sexta-feira, 14 de maio de 2021

Anima - James Hillman

Anima

A Ânima é o aspecto da psique que nos direciona ao encontro consigo mesmo em nosso centro, ao SELF, e só compreendemos com clareza quem somos depois de passar por ela.

Jung dizia que "Se o confronto com a sombra é a obra do aprendiz, o confronto com a Anima é a obra prima". É o trabalho de toda uma vida assimilar a nossa ânima.

Para os junguianos mais puristas, a ânima é a contraparte feminina na psique do homem. Já para os pós-junguianos a ânima está presente em homens e mulheres, pois as indicações de gênero são mais fluidas do que os papéis sociais dados e todos nós sustentamos aspectos masculinos e femininos independente do sexo biológico. Em todo caso, a Anima é uma instância grandiosa de complementariedade que precisamos conhecer e atravessar para entrar em contato com a nossa verdadeira natureza.

Por isso a Anima é projetada em modelos femininos fascinantes e irresistíveis no inconsciente coletivo. 

Diante dessa femme fatale, somos impotentes e cedemos aos seus caprichos exigentes.

Quando estamos lidando com a Anima projetada, também estaremos lidando com vícios, compulsões, oralidades (falar, comer, fumar, beber), comportamentos instintivos que não conseguimos interromper nem parar.

Todos esses comportamentos são indicativos da imponência da Anima e do nosso destino irresistível de ir ao seu encontro para, NO ENFRENTAMENTO, nos descobrirmos mais profundamente e assim entrarmos em contato com o nosso SELF.

Especialmente no homem, a Anima tem um dinâmica interessante de se manifestar por conta da nossa cultura patriarcal que impede o contato consciente com as emoções e a intuitividade. Os homens são treinados a se dessensibilizar e por isso a Anima se expressa ainda mais violentamente em comportamentos compulsivos às vezes inexplicáveis. É o grande chamado da alma para o retorno à casa.

James Hillman descreve assim no seu livro "Anima":

"Quanto mais um homem se identifica com seu papel social e biológico de homem (persona), maior será a dominação interna da anima. Da mesma forma que a psicologia do homem, de acordo com Jung, depois da meia idade desloca-se em direção ao seu oposto feminino, também há uma suavização e um enfraquecimento fisiológico e social em direção ao "feminino", tudo isso ocasionado pela anima. (...)
De fato, ela primeiro aparece por meio de figuras de sonho, emoções, queixas sintomáticas, fantasias obsessivas e projeções do homem ocidental. (...) Ela intensifica, exagera, falsifica e mitologiza toda as relações emocionais."

Onde tem um chamado da Anima, tem comportamentos compulsivos precisando ser cuidados por você mesma.

Você já reconheceu o chamado da sua Anima?

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