Tudo que se diz numa sessão de terapia, faz parte da terapia - e isso NÃO é óbvio.
Quando vamos a um encontro terapêutico, vamos com nossas questões, ansiedades e dores, às vezes ensaiamos o que iremos falar, como podemos dizer certas coisas para sermos bem compreendidas. Tudo isso é material para nossa terapia, o conteúdo.
Mas no encontro terapêutico quem manda mesmo é o inconsciente, e quem faz terapia sabe que quando chega na sessão esquece o que tinha pensado, começa a falar do Big Brother, da notícia no rádio, do que viu na rua mais cedo, da fofoca da família, e fica até parecendo que a sessão se divide em dois momentos: as amenidades e a terapia.
Mas não é assim, na verdade TUDO (tudo mesmo) o que trazemos para uma sessão é conteúdo, mesmo o que parece ser trivial.
O inconsciente sabe que há um entrelaçamento subjacente nos assuntos que surgem na terapia, ainda que esses assuntos pareçam não ter nada a ver entre si. E aí entra a sutileza da transferência, com a sensibilidade do analista em perceber como essa trama se estabelece - e se for o caso, apontar as conexões para o paciente.
Aliás, foi com essa sutileza que Jung percebeu o fenômeno da sincronicidade, percebendo um besouro batendo na janela durante a sessão da paciente que havia sonhado com um escaravelho - símbolo da busca pela totalidade.
Pode ser bem interessante fazer esse exercício de identificar como diferentes temas que surgem na terapia aparentemente "sem nexo", podem estar intimamente ligados com a questão mais profunda que se deseja trabalhar terapeuticamente.
Por isso também tem muito valor atentar para as palavras que o paciente usa nessa conversa trivial, por trás delas há toda uma sequência de significados que também enriquecem muito a análise.
Pois já dizia Jung: "Em todo caos, há um cosmos. Em toda desordem, uma ordem secreta."
Já tinha percebido isso na sua terapia?
Verbenna Yin
Astros - Tarot - Psicanálise
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