Hoje quero falar um pouquinho sobre o símbolo da deusa do amor, aproveitando o gancho sobre Vênus ser o primeiro planeta acima da linha do horizonte no ingresso solar em Áries.
Eu gosto muito dessa imagem aqui, é de Afrodite surgindo na beira da praia de dentro dessa concha. Afrodite é a deusa do amor para os gregos, assim como Vênus para os romanos, Hator para os egípcios, Freya para os nórdicos, e por aí vai.
Tem vários elementos nesta imagem que condensam uma ideia maior, cheia de referências, compondo a representação arquetípica do impulso pela conexão e à expressão dos afetos.
Afrodite surge do oceano, ela emerge do inconsciente profundo e se apresenta. Assim é com o amor, percebemos que amamos quando esse sentimento já está instalado em nós e não há mais como impedi-lo de acontecer. Vinda do inconsciente, a expressão afetiva dá vazão ao nosso poder criativo, à imaginação e à arte.
Quase sempre Afrodite está com as vestes caídas ou mesmo nua, fazendo referência à espontaneidade necessária para vivermos a dimensão dos afetos. Diferente de seu consorte Ares, o guerreiro todo paramentado em sua armadura, Afrodite se apresenta tal como é, sem nada cobrindo suas formas ou disfarçando algum aspecto seu, ela está pronta para receber o outro. Da mesma forma, amamos com a verdade do nosso Ser, amamos com a nossa totalidade e é pelo caminho das trocas e seus espelhos que aprendemos a reconhecer os nossos reais contornos.
A minha primeira sensação ao olhar essa imagem é a de que Afrodite abriu essa concha e esse detalhe me faz pensar no quanto a abertura para vivenciar os afetos vem da intenção. Mesmo estando acompanhadas, podemos não nos sentir tão conectadas com o outro. Essa abertura vem de dentro, é uma postura receptiva de quem está disposta a correr o risco da exposição.
E tudo nessa imagem leva à ideia da receptividade, a mulher nua, a água, a concha aberta, os braços abertos, tudo num grande convite à aproximação. Mas por que então Afrodite não olha nos olhos?
Gosto de pensar que é porque, no fim, tudo é projeção e o outro é apenas uma ideia. Talvez os afetos nos conduzam a essa satisfação final de termos sido nós mesmas, verdadeiras, inteiras. E conforme vamos nos descobrindo na ideia que fazemos do outro também descobrimos mais sobre quem podemos ser.
Como está seu lado Afrodite e como você espera vivenciar isso no novo ano astrológico?
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