que tem implicações muito sérias para a saúde mental e física das mulheres.

E então chega a iluminação repentina, o raio que vem mostrar numa fração de segundo que todo aquele Ego construído sobre os valores externos não tem sustentação nenhuma. E a nossa verdade interna que estava lá guardada a sete chaves aproveita esse momento para romper com as estruturas psíquicas e se apresentar claramente, como se dissesse:

“Ei, este aqui sou eu. Me veja como eu sou. Me aceite.”

Tarot A torreEste ser interno, essencial, sempre esteve lá mas agora é possível vê-lo e notar sua existência. A Torre é esse momento de ruptura em que o indivíduo se dá conta de que ele não é quem pensava ser - e geralmente este arcano se utiliza de momentos difíceis e desafiadores para que esse encontro aconteça.

A vida parece que vai nos colocar a toda prova e nossa única opção será enfrentar aquilo de que temos mais medo.

Uma doença, um acidente, uma separação repentina, uma demissão, são exemplos de situações trazidas pela Torre na vida prática onde o indivíduo terá o trabalho de ir além do que ele já conhecia sobre si mesmo.

Por isso a associação entre o arcano da Torre com o trânsito astrológico de Marte, a conquista sobre si mesmo.

O que acontece é que a pessoa vai atrair uma situação de extrema tensão a que seja impossível resistir, para que então possa haver um relaxamento na mesma proporção. Essa tensão é a pressão interna de ser uma pessoa que não corresponde à sua matéria prima, é muito pesado não sermos nós mesmos.

É nessas situações em que a vida nos põe tudo a perder que nos desligamos das distrações diárias e voltamos os olhos para o que realmente importa, para dentro de nós e nossa necessidade de felicidade e pertencimento mais genuína.

Não raro nessas situações as pessoas fazem profundas revisões das suas histórias e passam a adotar um estilo de vida mais saudável e harmonioso, com mais amorosidade ou mais proximidade com a família e amigos.

Numa experiência com a Torre bem recebida e integrada, a pessoa pode sentir a necessidade de pedir perdão a alguém, de se reaproximar de certas pessoas ou de deixar de frequentar certos ambientes e situações.

A ideia é derrubar muros e paredes, abrindo espaço a fim de que seja mais confortável ser quem se é de verdade, onde o Ser interno se sinta a vontade para tomar conta do ambiente psíquico e o indivíduo tenha a satisfação de ser ele mesmo.

Verbenna Yin
Astros - Tarot -  Psicanálise


sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Lunação – o que é isso?

Olá queridos! Hoje vamos falar dos ciclos da lua e de como isso pode nos influenciar ou propulsionar para a vida que queremos.

Lunação é o ciclo que a lua cumpre a partir de uma fase nova, passando pela fase crescente, cheia e minguante até chegar na fase nova seguinte.

A lua Nova acontece quando ocorre no espaço o alinhamento entre Sol, Lua e Terra – nessa ordem.

lunação

Quando a lua está no meio do caminho entre o Sol e a Terra, ela não consegue refletir a luz solar e fica apagada, escura. Esse é o momento da Lua Nova.

Ao continuar sua trajetória ao redor da Terra (lembrando que a Lua gira em torno do planeta), a área de superfície lunar que reflete a luz do Sol vai aumentando gradativamente até que acontece um segundo alinhamento nesse período onde ficam dispostos o Sol, a Terra e a Lua – aí acontece a Lua Cheia.

E o ciclo continua até que aconteça de novo o alinhamento entre Sol, Lua e Terra quando acontece uma nova lunação. Cada lunação tem uma duração média de 29 dias e durante o ano temos 13 lunações – as 13 Matriarcas.

Essa dança cósmica vai se repetindo ao longo do ano, cada vez alinhada a uma constelação diferente (na ordem dos signos), e por isso dizemos “lunação de Áries”, “lunação de Touro”, e assim por diante.

Na Astrologia esses dois momentos lunares tem sua importância bem definida e influenciam diretamente os eventos que experimentamos, principalmente aqueles que já estão marcados no mapa natal.

Se a lunação (a lua nova) acontece num ponto do mapa natal onde está o planeta Vênus, por exemplo, ativará as experiências regidas por esse planeta: relacionamentos, autoimagem, prazeres ou dinheiro. Se acontecer próximo à cúspide de uma casa astrológica, a lunação ativa os acontecimentos relacionados aos assuntos daquela casa: se cair na Casa 4, durante o período da lunação a pessoa pode experimentar eventos na área familiar ou na casa onde mora.

Na Lua a luz é sempre refletida, vem de fora. A Lua não tem luz própria. Da mesma forma, as vivências propostas pela lunação também são externas a nós, elas nos chegam e nós respondemos a elas de acordo com nossos humores e temperamentos.

E qual a melhor maneira de reagirmos aos eventos trazidos pela lua?

A melhor maneira de lidar com uma lunação é observar por qual signo anda o Sol naquele período. Se estivermos numa lunação de Touro, isso significa que o alinhamento da Lua e do Sol (lua nova) aconteceu no signo de Touro, então os valores desse signo nos dão as pistas de como tratar os eventos que chegarem nesse período: planejar a longo prazo, não se precipitar, agir com firmeza, aproveitar os bons momentos para relaxar e se alegrar.

E os assuntos tocados pela lunação vão se apresentar de forma muito clara quando a lua atingir a fase Cheia. Assim que a Lua refletir toda a luz do Sol, a lunação vai mostrar claramente que experiência foi aquela e como nós reagimos a ela – se para o bem ou para o mal. É o tempo de aprendizado da lunação.

lunação
A Lua Nova também é um ótimo período para plantar suas intenções. A vida acompanha o cosmos e da mesma forma que a lua nova é uma preparação para seu grande momento – quando estiver Cheia - vamos também preparando aqueles nossos planos para que vinguem e se materializem no tempo adequado.

Sabe aqueles planos de fim de ano para o ano novo?

Pois a melhor maneira de colocá-los em prática ao longo do ano é plantando esses sonhos na lunação mais adequada.

Para fazer aquela viagem bacana ao exterior é só organizar para que ela aconteça no alinhamento com a Casa9; para conversar com o chefe sobre um aumento de salário, vale a pena ir colecionando bons resultados para ter o que apresentar na época da lunação na sua Casa 10.

Mas mesmo que a gente não faça esse planejamento todo, só de observarmos o signo da lunação em curso e como isso pode nos afetar no dia a dia já estaremos fazendo um ótimo trabalho pessoal.

Perceber as lunações nos aproxima da nossa própria natureza pois vamos nos dando conta de que o que acontece fora também acontece dentro. E quando adquirimos essa consciência, vamos espontaneamente retomando nosso contato com a terra e com a natureza já que nos sentimos integrados à ela.


Mas esse será assunto para um outro post, principalmente para as mulheres que acompanham com seus corpos e emoções todos os movimentos lunares.

lunação

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Consciente e Inconsciente

Verbenna Yin Astrologia Tarot Psicanálise Freud
Olá queridos! Hoje vamos falar um pouquinho de como as ciências humanas mais modernas vem se integrando com os conhecimentos organizados dos povos antigos.

Freud é considerado o Pai da psicanálise e afirmava que tudo que pensamos que sabemos sobre nós mesmos está numa pequena área da psique que ele denominou Consciente. Mas para ele, o nosso Consciente não refletiria quem realmente somos.

Para Freud, os reais conteúdos humanos que definem quem realmente somos estão no Inconsciente, uma área psíquica bem maior a que não temos acesso direto. Para chegar lá, precisamos de autoconhecimento e alguma ajudinha extra.

A Astrologia e o Tarot enquanto métodos de autoconhecimento, quando usados no contexto terapêutico, são ferramentas poderosas que abrem as portas do nosso Inconsciente para entendermos melhor nossos comportamentos e condicionamentos.

Com a Astrologia podemos mapear que impulsos são esses que mobilizam a pessoa e criam nela os desejos, aquilo que ela pretende realizar. As posições da Lua e de Marte no mapa natal podem dizer muito sobre esses desejos e se eles puderam ou não ser manifestados ou ainda se sofreram alguma interferência do meio externo que gerou um sentimento de frustração ou de inadequação.

Já com o Tarot Terapêutico é possível traduzir, a partir dos conteúdos simbólicos das cartas escolhidas, como esses impulsos foram dando forma à trajetória pessoal de cada um e qual é o desejo que ainda pulsa ali no coração e que não conseguiu se manifestar ainda, criando situações na vida para forçar a pessoa a olhar para dentro e reconhecer esses conteúdos que precisam vir à tona.

É lá no Inconsciente que está toda essa nossa verdade escondida, os desejos do coração que foram sendo reprimidos ao longo da nossa história e que podem nos fazem sofrer até hoje. São esses desejos que nos mostram quem somos de verdade.

Verbenna Yin Astrologia Tarot Psicanálise Freud
Para Freud, o Consciente só possui as informações que damos conta de processar naquele nosso momento de vida e aquelas que conseguimos perceber da nossa interação com os outros. Por isso se diz que o Consciente "não sabe de nada", essa quantidade de informação é pouca e fica restrita ao que entendemos sobre o mundo e o humano.

Só quando trazemos a nossa verdade do Inconsciente para o Consciente, deixamos de ser reféns da mente e retomamos o poder de decidir pelo nosso melhor. Porque essa nossa verdadeira essência reside no Inconsciente, bem guardada e concedida como prêmio para os corajosos que se aventuram nas profundas águas do Ser para se RE-conhecerem.

O Mito da Caverna de Platão - que trata da saída da escura caverna da mente para a luz do mundo vivo e real - nunca foi tão atual, sendo o próprio mito a reprodução de uma sabedoria ainda mais antiga insculpida no Oráculo de Delfos:

Conhece-te a ti mesmo!

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quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Se eu olhar pra você hoje, me apaixono?

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O autocuidado é uma atitude a ser aprendida e cultivada em cada indivíduo. A aparência externa reflete sempre a atitude interna da pessoa, e para olhos mais treinados é possível perceber o que está acontecendo naquele universo particular e a partir dessa impressão saber se vale a pena se aproximar da pessoa. Ou não!

Por outro lado, vivemos numa cultura que hipervaloriza algumas características físicas apesar de sermos todos diversos e plurais. Vamos nos adaptando a um padrão cultural vigente que não é nada fácil de atender, principalmente para as mulheres: uma certa altura, um determinado tipo de corpo, índices exatos de gordura e de massa muscular, sorrisos e expressões de felicidade em selfies estampadas em todas as redes sociais.

Será que atender esse padrão realmente significa que estamos 100% no nosso melhor?

Se observamos bem, a busca desses padrões de “sucesso pessoal” deixa as pessoas constantemente ansiosas e em cobranças internas, não é possível sair daquela linha nem deixar de dar satisfação aos olhares ávidos que esperam que quem atingiu esse nível de sucesso mantenha seu posto, tendo que comprovar a todo momento “viu, estou por aqui e continuo muito bem, hein?” Que pesado!

Talvez por isso algumas celebridades, que parecem ter uma aparência perfeita, sofram com as expectativas que as pessoas tem sobre elas. Apenas a aparência trabalhada não garante que o externo esteja mostrando aquele melhor que a pessoa tem por dentro, ainda há "algo a dizer" para este mundo que não está conseguindo sair de lá.

Por mais que a aparência mostre atributos considerados "belos", aquele belo ainda não representa sua verdade: não é autentico e nem encontra reconhecimento no próprio indivíduo.

Assim, o autocuidado antes de tudo deve ser uma atitude de profunda aceitação da manifestação do nosso ser interno no mundo material. O corpo físico é o resultado de todas as forças cósmicas ativas que estavam disponíveis no momento da nossa concepção e nascimento, são elas que ditam as formas físicas, quantos centímetros o corpo irá crescer e como os elementos atômicos que compõem seu corpo físico vão reagir ao ambiente aos alimentos.

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Respeitar este corpo a partir dessa consciência significa buscar a melhor manifestação física do ser interno que o habita, respeitando as características físicas e valorizando tudo aquilo que já existe dentro e que pode ser refletido do lado de fora.

Na astrologia, essa aprendizagem  é proposta nos signos de Touro e Libra, ambos regidos pelo planeta Vênus – a Deusa do Amor. A partir desse olhar de amor para com a gente mesmo, nossa forma física pode espelhar aquilo que temos de melhor e poderemos interagir no mundo físico a partir da nossa melhor versão, o que é muito agradável (Touro). E como resultado disso, passamos a atrair a companhia das pessoas que se sentem ligadas a esses valores representados pela aparência da nossa manifestação, elas se identificam com isso e vão se unindo a nós para compartilhar desse melhor (Libra).

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A verdadeira beleza é ser quem realmente somos, cultivando uma atitude diária de amor próprio que valoriza cada pequena parte de nós que compõe nosso ser inteiro, tendo em conta que nosso corpo físico é a manifestação de um complexo harmonioso e interdependente.

Essa também é uma característica da saúde do corpo, abrangida aí a saúde mental. Dr. Edward Bach, o criador do sistema floral, tinha a aparência física como critério para determinar se o paciente havia melhorado com seus tratamentos. Segundo ele: “Não haverá cura verdadeira se não houver mudança na aparência, paz de espírito e felicidade interior.”

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Tempo da Lua


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Cada vez mais as mulheres estão se conscientizando dos seus ciclos internos e da ligação do seu corpo com as fases lunares, o que se manifesta principalmente no ciclo menstrual.

No período menstrual, o corpo pede uma pausa para podermos nos reconectar com a nossa sacralidade feminina. É o tempo da Lua.

Esse é um tempo em que a natureza se manifesta em nós pedindo mais calma para respirar, pedindo um recolhimento para aquecer os pés, o ventre e o coração, para prestar atenção aos sonhos e repor as nossas energias. 

O tempo da lua é o tempo para fluirmos com as águas do nosso corpo, deixando o sangue e as lágrimas movimentarem as energias que precisam ser liberadas e reorganizadas internamente em nós.

Mas a maioria das mulheres tem seus afazeres em casa e também um trabalho regular fora de casa, o que exige de nós uma disponibilidade extra para assumir todos esses comprometimentos com a mesma energia.

Quando tomamos para nós esse padrão de eficiência que não admite pausas para a mulher vivenciar o seu tempo de lua, nosso corpo sente esse desgaste maior da energia. Podemos ficar mais cansadas, dormir mal, falar demais ou comer de forma inadequada coisas que não nos fazem bem. O efeito é destrutivo.

Porque nossa natureza feminina é diferente do padrão de eficiência e disponibilidade constante que é a referência vigente para esta sociedade, que exige cada vez mais das pessoas em troca de tão pouca “qualidade de vida”. O discurso é de que o importante é a “qualidade” e não a “quantidade”. Será mesmo?

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Essa eficiência de quem não “para nem por uma gripe” é irreal, ela não condiz com a nossa condição feminina e nos leva para uma falsa sensação de competência que ao longo do tempo nos custa muito caro. As escolhas que temos que fazer para sermos “competentes” o tempo todo, na régua da sociedade, leva embora nossa energia feminina todos os meses e compromete nosso potencial criativo ao longo do tempo.

Verbenna Yin Astrologia Tarot Psicanálise Sagrado FemininoAo não respeitar nosso tempo de lua e nossas necessidades de pausa e reconexão com a natureza, vamos ficando distantes da vibração feminina e do poder criador do nosso sangue, surgindo os problemas de fertilidade, irregularidades menstruais, miomas, pólipos, cistos, endometrioses... Tantos reflexos da nossa energia criativa sendo mantida lá dentro de nós, sem poder fluir naturalmente e cristalizando no corpo em problemas de saúde.

Uma boa maneira de lidarmos melhor com nossa energia criativa é começar a rever nosso
comportamento durante o tempo de lua. Anotar as datas dos ciclos, fazer um calendário lunar, usar paninhos e coletores menstruais, são boas pedidas para quem gostaria de aprofundar essa relação com o corpo - porque são atividades nos tiram do padrão automatizado e permitem que nos observemos melhor nesse período.


Ao retomar o contato com o fluxo do nosso sangue, nossa energia de vida, retomamos também o poder de criação que essa energia pode concretizar no mundo real. 




Cabelos contam histórias

Nossos cabelos podem absorver as energias ao redor e guardar memórias.

Os cabelos compridos são valorizados em diversas culturas ancestrais. Às vezes trançados, outras vezes enrolados, presos no alto da cabeça ou sob véus, os povos antigos tinham em comum o hábito de manter os cabelos em constante crescimento.

Verbenna Yin Astrologia Tarot Psicanálise Sagrado FemininoOs cabelos são condutores elétricos naturais e podem conduzir as energias externas do ambiente para dentro de nós, onde aquela sensação pode ser convertida numa percepção mais sutil. 

Um insight, um deja vu, um medo... 

Afinal, quem nunca sentiu um arrepio na nuca?

E essa percepção pode ficar impregnada nos fios fazendo com que os cabelos se tornem de fato grandes armazenadores de memórias. Nossas histórias, as emoções que vivemos, as alegrias e tristezas da nossa trajetória, ficam todas lá registradas em nossas madeixas.

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Porque os cabelos dão o tom no nosso visual, eles são a moldura do nosso rosto – aquela parte de nós que só os outros vêem diretamente. Nós só nos vemos por reflexo, nunca nos vemos de frente.

Mas os cabelos, nessa compreensão maior, por armazenarem toda nossa história pessoal, podem ser também a moldura do nosso ser interno já que as nossas impressões sobre o mundo e o aprendizado adquirido nas experiências de vida estão lá dando o tom da nossa existência.

Por isso os povos ancestrais tinham tanto respeito pelos cabelos e algumas culturas tinham o hábito de trançá-los longamente, reverenciando a história pessoal de cada um e o caminho percorrido para que cada ser pudesse se desenvolver em plenitude.


Resgatar este costume ancestral, trançando os cabelos em honra à pessoa que somos hoje e emoldurando com beleza as nossas histórias, pode ser um lindo caminho de cura para nós mulheres.

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