E talvez por isso essa imagem me toque tanto, ela me conecta com a graça e a leveza do revoar das borboletas, elas mesmas tão frágeis e capazes de uma imensa transformação. Gosto de pensar em como os mesmos átomos e moléculas que formavam uma lagarta se reorganizam assumindo uma forma completamente diferente, permitindo esse vôo encantador. Fico pensando se nossos ancestrais também não se reorganizam e voam em nossas existências atuais, se a nossa vida hoje não seria o vôo inspirado de alguém anterior.
No México as borboletas Monarcas são um símbolo deste período, todos os anos elas migram para lá na época da celebração do Dia de los Muertos. Que força da natureza é essa que atrai pelo instinto esses pequenos animais a um ponto geográfico e que poder deve emanar deste lugar que se assemelhe tanto à programação de morte-vida que as borboletas sintonizam.
Elas que são tão delicadas me ensinam que as transformações nem sempre se tratam fortalecimentos ou de grandes ganhos, hoje penso que a beleza das borboletas é a de dizer sim aos ventos da vida, de aceitar as pequenas mortes que vem com as mudanças e de dançar com as novas formas.
Hoje eu danço com muitas memórias queridas e celebro a inspiração que recebi da minha linhagem, agradecendo o lugar que me deram e desejando que todos os que partiram sejam iluminados com amor.
Verbenna Yin
* Esta imagem linda se chama "Summon" e é do artista Jaime Ibarra.
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