No ano passado (2020) Saturno foi chegando no signo de Aquário, local de domicílio onde esse planeta fica mais forte. Nesse signo, Saturno impulsiona os processos democráticos de representação popular, a reordenação das convivências sociais, a inclusão de grupos minoritários na vida social e política e, principalmente, estimula movimentos mais autônomos e horizontais da própria sociedade.
É desse material que vem se fazendo a reformulação política no Chile. Ao longo dos anos 2019-2020 houve diversas manifestações populares demonstrando o descontentamento com a condução política, notadamente a privatização desenfreada dos fundos de pensão, da água potável, da saúde e do transporte público - reflexos de uma agenda neoliberal até então em curso no país e que resultaria em manutenção de privilégios e injustiça social.
A agenda neoliberal é muito pautada nos valores do elemento terra, de acúmulo e exercício do poder a partir da autoridade e privilégios. Mas o mundo está rapidamente mudando para os valores do elemento ar depois da grande conjunção de Júpiter e Saturno em Aquário no ano passado, indicando como o Espírito deste Tempo (parafraseando Jung) mudou de paradigma.
Após os protestos de Outubro/2020, os chilenos conquistaram um plebiscito para darem voz aos anseios populares por uma política social mais equalitária. Votaram pela reformulação das leis, a começar pela Carta Magna do país, para aderirem a uma agenda mais horizontal e com maior representatividade social, garantindo que as demandas populares sejam mesmo efetivadas.
"A eleição (do fim de semana) foi uma guinada na política chilena. Significou a primeira redistribuição de poder no país. Os partidos políticos deixaram de ter controle e surgiram os independentes, que apareceram nas listas de esquerda, mas não são necessariamente de esquerda. Eles defendem uma agenda do século 21 e são livres dos partidos tradicionais", disse o professor de ciências políticas da Universidade de Valparaíso, Guillermo Holzmann.
Neste último final de semana, com a participação de Marte em Câncer, os chilenos votaram por seus representantes nesta nova constituinte e para surpresa geral (sqn) houve uma expressiva votação em candidatas mulheres e pela primeira vez as mulheres compuseram a maioria, invertendo a lógica do que sempre aconteceu antes: muito mais homens do que mulheres nos espaços de representação.
Mas Saturno continua em Aquário e o que é regra permanece sendo regra. As mulheres eleitas tiveram que ceder seus lugares aos homens para compor uma representação igualitária, proporcional à população. Torço para que este processo traga mais justiça social aos hermanos chilenos.
Viva Chile!
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-57151633
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